ROBÔS NA INTRALOGÍSTICA

“ROBÔ”, palavra de origem eslava “rabota”, que significa trabalho e foi falada, pela primeira vez, na peça R.U.R. “Robôs Universais de Rossum”, do dramaturgo checo Karel Čapek, em 1920. Há mais de 100 anos!

Obviamente que os robôs avançam, encantam e também preocupam pessoas em todo o mundo. O próprio Bill Gates, fundador da Microsoft, não deixa de destacar que está preocupado com a acumulação de riqueza que a revolução da robótica e da inteligência artificial trarão.

Mas, enquanto o mundo não resolve este desafio, muitas empresas de classe mundial seguem a jornada da competitividade. Vejam algumas delas a seguir:

REVOLUÇÃO ROBÓTICA

Os últimos dados da IFR – International Federation of Robotics, que há muitos anos acompanha a evolução da robótica internacional, em seu último relatório “World Robotics 2023” destaca que Coreia, Singapura e Alemanha estão na liderança mundial da automação por meio de robôs. De um total superior a 3,9 milhões de robôs monitorados, a densidade de robôs para cada 10 mil funcionários, em cada um destes países é de:

- Coreia (1.012),

- Singapura (730),

- Alemanha (415),

- BRASIL (9)... sim, o Brasil está ainda engatinhando na robotização.

Além disso, vale o destaque também para a China que, apesar de não estar entre os 3 primeiros (para cada 10.000 funcionários), vale destacar a quantidade de robôs, em valores absolutos, que são instalados por lá:

E, apesar dos dados da IFR estarem mais relacionados a aplicação de robôs na indústria, vale destacar também que a intralogística vem acelerando nos últimos anos e, somente a Amazon, a gigante do varejo mundial, já conta com mais de 300 mil robôs em suas operações espalhadas pelo mundo.

AVANÇO DA TECNOLOGIA NA ROBÓTICA DA INTRALOGÍSTICA

Uma verdadeira onda de automação na intralogística por meio da robótica tem ganhado o mundo nos últimos anos. Apesar do modesto crescimento no Brasil (foco em nichos de excelência), isso se dá pelo avanço da própria tecnologia.

10 tecnologias que, apesar de não serem tão novas, têm avançado muito nos últimos anos, impactado o avanço da robótica:

1. Materiais: cada vez mais leves e resistentes, materiais como a fibra de carbono e ligas metálicas mais avançadas permitem que os robôs sejam muito mais leves, ágeis e duráveis;

2. Machine Learning: a inteligência artificial, por meio de algoritmos mais avançados tem permitido que os robôs possam aprender cada vez mais com suas próprias experiências;

3. Visão Computacional: mais do que a simples detecção por câmeras, a capacidade de processar e interpretar imagens em tempo real é a base para a navegação e interação com o ambiente e as pessoas;

4. Interfaces intuitivas: a tecnologia faz com que os robôs compreendam cada vez mais e respondam os humanos de forma natural. Seja por voz, gestos e até links cérebro-máquinas, o avanço é brutal nesta área;

5. Conectividade: a integração de redes 5G, IoT e outras tecnologias permite a comunicação em tempo real entre robôs e sistemas de informação.

6. Cloud Computing: a capacidade de processar grandes volumes de dados, em tempo real, na nuvem, é fundamental para o funcionamento integrado de todas as tecnologias;

7. Motores e Atuadores: dentro do ramo da robótica e mecatrônica, a miniaturização, a maior potência e o torque possibilitam movimentos mais precisos e harmônicos;

8. Sensores: a tecnologia óptica de detecção LIDAR – “light detection and ranging” dá “olhos” aos robôs, permitindo que os mesmos tenham uma melhor compreensão do ambiente e de posição relativa;

9. Baseadas na natureza: a robótica está se baseando no estudo de animais e insetos para obter "insights" para o desenvolvimento de sistema de manuseio, movimentação e interação com o ambiente;

10. Habilidades Biológicas e Emocionais: robôs que podem nadar, voar, pular, escalar e até detectar emoções são tarefas complexas que têm evoluído também com inspiração na natureza.

ROBÔS HUMANÓIDES NA INTRALOGÍSTICA

Uma das frentes de desenvolvimento tecnológico, que começa a aparecer mais intensamente é a dos robôs humanoides. Obviamente que, por trás destas inúmeras tecnologias existem grandes empresas financiando a pesquisa e o desenvolvimento dos robôs, como é o caso da Boston Dynamics, que têm o grupo Hyundai por trás, a gigante Tesla, que lançou o robô Optimus e a Agility Robotics, que tem na Amazon como uma de suas principais fontes de receita, entre inúmeras outras, espalhadas pelo mundo e que investem para levar os robôs aos novos patamares.

