A relação mãe-bebê e a estruturação do caráter

A relação mãe-bebê e a estruturação do caráter

Psicóloga e Psicoterapeuta Corporal Sarahuana Lourenço - CRP 12/14609

Atualmente é crescente o interesse pelos fatores que influenciam o desenvolvimento e a formação do caráter, enquanto aspectos que compõem a personalidade. Este artigo visa elucidar alguns aspectos da relação mãe-bebê que, durante o período de desenvolvimento, influenciam na estruturação do caráter. O contato mãe-bebê, a amamentação, o desmame, os vínculos afetivos que estabelecem o desenvolvimento da moral e da sexualidade, a vitalidade e a disposição com que uma mulher vive sua gestação podem colaborar tanto para a formação de adultos seguros e saudáveis, como causar comprometimentos nos níveis físico, cognitivo, social e emocional do indivíduo.

Durante muito tempo acreditou-se que o feto vivia num mundo isolado, onde nada podia ser sentido por ele, porém, atualmente, sabe-se que o nosso corpo registra todos os acontecimentos vividos, desde o nível pré-natal aos dias atuais. Na visão da Psicologia o caráter do indivíduo será resultante de tudo o que for experienciado no decorrer de sua vida, sendo a forma do indivíduo agir e reagir perante todas as situações que o mundo lhe impõe.

O caráter se estrutura durante a infância e a adolescência, como resultado de um conjunto de experiências afetivas, senso-perceptivas e cognitivas provenientes dos vínculos humanos que se estabelecem.

A personalidade é formada durante as etapas do desenvolvimento psicoafetivo, pelas quais a criança passa desde a gestação. Sua formação inclui elementos geneticamente herdados, tais como o temperamento, e também aqueles adquiridos no meio ambiente em que a criança está inserida, elementos estes que constituem o caráter.

O nível de energia do embrião será determinado pelo nível de energia do útero da mãe, portanto, desde o período embrionário, o bebê já necessita do afeto da mãe e é capaz de sentir a sua energia.

Nos primeiros momentos de gestação já há vida concreta e inteligente, que sente emoções e percebe estímulos que advêm do mundo exterior. O útero como sendo o primeiro ambiente do bebê, deverá ser receptivo, pulsante e acolhedor; deste modo, o medo, estresse, angústia ou qualquer outra emoção, podem alterar esse processo energético e dificultar ou impedir a nidação do zigoto nas paredes uterinas. Emoções prejudiciais que podem ser sentidas pela mãe poderão influenciar na etapa da nidação, e é nesta etapa que muitas vezes, acontece o aborto espontâneo.

Durante a gestação a criança pode sentir se está sendo bem recebida ou não, se os pais estão desejando menina ou menino e pode registrar todas essas informações; por isso deve-se ter cuidado com o que é dito e pensado pelos pais.

A ação estressante sobre o embrião é determinada principalmente pela emoção do medo, que é o medo celular da morte, portanto, tentativas de aborto, gravidez indesejada, intoxicações ou emoções intensas da mãe poderão atingir o embrião, alterando o estado de energia podendo gerar uma baixa energia vital. Por isso a importância de a mãe estar totalmente disponível ao seu bebê e estar saudável física e emocionalmente.

PREVENÇÃO: É indicado portanto, que a gestante sempre justifique e apague todos os efeitos emocionais negativos vividos no dia-a-dia por ela e pelo bebê, pois enquanto a criança está evoluindo no ventre da mãe, está recebendo informações sobre a vida exterior, assim vai aprendendo a viver no novo mundo em que chegará. Um exemplo dessa situação é quando a gestante discute com o marido e este é grosseiro, isso pode causar insegurança no feto, então cabe à mãe justificar o acontecido ao filho, explicando a situação e lhe informando, por exemplo, que o pai estava apenas cansado do trabalho e que ele é um ótimo marido, etc. Visando sempre eliminar possíveis efeitos emocionais negativos para a criança. Uma criança bem formada na fase intra-uterina, com uma gestação tranquila e bem assistida, terá todas as possibilidades de ser uma criança integrada totalmente e provavelmente nascerá sem traumas e sem complexos. É na gestação, portanto, que os pais devem dar maior atenção aos filhos, criando-os com amor, satisfação, paz, tranqüilidade e com muita aceitação. Ou seja, desde a gestação se faz importante, a disponibilidade e aceitação dos pais para com a criança, visto que essa etapa poderá ser geradora de muitos traços de caráter futuros na criança.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Sarah Comin Lourenço

  • Mas afinal, o que faz um Psicólogo Clínico?

    Mas afinal, o que faz um Psicólogo Clínico?

    Afinal de contas, o que é um Psicólogo Clínico? O que ele faz? De onde ele vem? Como vive? Brincadeiras a parte, hoje…

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos