Saúde Pública: O problema é a de falta de dinheiro ou de uma gestão eficaz

Programas como o Saúde da Família , Farmácia Popular, Melhor em Casa e SAMU, entre tantos outros podem ser extremamente benéficos à população no que dizem respeito ao acesso a recursos de uma saúde pública mais comprometida com a melhora de seus doentes.

Mas o Brasil e especificamente em nossa região não consegue, de forma satisfatória, atender a todas as demandas da área da saúde, especialmente aqueles que não podem pagar um atendimento particular.

As filas de espera para consultas e exames do SUS chegam as absurdo de pessoas que precisam esperar até mesmo mais de um ano para serem atendidas, sem contar o tempo que se leva para uma consulta a uma especialista. As cirurgias ortopédicas estão entre as mais procuradas no Sistema Único de Saúde, e a tendência é de aumento em função do envelhecimento de nossa população. De nada vale o direito constitucional de acesso a saúde, se  na prática, nada for não for feito algo para superar os problemas de infraestrutura, mão de obra especializada e tantos outros que acompanhamos pelos jornais.

Transparência na gestão é fundamental. Mas antes, é preciso que haja, ao menos, uma gestão, isto é, uma administração comprometida com as melhorias, com visão estratégica e com projetos estruturados. O gestor público da saúde  precisa saber gerir e priorizar os problemas que surgem nas linhas (e entrelinhas) das reclamações, anseios e expectativa da população além de zelar pelo dinheiro público, investindo com inteligência.

O Brasil perde cerca de 6 mil leitos do SUS por ano, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde. Essa queda é decorrente da falta de investimentos públicos e da baixa remuneração recebida por hospitais particulares que atendem pelo SUS (como é o caso de nossa Santa Casa). Na contramão desta realidade a demanda esta em constante crescimento, cada vez mais a população que precisa de atendimento médico/hospitalar não encontra.

É muito comum, por exemplo, observamos que a Gestão Hospitalar ainda é confiada a pessoas não possuam plena capacidade administrativa e gerencial para desenvolver as atividades e tarefas que a função demanda. São profissionais com qualquer formação ou sem formação nenhuma e, muitas das vezes, estão onde estão em razão de favorecimento e/ou apadrinhamento político.

Percebemos essa falta de critério não só na saúde, mas entre outros setores como educação, segurança, etc. Enquanto nossos governantes praticarem esse tipo de gestão amadora, o Brasil não avançará. Vamos continuar vendo os recursos públicos, frutos da alta carga tributária que tanto pesa no nosso bolso, sendo mal empregados e desperdiçados.

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% de todos os gastos em saúde são desperdiçados por ineficiência.

Como funciona a saúde funciona no mundo?

Pelo mundo, a saúde não é perfeita, mas de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde – OMS – em alguns países desenvolvidos os sistemas de saúde funcionam muito bem. A OMS cita como exemplo o Canadá, Reino Unido, Espanha, Suécia e França que gastam ao menos três vezes mais que o Brasil e oferecem um tratamento superior ao do SUS. Estes países, segundo a OMS possuem a melhor saúde pública do mundo.

O Brasil gasta 9,3% do PIB com saúde, são cerca de R$ 410 bi de investimento, comparada com outros países, o gasto público em saúde (por pessoa) é de:

Brasil:  US$ 512
Inglaterra: US$ 3.031
França: US$ 3.813
Alemanha: US$ 3.819
Canadá: US$ 3.982
* Fonte: Organização Mundial da Saúde – OMS

Entendemos então que o baixo investimento em saúde, alinhado a falta de gestão são elementos catastróficos que transformam o “caos” em um adjetivo constante, toda vez que o substantivo mencionado for “saúde pública”.

Para finalizar. Tenho a certeza de que não será apenas mais dinheiro a solução capaz de resolver os problemas de saúde do Brasil e principalmente em nosso município. Tem-se que evitar todas as perdas tanto com a ineficiência, quanto com a incapacidade de administrativa e gerencial, tem de se gerir o sistema de saúde de forma estratégica e técnica. Finalmente o povo não terá saúde se não tivermos um governo mais justo e preparado para assumir os desafios que o cargo exige.

Excelente, reforçando suas palavras, enquanto o conceito de "Saúde Melhor" for voltada a construção de hospitais teremos esse péssimo acesso a saúde, quando descobrirem o quanto é mais barato investir na saúde de base, em prevenção de saúde e tivermos a famosa "Vontade Política" dai haverá esperanças.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Sidney Muniz

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos