Resiliência

Resiliência

Neste tempo, oiço demasiadas vezes a palavra resiliência. Assim decidi ler e entender melhor o que podemos fazer com a mesma. O que é ser resiliente. Como a resiliência nos transforma, que ações podemos tomar:

A resiliência é a capacidade humana de assumir com flexibilidade situações limite e sobrepor-se a elas. Serve também para afrontar as crises, ajuda-nos a sair fortalecidos delas. Fundamentalmente consiste em reestruturar os nossos recursos mentais, ou seja, não existe uma vida dura, mas momentos difíceis.

E não se trata de uma questão semântica, mas de uma forma diferente e mais otimista de ver o mundo. As pessoas resilientes estão conscientes de que depois da tormenta chega a calma. De facto, estas pessoas surpreendem-nos pelo seu bom humor e fazem com que nos interroguemos como é possível que, depois de tudo o que passaram, possam afrontar a vida com um sorriso nos lábios.

Michel Manciaux (MANCIAUX M. et al. La resilience: resister et se construire. Geneve : Medecine et Hygiene, 2001, 253) diz que existem pessoas que ao enfrentar um trauma ou uma desgraça permitem que estas os superem, enquanto que outras conseguem seguir com as suas vidas sem demasiadas dificuldades. Inclusive, muitas vezes conduzem esta atitude a um nível superior e transformam esse trauma em algo positivo, ou seja, a experiência vivida ajuda-os a desenvolver recursos para sobreviver, que não acreditavam possuir.

Que podemos fazer para ser mais resilientes?

  • Ser consciente das minhas potencialidades e limitações. O autoconhecimento é a maior das armas para enfrentar as adversidades e os desafios. Saber quais as minhas principais fortalezas e capacidades, assim como as minhas limitações e defeitos. Assim posso traçar objetivos que não só têm em conta as minhas necessidades, mas também os recursos.
  • Criatividade. Não chega colar o jarrão partido, é necessário estar consciente de que já nunca vai voltar a ser o mesmo. A resiliência ensina a fazer um mosaico com os pedaços quebrados, e transformar a dor em algo belo ou útil.
  • Confiar nas nossas capacidades. Confiar no que sou capaz de fazer, não perder de vista os objetivos, seguro do que posso alcançar. Por outro lado, saber quando é preciso pedir ajuda.
  • Aprender perante as dificuldades como uma oportunidade. Ver mais além dos maus momentos. as crises como uma oportunidade de gerar mudança. Quando enfrentamos uma adversidade, interrogamo-nos, o que posso aprender disto?
  • Praticar a consciência plena (mindfulness). Treinar o hábito de estar plenamente presentes, de viver no aqui e no agora com aceitação, sem juízos limitadores.
  • Otimismo é ser objetivo, saber quais são as minhas potencialidades, os recursos ao alcance e as metas, conscientes de que nada é completamente positivo ou negativo, fazer por se centrar nos desafios.
  • Rodear-se de pessoas com uma atitude positiva. Criar uma rede de apoio sólida que nos pode suportar nos momentos mais difíceis. Cuidado com as pessoas tóxicas.
  • Controlo. Uma das principais fontes de tensões e stress é o desejo de querer controlar todos os aspetos da nossa vida. Por isso, quando algo nos escapa das mãos, sentimo-nos culpáveis e inseguros. Aprender a lidar com a incerteza e a não querer controlar todos os aspetos da nossa vida.
  • Ser flexível perante as mudanças. Ter a flexibilidade suficiente para adaptar os planos e mudar as metas quando é necessário. Valorizar alternativas diferentes, sem nos focarmos obsessivamente nos planos iniciais e numa única solução.
  • Perseverança e capacidade de luta. A diferença é não lutar contra moinhos de vento, mas aproveitar o sentido da corrente e fluir com ela. Mantermo-nos firmes e lutar pelo que me proponho.
  • Enfrentar a adversidade com humor.
  • Procurar a ajuda dos outros. Porque ninguém consegue tudo sozinho e a vulnerabilidade de pedir ajuda é um fator fundamental a conseguir o que nos propomos e a enfrentar situações de crise.

 

Jorge Bicho

Upturn – Coaching & Development


Sofia Castelo-Branco

Office Assistant na LHH|DBM Portugal

3 a

Muito bom, Jorge. Ideias muito válidas e bem desenvolvidas. Vale uma partilha. 😉

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