Reflexões sobre o PBL e as Metodologias Ativas.
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Reflexões sobre o PBL e as Metodologias Ativas.

Por, Pedro Debiazi.

Observa-se uma mudança importante na postura das IES em relação a priorização das metodologias ativas de ensino, tal movimento reflete as exigências do mercado de trabalho, cada vez mais competitivo e qualificado. Isto significa que estamos enfrentando um notório cenário de quebras de velhos paradigmas educacionais, dentro e fora da sala de aula. 

O crescimento e os resultados obtidos pelos cursos a distância colocaram em cheque a efetividade do ensino tradicionalmente presencial, que após duas portarias normativas, passa a contemplar até 40% de suas aulas na modalidade virtual. 

De olho nas tendências e comportamentos do mercado, e para responder a expectativa do mercado de trabalho e dos novos estudantes, cada vez mais conectados, as instituições têm apostado em modelos híbridos, que buscam associar o melhor das duas modalidades: A praticidade do estudo virtual e sua flexibilidade, com a experiência da sala de aula para experimentos práticos. 

Fato é que o ensino do século XXI, está baseado no desenvolvimento de habilidades comportamentais, e não mais em oferecer informação absoluta para memorização, afinal as informações estão acessíveis na palma da mão, em tempo real e em alta velocidade. Desta maneira, procura-se oferecer formação que alinhe teoria e prática, para desenvolvimento pessoal e profissional, oferecendo aparato técnico e arcabouço conceitual para enfrentar os possíveis desafios encontrados no mercado de trabalho. 

Nesta linha de pensamento, enquadra-se a metodologia de ensino baseado em problemas, o PBL (problem based learning), que em sua essência propõe a plurissignificação do papel do aluno e do professor, que nessa metodologia assumem os papeis de aprendiz e orientador/tutor, respectivamente. Mas essa não é a principal mudança do modelo, o PBL é um processo baseado na solução de um problema/caso introduzido pelo tutor no início das atividades do curso/disciplina, que está alinhado aos conteúdos curriculares para simular os desafios reais que o aluno poderá encontrar no mercado de trabalho. 

Nesta metodologia o aluno assume o protagonismo do processo de ensino e aprendizado, pois deverá formular a solução do problema introduzido, planejando e executando os passos necessários para tal. Isso significa que os objetivos da metodologia estão alicerçados em preparar o aluno para que ele próprio recolha as informações e escolha os instrumentos necessários para a solução do problema. Desta maneira, o professor passa de único detentor do conhecimento, para um facilitador do processo, que oferece apoio as discussões e orienta os aprendizes, direcionando suas atitudes de maneira personalizada, de modo a despertar e desenvolver o senso de autonomia dos alunos. 

Outra mudança fundamental está na organização dos ambientes de ensino, que devem estar preparados para receber o método, desconstruído em relação a configuração tradicional da sala de aula, o PBL exigi um layout muito mais fluído, conectado e funcional, oferecendo a possibilidade de reuniões em grupos, atendimentos personalizados pelo tutor e acesso as plataformas de informação, além dos tradicionais recursos midiáticos para momentos de discussões e aporte teórico, como o quadro e o data-show.

Independente das diferenças em relação ao ensino tradicional, e a metodologia a ser utilizada, ou mesmo a combinação delas, o fato é de que o ensino contemporâneo deverá oferecer no contexto acadêmico, ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes, muito mais COLABORATIVO e que priorize a autonomia, a inovação e o empreendedorismo.

Toda essa mudança de atitude exige preparo e flexibilidade, não somente dos alunos e professores, pois trata-se de um momento de ruptura dos métodos de ensino tradicional, mas também dos gestores e corpo técnico, afinal trata-se de um mercado em forte expansão, com novos instrumentos, marcos regulatórios e a consolidação dos grandes grupos de ensino, que investem cada vez mais em tecnologia, o que acirra a concorrência frente a entrada dos hubs e startups de educação, cenário que vem se desenhando e consolidando especialmente no últimos cinco anos.

Preparem-se porque o futuro da educação já começou, ative-se.

Adriana Gibotti

Docente na Universidade do Oeste Paulista

5 a

A experiência de 10 anos com aplicação das Metodologias Ativas como o PBL na área de Medicina e nos cursos da saúde nos mostrou alguns resultados. No Brasil, obtivemos melhores resultados com o TBL, estudo de casos, uma ferramenta de aprendizagem híbrida.

Adriana Gibotti

Docente na Universidade do Oeste Paulista

5 a

Adriana Sarmento Fernando Maquiaveli

Roberta da Trindade

Especialista em Vendas, Estratégias e Desenvolvimento Comercial| Escritora, Comunicadora e Podcaster| Fundadora e Produtora do Habla Empreendedora e Rádio Habla FM| Fundadora da Efoco Soluções Comerciais

5 a

Muito bem explicado Pedro. Eu particularmente acredito muito no modelo blended-learning e PBL. A experiência do aluno precisa ser levada em consideração no processo ensino-aprendizagem. O aluno é o protagonista.

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