Reta final: a preparação das urnas no 2º turno das Eleições 2022
Danielle Bello
Politicas públicas | Governo aberto | Dados abertos e governança de dados | Capacidades estatais | Advocacy
Estamos finalmente entrando na reta final das #Eleições2022. À época dos preparativos para o 1º turno, contei um pouco aqui sobre como funciona uma etapa fundamental no processo eleitoral: a cerimônia de preparação das urnas, organizada pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) em cada estado.
Além de ser o momento em que as urnas ficam prontas para a votação, ela é mais uma das etapas de fiscalização e auditoria que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prevê no processo eleitoral e acontece de forma totalmente aberta à participação de qualquer pessoa interessada.
Assim, a Open Knowledge Brasil buscou se mobilizar, principalmente através da sua Rede de Embaixadoras de Inovação Cívica, para acompanhar as cerimônias em diferentes locais e fortalecer ainda mais a transparência das eleições.
Saiba mais sobre o procedimento e minha experiência acompanhando os trabalhos em dois cartórios eleitorais no estado de São Paulo:
Mas com o 2º turno chegando, uma dúvida surge: as urnas precisam ser preparadas novamente? A resposta é sim, mas o processo é um bem mais simples do que o da etapa anterior.
Assim como no 1º turno, o calendário foi unificado em SP e a preparação começou em todo o estado na mesma data: segunda, 17 de outubro. Voltei no dia 19 aos mesmos cartórios onde acompanhei as cerimônias antes, da 415ª e da 181ª Zonas Eleitorais (ZE), em Suzano, Região Metropolitana de São Paulo.
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Nessa rodada, apenas uma mídia é manuseada: a mídia de resultados (MR). Ela é retirada da urna, formatada e carregada com dados que vão sincronizar com aqueles já carregados no 1º turno (eleitorado e candidaturas), habilitando para voto apenas as pessoas candidatas que disputam o 2º.
Com isso, a lacração física das urnas também é mais rápida: dos nove lacres que já estão no equipamento, apenas o que protege o compartimento da MR é alterado. Ele é rompido para retirada da mídia e, depois que ela é reinserida, um novo lacre com a identificação do 2º turno é colado. O compartimento está, então, novamente selado e protegido de qualquer tentativa de violação.
Entre a carga de dados e a lacração, aqueles mesmos testes de funcionamento e integridade voltam a ser realizados: teclado, bateria, áudio, memória… Apenas com o funcionamento plenamente atestado, registrado nos diversos relatórios impressos ao longo dos procedimentos, que a urna é finalmente lacrada e empacotada para seguir à sua seção eleitoral.
E assim como no 1º turno, ao menos 3% das urnas de cada ZE passam por auditoria, há novos testes de funcionamento na véspera, quando as urnas são recebidas pelo apoio logístico nos locais de votação, e no dia das eleições, antes da votação começar.
E, paralelamente às eleições, acontece o Teste de Integridade, realizado tanto pelo TSE lá em Brasília, como pelos TREs em cada estado, em grande parte transmitido ao vivo pela internet. O que não falta é oportunidade para a sociedade acompanhar, participar e fiscalizar todo o processo!
Seguimos na esperança de que domingo, dia 30, seja um dia verdadeiramente democrático. Não deixe de exercer seu direito ao voto, de forma pacífica e consciente e respeitando os demais e o resultados das urnas.