A Saúde Suplementar rumo ao Novo Normal.

A Saúde Suplementar passa por um momento de estreitamento em todas as esferas, reflexo oriundo da pandemia em curso. O termo "achatamento", tão utilizado no controle da curva de contaminação da COVID-19, também pode ser empregado aos indicadores das instituições privadas de saúde. Como um dos pilares que puxam todo o ecossistema de produção, o sistema privado sente ainda mais os impactos da crise.

Para combater o cenário desfavorável, várias ações já estão em curso, fortalecendo o embate aos pontos que ofendem cadeia produtiva. Conciliar os riscos de inadimplência das Operadoras, através da liberação das reservas técnicas por parte do Governo | ANS. Prover uma rápida adaptação nas áreas assistenciais e administrativas, frente às normativas do Governo | SUS para liberação e regulação de leitos [...]. São algumas das iniciativas do segmento perante o cenário adverso.

Os planos de ação precisam ser consolidados e fortalecidos. Um processo que deve ser contínuo e com unicidade em todo setor. Faz-se necessário conhecer de fato os seus ofensores, e entender as soluções para mitigá-los. E, por fim, planejar qual caminho seguir para adaptar-se ao Novo Normal. Cenário de mudança em todas as esferas, que já nos afeta, e perdurará no futuro pós-pandêmico.

Saúde Digital | Transformação Imediata

Antes de planejar em como lidar com este Novo Normal, é preciso estabilizar o barco, que passa por momentos de turbulências. Para combater um cenário de redução em receitas, não existe espaço e tempo para inventar a roda, só resta investir na redução de custos. Fixos ou variáveis, o que vale é diminuir. Mas cortar por cortar não é a melhor escolha. É preciso ter embasamento para a tomada de decisão.

A base para escolha certeira do corte virá com o apoio tecnológico. O investimento em ferramental de gestão estratégica e em plataformas inovadoras ao ciclo operacional demonstra ser bastante eficaz e ágil. No primeiro momento, atingem os custos variáveis e aceleram a produção. Na seguida, a tecnologia atinge os custos fixos e a melhora permanente dos processos. Só assim a balança financeira do caixa pode respirar.

Investimento em tecnologia e transformação digital não é custo, mas investimento, e com retorno a curto prazo.

Investimento em tecnologia e transformação digital não é custo, mas investimento, e com retorno a curto prazo. Geração de uma mudança completa na cultura e nos processos. Não se trata de modismo, mas de conceitos já aplicados na prática. Priorizar o conceito da Saúde Digital em toda a cadeia é o primeiro ato. Entender onde o trabalho é manufaturado [analógico], e migrar por etapas para tecnologias que garantirão ganhos em segurança, velocidade, assertividade e alcance.

Com a tecnologia correta é possível eliminar etapas dos fluxos, retirar receitas antigas e acumuladas, e promover trabalho seguro e ágil à distância. Excluir também o trabalho físico com papel, nos pontos regulamentados, adotando inteligência e celeridade à cadeia. Investir em tecnologia e otimização de processos é o caminho mais certeiro para redução dos custos com ganho de eficiência.

Modelos de Remuneração | Parênteses Necessário

Não obstante ao investimento em ferramental e inovação em tecnologia, alguns temas não podem ser esquecidos. O assunto modelo de remuneração é um deles. O pós-pandemia deve trazer de volta discussões mais amplas sobre as formas e métodos de faturamento da produção hospitalar. Independente da adversidade que se passa, o estrangulamento do mercado já é notável em algumas áreas de atuação e seus modelos de pagamento.

Insistir e intensificar o modelo híbrido de cobranças é necessário. Vários são os contratos para remuneração em formato fee-for-value já em implantação e uso. Não existe mais sustentabilidade para a cobrança fee-for-service em 100% dos tratamentos. É preciso prover o controle de custos necessário à otimização da produção e suas receitas derivadas.

Atenção Primária | Caminho Sustentável

Estabilizada a pandemia, reflexos traumáticos decorrentes de um momento histórico são impossíveis de evitar. Não será uma exclusividade do mercado de saúde. O mundo e seus mercados passarão por um verdadeiro redesenho ao final deste período. Mas uma coisa é certa, pouco irá se inventar de novo, e que mudará é a forma como o público demandará suas necessidades. Com os pacientes, não será diferente. Óbvio que, quem precisa de auxílio saúde, irá procurar. Mas a questão é como evitar esta necessidade, e como se antecipar.

O mundo estará muito mais controlado e vigiado. A sociedade atual do singular passará a ser uma sociedade do comum. A oportunidade ao controle prévio e primário da saúde.

O mundo estará muito mais controlado e vigiado. A sociedade atual do singular passará a ser uma sociedade do comum. A oportunidade ao controle prévio e primário da saúde. Com o investimento em tecnologia e mudança do comportamento social, o rastreamento será bem mais acessível. Cada cidadão, paciente em potencial, será monitorado e controlado.

De fato, este controle pode ser a virada na gestão do mercado de saúde. O monitoramento primário dos pacientes, das vidas em seus planos de saúde. A concepção de uma vez por todas de um prontuário único. Não existe mais espaço ao caos da falta de dados e informações prévias. Retorna-se à necessidade de investimento em tecnologia para monitoramento e prevenção primária na saúde. Integração e interoperação em toda a cadeia, prestador, operadora e paciente [Atenção Primária].

Conhecimento | O Novo Normal

A correlação entre Método, Tecnologia e Dados irá gerar o Conhecimento. Redesenho de processos analógicos em digitais dará elasticidade e assertividade ao Conhecimento. Transformação na cultura e mindset organizacional trará demanda e sustentabilidade ao Conhecimento. Enfim, o tão propagado Novo Normal nada mais é que uma cadeia de investimentos em Conhecimento. Entender de fato os cenários atuais, e prever os futuros Novos Normais.