RETOMANDO O CRESCIMENTO III

RETOMANDO O CRESCIMENTO III

Continuando o “Para o Quê Mudar?” observemos alguns pontos positivos do sistema de ensino do Chile.

CHILE:

PIB per capita: 15.820. IDH: 0,847. PISA Em Leitura: 452. Em Matemática: 417. Em Ciências: 444.

O Chile começou sua reforma de ensino com investimentos, reestruturação de conteúdos, formação e avaliação de professores, com o objetivo de despertar nos alunos a capacidade de abstrair, de pensar em sistemas para resolver problemas, trabalho em equipe e lidar com incertezas.

A liberdade de ensino também é conferida aos que pretendam criar, organizar e manter estabelecimentos educacionais. Esse direito é amplo e tem como únicas limitações aspectos de ordem moral, bons costumes, ordem pública e segurança nacional. Além disso, há previsão expressa de que ao ensino oficial é vedada a propagação de quaisquer tendências político-partidárias.

O sistema educativo caracterizado pela equidade e qualidade do serviço, tem a finalidade de transmitir valores como o “respeito e valoração dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, diversidade multicultural e da paz, e de nossa identidade nacional”.

A educação formal está organizada em quatro níveis: fundamental, básica, média e superior (além de modalidades dirigidas a grupos específicos). As crianças chilenas são alfabetizadas, em média, aos seis anos de idade, entre o primeiro e o segundo básico, por meio de método misto (holístico) de aprendizado. Tanto a educação básica como a educação média tem duração de seis anos. A média, porém, é subdividida: quatro anos de formação geral e dois anos de formação diferenciada.

Na educação média, cuja idade máxima para ingresso é de 16 anos, define-se como objetivo estimular o aluno a aprofundar sua formação geral, integrando-se à sociedade a partir de uma concepção ativa de cidadania. Esse nível educativo oferece uma formação geral comum, à qual são acrescentadas as seguintes formações diferenciadas: humanista-científica; técnico-profissional; e artística.

Os cursos de pós-graduação e especialização profissional buscam aprimorar as habilidades práticas dos docentes, de maneira a conferir instrumentalidade ao saber acadêmico que caracteriza teses de doutorado e dissertações de mestrado.

O Programa Inovar Para Ser Melhor, por exemplo, é gratuito e completamente on-line, para professores do sistema municipal e particular subvencionado. Apresenta um conjunto de cursos com ênfase na atualização disciplinar e pedagógica, bem como na flexibilidade metodológica.

O modelo educacional chileno, idealizado segundo padrões neoliberais, atribui ao Estado função subsidiária na implantação das diretrizes definidas pela legislação e pelas políticas públicas. A ideia-força do sistema é dar a maior liberdade possível aos estabelecimentos educacionais (e aos pais ou responsáveis), de maneira que a competição entre escolas e métodos gere maior eficiência, desempenho e inovação.

Quando alunos de determinada escola não aprendem satisfatoriamente, dão atenção especial a alunos com os piores resultados de aprendizagem e a seus professores.

No primeiro ciclo do Ensino Básico buscam reforçar Linguagem, Escrita e Matemática, dando capacitação em didática aos docentes, com monitores selecionados e preparados pelo ministério. Chegaram à conclusão de que algumas escolas precisavam mudar o corpo docente ou encerrar as atividades.

Quando um professor não é bem avaliado nas categorias "básico" ou "insatisfatório" ele deve seguir um plano de aprimoramento profissional. No ano seguinte, ele é reavaliado: caso repita o resultado anterior, não será mais responsável pela disciplina, mas continuará sendo orientado em sua capacitação. Se depois disso ele fracassar novamente, deverá abandonar o ensino.

Além de fornecer uma visão sobre o desempenho de cada um, para um educador bem avaliado o sistema oferece a quem for considerado "competente" um bônus salarial que varia entre 15% e 25% da remuneração básica nacional. A porcentagem depende do resultado de um exame de conhecimentos disciplinares e pedagógicos.

No próximo artigo analisaremos o “Como Mudar a Educação no Brasil”?

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claudiney@fullmann.com.br

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