A Resposta do Planeta
Fotografei uma florzinha que lembra um Corona Vírus

A Resposta do Planeta

Minha geração jamais viveu uma pandemia global.

Três assuntos eram bastante referidos na minha casa, em minha infância: Primeira Guerra Mundial, Gripe Espanhola, Segunda Guerra Mundial. Foram eventos marcantes para as gerações de meus avós e meus pais.

A Gripe Espanhola – estima-se – matou entre 30 e 50 milhões de pessoas, num mundo, em 1919, de apenas 1,8 bilhão de habitantes. Hoje somos quase 8 bilhões. 8 bilhões de pessoas que se deslocam, por todos os meios de transporte, aos milhões, de um continente a outro. Em 1919, quantos viajavam pelo mundo?

A epidemia mais brava que eu vi foi nos anos 1970, a meningite, e o Hospital Emílio Ribas, aqui em São Paulo, se saiu muito bem no combate a ela. Mas foi aterrorizante.

Depois, nos anos 1980, veio o HIV, causando a AIDS e matando muita gente boa nos primeiros anos, até que a Medicina conseguisse um “coquetel” de medicamentos que evitasse as infecções oportunistas que vinham junto com a queda de imunidade de quem tinha o vírus HIV.

Nos anos 2000, o H1NI assustou bastante o mundo, até que se conseguisse uma vacina. (Vacina essa que eu tomo todos os anos, por falar nisso)

Mas nem a meningite nem a AIDS e nem o H1N1 tiveram as proporções dessa pandemia global que tomou o mundo de assalto em dezembro de 2019 e está paralisando o planeta, a economia e, curiosamente, junto com isso também a devastação. Saindo menos de casa, viajando menos, muito menos, produzindo menos porque vendendo menos, são menores também a poluição e os estragos que, diariamente, o ser humano causa à sua mãe Terra.

Nos anos 1990, em meu programa Condição de Mulher, da Rede Mulher de Televisão, entrevistei um druida e uma bruxa. Perguntados sobre o que, afinal, era o ser humano sobre a terra, ambos responderam em uníssono: --Um vírus.

Pois é exatamente um vírus que o planeta nos manda agora, como um recado claríssimo: a despeito de todo o nosso avanço tecnológico, de toda a nossa arrogância, de nos julgarmos superiores a outros seres vivos (bichos e árvores, por exemplo) a Natureza é capaz de nos destruir através de um ser microscópico.

 É claro que vamos sair disso, mas espero que, como um indivíduo que passa perto da morte, se safa, e por isso dá novo sentido à sua própria vida, a sociedade mundial agora se repense.


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