Repensando seu negócio para transformação digital
Uma das palestras mais impactante que tive a oportunidade de assistir em 2019 foi da Martha Gabriel na minha cidade. Com um currículo impressionante, ela é professora especialista em tecnologia e uma das mais influentes pensadoras da transformação digital e sua influência nos negócios.
Nessa palestra intitulada ‘O profissional exponencial’ ela falou sobre as características necessárias para se destacar no mercado de trabalho, no contexto atual da sociedade. Num contexto onde “se você não ser quer substituído por um robô, não pode ser um robô”, Martha Gabriel aponta 8 pontos-chaves para sobreviver à transformação digital. Minha primeira percepção foi na condição apenas de profissional, mas aqui friso também como empreendedor, empresa, e nas demais dimensões da nossa vida pessoal.
- Mentalidade digital: não é só sobre tecnologia, mas engloba “mentalidade adequada para a transformação – inovação, aceleração de processos, gestão da mudança”
- Pensamento crítico: todos nós enquanto tomadores de decisão precisamos ter pensamento crítico, para identificar oportunidades, riscos e ameaças. Não dá tempo esperar a informação chegar processada, pois a velocidade das mudanças são muito mais rápidas.
- Criatividade / experimentação: a partir da análise crítica das situações vem a criatividade para criar soluções novas que, por sua vez, precisa de ação. Portanto, é através da utilização de método, experimentação, testes, que as ideias se tornam inovadoras e transformadoras.
- Simbiose tecnológica e Colaboração: Coloquei as duas juntas, pois as conexões são fundamentais, seja com pessoas, seja com as tecnologias. São as conexões que ampliam a capacidade de atuação no mundo digital.
- Be human (3E’s): a palestrante coloca como os 3 E: emoção, ética e empatia. São características essenciais para se destacar enquanto profissional no mundo digital;
- Adaptabilidade/Agilidade: segundo Ray Kurzwiel, em 100 anos do século XXI nos vamos ter 20mil anos de progresso e em 2045 sera o marco dessa singularidade tecnológica. Sim, mas o que isso significa? a velocidade da inovação é tão rápida que precisamos está constantemente nos adaptando, às novas tecnologias, novos modelos de negócio, etc.
- Resiliência: voltamos à velocidade, hoje tudo está em constante fase beta, e é a persistência para superar as mudanças, riscos e obstáculos do percurso;
Mas como você se posiciona nesse novo cenário? Com tantas tendências, repensar seu negócio e inovar dentro dessa perspectiva pode parecer algo complexo ou distante da realidade de pequenas empresas. Mas não é. Tudo começa com a mudança de mentalidade. Falar de mindset, pode parecer modismo, mas é justamente a primeiro ponto citado pela Martha Gabriel, que devemos buscar para acompanhar a velocidade de mudança dessa era do crescimento exponencial (Ray Kurzwiel). Essa agilidade para analisar as oportunidades desse crescimento é necessária para se manter competitivo num mercado cada vez mais mutável.
“O maior inimigo do novo é aquilo que fazemos muito bem no processo antigo. É que as habilidades em que somos fortes nos prendem ao passado, dificultando que enxerguemos a mudança de paradigmas.” Martha Gabriel em Digitalks
No entanto, aqui quero focar em 2 pontos que são, na minha opinião, imprescindíveis: O fator humano e Conexões. Em um mundo cada vez mais digital e tecnológico, o que nos faz diferente das máquinas é justamente nossa capacidade humana de pensamento crítico e a tríplice Emoção-Ética-Empatia. Quando pensamos em marketing, em negócios e empreendedorismo, inovação, qualidade de vida e outros fatores sociais, rapidamente percebemos o quanto hoje eles são cada vez mais associados a ideias de propósito, gatilhos emotivos, aspectos éticos. “Pessoas compram de pessoas”, marcas são personificadas, relacionamento com cliente agora é “sucesso do cliente”, o novo RH como “parceiro de negócios”, trabalho remoto, etc, mostram o fator humano muito mais enraizado no contexto empresarial que apenas no aspecto individual. A partir desses fatores são gerados conexões e são elas que geram inovação, desenvolvimento, novas soluções, qualidade de vida, etc.
O segundo fator são as conexões, não apenas com pessoas, como também a simbiose tecnológica. Saber utilizar tecnologia para facilitar o dia-a-dia e buscar maneiras inovadoras para otimizar diversos aspectos da vida e do trabalho é essencial. A transformação digital nos negócios começa com buscar a fluência em um novo idioma e cultura. É analisar como as coisas são feitas hoje e procurar tecnologias que podem melhorar e facilitar os processos. “E se as tecnologias substituírem o meu trabalho/meu negócio?” A tecnologia está aí, querendo ou não, se não utilizarmos o que ela tem para oferecer, não só ficaremos sem trabalho, no caso do profissional, como não teremos mercado, no caso dos negócios.
“Pessoas são para perguntas; máquinas são para respostas” Kevin Kelly
Cada vez mais temos oportunidade de fazer diferença a partir do nosso posicionamento diante das novas possibilidades do mundo digital. A assistência remota tem como proposta a atualização dos modelos e ferramentas, e dinamizar a gestão de pequenas empresas, dando suporte à microempreendedores e profissionais liberais em diversas atividades. A transformação digital nos negócios representa um momento de mudanças muito turbulentas. Entretanto, o mais perigoso nesse contexto é continuar agindo segundo a lógica do passado (Peter Drucker), pois é provável que os métodos antigos já não funcionem mais tão bem como costumava. Dessa forma, para problemas novos temos que pensar em novas soluções.