Como as diferentes gerações interpretam o conceito de "carreira profissional"?
Apesar da pouca idade, acredito que já tenha uma bagagem suficiente para contribuir com uma opinião sincera sobre como a geração "y" costuma se comportar no mercado de trabalho. Os millennials estão num meio termo de uma geração que costumava ter orgulho de ficar décadas no mesmo emprego e uma geração completamente imediatista que se considera mais preparada para o mercado de trabalho do que realmente está.
O mundo evoluiu, a tecnologia avançou e as informações chegam até nós numa velocidade maior do que conseguimos processar, por isso, é natural que os jovens se sintam um tanto perdidos quando o assunto é carreira.
O conceito de construir uma vida estável profissionalmente mudou drasticamente. Antes as pessoas estavam "fundidas" aos seus cargos e empresas, geralmente era motivo de orgulho permanecer muitos anos numa mesma companhia e até mesmo ser reconhecido como o "gerente da empresa tal" era o status de que você havia vencido na vida.
No entanto, a minha geração já procura horizontes profissionais mais profundos e complexos, além de logicamente não possuir apego por empresas, mas por ideais. O quanto o nosso trabalho influencia a sociedade? Eu trabalharia feliz por mais 5 anos nessa empresa? Esses são questionamentos que normalmente a geração 'y' costuma se fazer ao procurar uma nova oportunidade de desenvolvimento de carreira, aliás, acho que este é o grande intuito: desenvolvimento. Deve-se saber quando priorizar o conhecimento e quando priorizar a remuneração.
E por último, a geração mais atual que começa agora a adentrar o mercado de trabalho, os nascidos no ano 2000 já estão estagiando em grandes empresas, muitas vezes completamente alheios ao mundo real das organizações. Com a grande vontade de transformar o mundo, muitas vezes eles também trazem consigo, a falta de paciência no momento de construir uma carreira. O mais importante para a maioria é cargo e remuneração, porém para conquistar seu espaço é necessário um equílibrio entre: empatia (sim, é preciso saber lidar com pessoas), conhecimento técnico (nem todo marketing pessoal do mundo suporta incompetência), humildade (todo mundo erra e está tudo bem errar) e vontade de aprender. Aqui vale ressaltar que mesmo com todas esas qualidades equilibradas, muitos talentos podem ser desperdiçados por conta da pouca idade e aí fica um apelo pessoal a todas as pessoas em posição de liderança: apostem nesses talentos! Não existe nada mais desanimador do que se esforçar e nunca ser reconhecido somente por conta da idade.
Sem o intuito de ser porta voz de gerações diversas, mas apenas externando o que observei cautelosamente nos diferentes profissionais que tive o prazer de conhecer ao longo da minha vida profissional, acredito que muitos poderão se identificar com este artigo.