Relações sociais da modernidade líquida
Vivemos atualmente um conflito nas nossas relações sociais que promove incertezas de onde estamos e onde queremos realmente estar.
Presenciamos constantemente a substituição das relações baseadas em presença física por presença social. Quem ainda não observou em um restaurante ou qualquer outro lugar público, grupos de pessoas em que cada uma interage com o seu celular. Movem os dedos com agilidade nos seus dispositivos móveis na ânsia de enviarem as mensagens ou fotos e aguardarem as curtidas. E elas veem em segundos .
Conseguimos nos distanciar ou nos aproximar? Deixamos de lado os que estão a nossa volta e nos conectamos com aqueles que estão em outra parte do mundo
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro “Amor líquido” expõe sua ideia de maneira mais simples e próxima do cotidiano, analisando as relações amorosas e algumas particularidades da “modernidade líquida”. Vivemos tempos líquidos, nada é feito para durar. Amor liquido porque nossas relações de afetividade tornam-se facilmente descartáveis. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos feito água. As relações terminam tão rápido quanto começam.
E muito provável quando Vinicius de Moraes escreveu em um dos seus poemas “Que seja eterno enquanto dure” não imaginava que as relações seriam tão efêmeras.
Se estamos em um lugar pensando em outro então não estamos em lugar nenhum. E entramos a todo o momento neste cilada. O bom é saber que tudo passa e que nova mudança de comportamento aconteça impulsionado pela conscientização da ausência do aqui e agora.
A Internet é um vetor positivo na construção dos relacionamentos pessoais, o que está faltando é a dosagem do virtual e real. Que seja possível dosar o toque do celular com o abraço na pessoa que está ao nosso lado. Que as mensagens escritas sejam faladas nas conversas relaxadas com os amigos e parentes. E que as relações sejam mais sólidas e duradouras.