A reforma de previdência é necessária, mas o fim da corrupção também.
Clícia Junqueira
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A reforma da previdência é necessária sim. Não faz sentido as pessoas continuarem a se aposentar com 47 anos de idade no auge de sua capacidade produtiva e criativa, isso sem contar que com a atual expectativa de vida viverão por mais 30 anos em média. Esse modelo não se sustenta hoje, que dirá no longo prazo.
Vale ressaltar que os privilégios e diferenciações aplicados para algumas categorias como militares, funcionários públicos e políticos, compõe o grande déficit da previdência, mesmo que, em alguns casos, sejam garantidos somente aos que tem direito adquirido. Em muitos casos, esses benefícios são vitalícios, integrais, extensivos para esposas e já vi até casos de filhas de militares receberem esses benefícios uma vida toda, o que pode levar mais 40 anos para eliminar esse passivo.
Entendo que aprovar uma reforma como essa é difícil e, algumas concessões devem ser feitas para se chegar a um acordo, porém, se o objetivo é a sustentabilidade do sistema previdenciário, não deveria dar abertura para que funcionários públicos mantenham condições especiais criando seus fundos de pensão municipais e estaduais.
Os trabalhadores sejam eles da iniciativa privada ou públicos pagam impostos e contribuem para o desenvolvimento do país, portanto deveriam ter as mesmas condições ao se aposentar.
O Brasil precisa de uma reforma da previdência sim, e também precisa uma reforma na classe política. Precisamos de representantes que se dediquem a resolver os problemas e trazer soluções para um país melhor. Não precisamos de políticos que estejam preocupados em defender seus benefícios, aumentar seus próprios salários, formar alianças para saírem ilesos da "lava-jato" e que se dediquem única e exclusivamente ao objetivo de manter a corrupção e enriquecer ilicitamente, por meio de seus mandatos.
Nós precisamos, além de trabalhar, estudar e pagar nossas contas, exigir representantes que nos representem, do contrário nosso futuro não será sustentável com ou sem reforma da previdência.