Crise ambiental brasileira: as respostas estão estão nas comunidades
Um dos maiores desafios relacionados ao ESG para as empresas está na gestão dos resíduos sólidos, simplificando: no lixo produzido em toda sua cadeia de operação. O Brasil possui desde 2010 a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) que estabelece diretrizes para gestão e manejo integrado dos resíduos, traçando inclusive instrumentos para incentivar e ampliar a reciclagem e a reutilização.
A grande inovação deste marco regulatório está justamente na responsabilidade compartilhada entre todos os atores da sociedade e na contribuição para que o país possa alcançar as metas globais sobre mudanças climáticas.
Durante anos, desde a publicação da lei, vários modelos de gestão integrada de resíduos foram testados, grandes empresas investiram em plataformas e complexos sistemas apoiados nos conceitos de logística reversa, quase todos inviáveis economicamente e/ou ambientalmente frágeis.
Um modelo que se mostrou bastante adequado foi a aproximação e o relacionamento das empresas com as cooperativas de reciclagem, que atuam em atividades que vão desde a coleta seletiva e triagem até a comercialização de resíduos recicláveis e reutilizáveis.
As cooperativas de catadores têm papel fundamental na destinação mais sustentável dos resíduos no país. Além disso, essas organizações contribuem para o fortalecimento da economia local, gerando emprego e renda com impactos positivos para toda comunidade.
Outro ponto positivo é redução da emissão de gases poluentes e a no consumo de energia, uma vez que ao evitar novas atividades extrativistas para produção de matéria prima a reciclagem ou reutilização reduz também o consumo energético.
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Em 2020, por exemplo, somente a Associação dos Catadores de Material Reciclado estimou que foram coletadas cerca de 26 mil toneladas de plástico recicláveis, além de cerca 13 mil toneladas de vidro, 55 mil toneladas de papel e papelão e 10 mil toneladas de metal.
Pensar na gestão de resíduos sustentável não significa necessariamente deixar de consumir determinados produtos, o plástico por exemplo trás vantagens e facilidade na produção de embalagens, esse material não precisa deixar de existir, precisa circular, com destino e tratamento adequado, assim como já acontece com o alumínio, material em que o Brasil é campeão mundial em reciclagem.
A potência encontrada nas cooperativas de reciclagem nos mostra como muitas das respostas aos problemas complexos da atualidade podem ser encontradas estabelecendo diálogo com as pessoas, adentrando às comunidades e praticando o planejamento participativo.
Apesar de discriminados e vítimas de preconceito, a classe de catadores desempenham um importante papel no desenvolvimento sustentável do nosso país, corroborando para que os objetivos da PNRS sejam alcançados e contribuindo para melhora nos indicadores ambientais relacionados a saúde e saneamento.
Muitas outras respostas podem ser encontradas ouvindo nossa gente, ativando mecanismos de empreendedorismo social e fomentando a educação ambiental. O ESG é uma realidade e os verdadeiros gestores e líderes precisam estar atentos ao potencial criativo e inovador das comunidades.
Nesse aspecto a extensão universitária pode ser uma forte aliada das empresas que buscam inovar. Por excelência, as instituições de ensino são extraordinários canais de diálogo com a sociedade, atuando como verdadeiros vetores de desenvolvimento.
Há um longo caminho pela frente, mas há também muitas oportunidades latentes. Dedique-se a olhar para o seu território, estabeleça conexões, firme parcerias e esteja disposto a ouvir. O futuro é compartilhado, colaborativo e conectado. Com certeza, as melhores respostas que sua empresa procura para os desafios do ESG estão nas comunidades.
Direção Educacional | Coordenador de Inovação | Recuperação de Empresas | Professor pesquisador Stricto Sensu | Desenvolvimento 3D | C-level | Top 1% SSI Linkedin
2 aExcelente!!! #sustentabilidade #mudancacultural #mudancadomeioambiente #futuro #presente