Todo o desenvolvimento da robótica motivou muitas destas empresas a investirem nos robôs que imitassem a aparência humana, chamados humanóides, com seus membros superiores, inferiores, cabeça etc.

Mas será que esta configuração será definitiva para a intralogística, ou seja, será que teremos robôs humanóides realizando em um futuro próximo as atividades de manuseio, movimentação e estocagem dentro de uma determinada operação?

Ninguém têm dúvidas que algumas aplicações promissoras para os robôs incluem:

Saúde e bem-estar: assistência para idosos e pacientes, procedimentos cirúrgicos etc.

Indústria: realização de tarefas repetitivas e perigosas, inspeção e manutenção;

Logística: transporte e delivery de produtos;

Intralogística: descarga, manuseio, movimentação, estocagem, separação, carregamento...;

Serviços Domésticos: limpeza, organização e tarefas domésticas diversas.

Mas todos estes robôs serão humanóides?

Certamente NÃO!

Existem princípios básicos da intralogística que a configuração humana não se encaixa. Ou seja, o ser humano não é a melhor configuração para a intralogística.

Acesse o QR Code abaixo, observe a operação de 6 diferentes robôs e reflita: qual robô estaria mais apto para as atividades da intralogística?

Se acessou os robôs e teve oportunidades de visualizá-los em operação, percebeu que para aplicar todas as 10 tecnologias que foram destacadas neste artigo, não é necessário que o robô tenha, por exemplo, uma cabeça (custo desnecessário). Pés e pernas flexíveis são lentos e péssimos recursos para movimentação, principalmente quando os comparamos com o uso de rodas e com a tecnologia de giroscópios e acelerômetros, que já são relativamente baratas para robôs. E os braços e mãos também, definitivamente, não são os melhores recursos para as pegas, quando comparadas com a evolução tecnológica das garras para manuseio de materiais.

Assim, se visualizou todos estes pontos nas 6 alternativas, certamente irá identificar na alternativa B a mais "inteligente", por enquanto, para a intralogística. Ele é o EVOBOT, um robô desenvolvido especificamente para estes tipos de atividades, pelo instituto alemão Fraunhofer - Institut für Materialfluss und Logistik, que os diretores da IMAM sempre visitam em suas viagens internacionais.

Mas o EVOBOT não é um humanoide!

Os robôs humanoides certamente terão seus espaços em muitas outras aplicações, mas estão ainda muitos distantes, do ponto de vista de viabilidade técnica e principalmente econômica, para atender as demandas da intralogística. Na última MODEX 2024, nos Estados Unidos, o investimento de um robô humanoide para realizar operações de intralogística está ainda na faixa de US$ 200 mil. Vamos deixar registrado aqui neste artigo para observarmos a evolução desta tecnologia nos próximos anos, principalmente em relação ao investimento.

CONCLUSÃO

O fato é que competitividade das empresas ao redor do mundo que investem em automação está cada vez maior e é incrível observar que: quanto mais as empresas investem em tecnologia e automação, mais se tornam competitivas, mais crescem e mais também contratam pessoas.

Mas então onde fica o déficit de empregos quando se fala em robôs? Obviamente fica com as empresas e os países que têm maior dificuldade e onde os desafios para viabilizar a automação são maiores.

Hoje, por exemplo, no Brasil, apesar de existirem poucos nichos de excelência, onde uma boa parte já opera com as mais recentes tecnologias desenvolvidas ao redor do mundo, observa-se que, em muitos casos, são empresas que podem se dar ao luxo de investir sem viabilidade econômica. Ou seja, "investidores" que não se preocupam ou nem desconfiam que, ao invés de terem investido R$100 milhões na intralogística, para entregar o mesmo nível de serviço, com ROI na faixa dos 5/10 anos, poderiam ter investido R$25 milhões, com soluções híbridas e um custo operacional um pouco maior.

Obviamente que, as soluções híbridas são geralmente muito mais complexas, tanto para as empresas multinacionais que estão acostumadas a trabalhar com os padrões de automação internacionais, quanto para as empresas nacionais, que muitas vezes não têm acesso às opções tecnológicas e acabam investindo o lucro de seu negócio em soluções demasiadamente automatizadas.

Enfim, o cenário no Brasil será de cada vez mais oportunidades na tecnologia, automação, robotização.

Basta estarmos preparados e explorarmos nossas vantagens competitivas.

Sendo assim... vamos em frente!

O IMAM NO BRASIL

O time IMAM, que foi fundado como Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais, atua no Brasil desde 1979 e observou que os investimentos em intralogística seguiram um padrão completamente diferente em relação a outros países.

As empresas que investiram em planejamento e encontraram soluções híbridas que atenderam as diferentes regiões do Brasil prosperaram e continuarão prosperando...