A reprise do filme...

A reprise do filme...

Inflação mundial em alta e nós sentindo o reflexo pelos nossos próprios problemas e pelos problemas causados pela globalização, mas, se achamos que é exclusividade nossa, imaginem um alemão que paga o mesmo preço da salsicha há anos e agora tem uma inflação anualizada de 7,3% (março 22)... 

Como a inflação estratosférica deles ficou para trás faz muito tempo eles têm razões de sobra para ficarem assustados, mas nós que estamos de certa forma acostumados, temos que colocar em prática as nossas habilidades e recursos para nos protegermos dela. Cabe lembrar que quem mais sofre é a população que não tem recursos em reserva para aplicar e tentar amenizar os efeitos inflacionários.

Da inflação vamos para a guerra - que continua e que já não é manchete -  e cujos efeitos devastadores, antes imaginados, já não se concretizam. Da falta de adubos que seria terrível para a próxima safra pouco ou nada se fala, das consequências no preço do petróleo, tudo parece alto, mas comportado.

Mas temos sempre a China, sempre ela... Cidades fechadas, portos fechados, falta de insumos internamente e para os países dependentes das exportações de manufaturados chineses; ou seja, um problemão que de alguma forma está se refletindo na inflação e na insegurança nas cadeias produtivas. Falamos sempre em diversificação, mas parece que o mundo produtivo não observou esta questão e concentrou seu risco na China.

De qualquer forma, é sempre bom olhar para a frente e é isso que o mercado faz. Assim, quando as cidades abrirem, quando os portos voltarem a funcionar, teremos que repor os estoques internos da China e aí as commodities voltarão a subir, a cadeia produtiva voltará ao  seu ritmo normal e a inflação tende a cair, até por conta dos juros elevados no mundo todo que também voltarão aos níveis que podemos chamar de normais.

A vida é um filme e a análise de um fotograma ajuda na interpretação do momento e na tomada de decisão, mas só ele não nos ajuda a tomar uma posição equilibrada e sensata com relação aos nossos investimentos.

Não falei das eleições? Um fotograma apenas cujos resultados nos farão realinhar ações, decisões e visão de futuro.

A receita é sempre a mesma: diversificar, acompanhar os mercados, não pretender ganhar tudo e sempre e, mais do que isso, gastar com parcimônia, com planejamento e com os olhos no futuro que não é amanhã, mas daqui a alguns muitos anos.

Já passamos momentos piores, aliás, já vimos este filme.

José Carlos Souza Filho

Professor / Palestrante / Tributação / Business Game

2 a

Belo texto, amigo José Vignoli. Abraço. JC

Júnior Almeida

Diretor de Comunicação na NS Brasil

2 a

Ótima reflexão!

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