A Revolução da Educação: ChatGPT e Bard
"O que é equação do primeiro grau", "solucione essa equação", "traduza este trecho para alemão", "faça um resumo sobre a Guerra dos Farrapos". Estas solicitações ao ChatGPT da OpenAI ou ao Bard do Google, retornam respostas em segundos, sem necessidade de navegar por diversas páginas. Isso evidencia o poder da inteligência artificial (IA).
Mas qual é o significado disso para a educação? A resposta pode ser multifacetada.
Primeiro, é preciso compreender a natureza dessa ferramenta. Lembrando do impacto causado pela invenção da calculadora, ela simplificou a resolução de cálculos ao toque de botões, levantando questionamentos sobre o ensino da matemática. Aprender a tabuada, por exemplo, já não era necessário. Mas a matemática vai além de memorizar operações, visa desenvolver raciocínio e compreensão. Assim, a calculadora se tornou um auxílio ao aprendizado, não o seu fundamento.
Essa realidade se assemelha ao atual momento, onde a IA traz facilidades inegáveis. Tal como todo smartphone tem uma calculadora, em breve a IA será um recurso acessível a muitos. O próximo passo na linha evolutiva, saindo das enciclopédias para o Google.
Segundo, é necessário entender a utilidade dessa ferramenta. Em resumo, a IA expande o acesso à informação.
Na educação, informação é fundamental, mas não é tudo. O processo educacional foca no desenvolvimento do estudante. Nesse sentido, o ChatGPT e o Bard não ameaçam a educação. Na verdade, ajudam os educadores a focarem no que é crucial: desenvolver pensamento crítico, interpretação e raciocínio. Eles são aliados, não inimigos.
IA pode ser usada como ferramenta pedagógica, por exemplo, para estimular debates em sala de aula. O conteúdo gerado a partir desses dados contribui para a formação do aluno, não é simplesmente informação entregue.
Ela também pode ajudar na educação de outras formas: resolvendo dúvidas simples, criando questionários, tutoriais, além de analisar grandes volumes de dados para auxiliar a tomada de decisões, possibilitando um ensino mais personalizado.
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Entretanto, a IA deve ser usada com cautela. No caso do ChatGPT, há relatos de informações incorretas e até totalmente falsas. A verificação de fatos é imprescindível.
Além disso, o jeito que as respostas são fornecidas pode criar uma falsa impressão de certeza, algo que não existe em muitos debates. A educação passa constantemente por questionamentos, e quanto mais descobrimos, mais perguntas surgem.
É crucial também que os alunos entendam a função desse tipo de auxílio, para não se tornarem inteiramente dependentes. Esse é um desafio comportamental que deve ser enfrentado pelos educadores.
Resumindo, o uso da IA na educação depende de diversos fatores, principalmente do contexto do aluno. Considerar o modo como ele estuda, sua rotina, sua autonomia, é essencial para avaliar se o ChatGPT ou outras tecnologias similares serão benéficas ou desfavoráveis ao ensino.
Pelo outro lado, banir o ChatGPT ou o Bard do ambiente escolar é contraproducente. O progresso tecnológico é inescapável.
A IA pode fornecer informações sobre a Guerra dos Palmares, mas para entender o contexto e os impactos desse evento é necessário estudo constante e fundamentado. Ela pode resolver uma equação, mas se o aluno não entende o raciocínio por trás, não conseguirá refazê-la. Ela pode traduzir um texto, mas não ensina a falar um novo idioma.
A tecnologia pode e deve ser vista como aliada - nunca substituta - da educação. As escolas devem se adaptar e enxergar a IA como um incentivo para o desenvolvimento. Ao final do dia, os alunos precisam saber perguntar, interpretar e criticar, com ou sem um robô. E isso é o nosso papel como educadores.
Tecnologia & Saúde | Engenheiro de Software | Laravel | PHP | JS | API REST | Automação de processos - N8N
1 aVale a pena ler, muito legal e útil para o trabalho.
Coordenadora de Departamento Pessoal | Saulo Caus Contadores Associados Ltda
1 aVale a pena a leitura, muito rica! Jonatas Ebenezer de Jesus