Síndrome de Poliana
Já me disseram que eu pareço ter a síndrome de Poliana, por enxergar positividade em quase tudo e por estar sempre confiante de que, no fim, tudo vai acabar bem. Nesses dias tão difíceis no nosso país, em que o conforto do poder aquisitivo cega e evidencia a falta de empatia das pessoas, não tem sido fácil conter sentimentos ruins.
Fiquei muito tempo sem escrever, inclusive, e eu acho que fui vencida temporariamente por essa avalanche de coisas que vem acontecendo no nosso coletivo. Esse texto era para ter um outro rumo, inclusive, mas vejo que virou meio que um desabafo.
Eu queria mesmo era falar de decisões. De humanidade. De fazer jus à minha fama de “Poliana”. De dizer que a gente pode mudar um sistema desde que a gente seja a mudança que a gente quer no mundo. Pode-se começar pequeno.
Será que estamos fazendo o suficiente no nosso trabalho, na nossa casa, na nossa escola que possa trazer um pouco mais de dignidade ao outro? Será que estamos elevando, de alguma forma, a autoestima de alguém? Qual a sua contribuição nesse mundo? Eu acredito muito que não existe o impossível quando há seres humanos envolvidos. Tanto para o bem, quanto para o mal. Talvez seja por isso que acredito tanto no potencial e na capacidade gigantesca de transformação que temos enquanto sociedade.
O mundo precisa de pessoas que tomam decisões, que se posicionam e que não só detectam o problema, mas buscam soluções, mesmo que agindo a longo prazo. Começar hoje e colher amanhã, mês que vem, ano que vem. Talvez daqui a 10 anos. Ou mesmo, estender a colheita para futuras gerações. Alguém precisa começar.
Psicologia | Saúde Mental | Direitos Humanos | Clínica Racializada
3 aSinto que é realmente sobre isso, Ari! Fico grata pelo seu texto e humanidade!