Sabia que existem diferentes tipos de família?
Da autoria das psicólogas Ana Margarida Santos e Ana Mafalda Loureiro

Sabia que existem diferentes tipos de família?

Famílias

A sociedade evoluiu e mudou muito nos últimos anos, incluindo as famílias e a forma como estas se organizam. Ao longo dos anos, as famílias sofreram muitas transformações nos seus valores, modelos e funções. Atualmente, no conceito de família não pode ser apenas incluída a família nuclear, existindo diversas formas de família, com membros com residências diferentes, descendentes que nem sempre são filhos, adultos do mesmo sexo, entre outros.

Com as alterações na sociedade, existiram também alterações na estrutura, dinâmica e organização interna a nível familiar, o que resultou numa diminuição do número médio de filhos, das famílias numerosas, no aumento dos divórcios e, consequentemente, das famílias reconstituídas, sem esquecer o aumento das uniões de facto e o surgimento das famílias homossexuais. Posto isto, as famílias podem ser monoparentais, adotivas, reconstituídas e/ou homossexuais.

  • Famílias nucleares - surgem com a junção de duas pessoas, dando origem ao casal. Este casal vai construir a relação e, nalguns casos, posteriormente, surgem os filhos que eventualmente darão origem a novas famílias nucleares;
  • Famílias monoparentais - são constituídas apenas por um progenitor, pai ou mãe. Estas famílias têm dificuldades e desafios muito específicos, especialmente ao nível do plano parental, uma vez que a tarefa de educar pode cair mais sobre um dos progenitores, sobrecarregando assim o cuidador.


De que forma os pais podem ajuda as crianças a lidar com o divórcio?

  • Construindo uma co-parentalidade positiva - O conflito entre os pais aumenta o stress nas crianças. Pode ser importante procurar ajuda para auxiliar o processo de co-parentalidade. Para além disso, é fundamental manter relações saudáveis nesta fase, de forma a ajudar as crianças a ajustarem-se melhor ao divórcio. É importante que o casal aceite que vão existir muitas emoções neste período, e sentimentos diferentes, que podem inclusive vir a ser conflituosos;
  • Evitar colocar as crianças no meio - Pedir que a criança escolha um dos pais, falar mal do outro ou entregar mensagens à criança para que ela entregue ao outro pai não é apropriado e pode causar ansiedade na criança;
  • Ser consistente - Estabelecer regras e cumprir as consequências quando necessárias, não havendo discrepâncias muito acentuadas na educação estabelecida por um dos pais em comparação com o outro;
  • Ensinar copping skills - Estimular as capacidades de resolução de problemas e de restruturação cognitiva, pode ajudar as crianças a adaptarem-se melhor ao divórcio. Ensinar a criança a lidar com os seus pensamentos, emoções e comportamentos de uma forma saudável pode ajudar as crianças a lidarem com este processo;
  • Ajudar as crianças a sentirem-se seguras - Assegurar que a criança é amada e que está segura pode diminuir as suas preocupações com o futuro e a ansiedade relacionada com todo o processo;
  • Procurar ajuda profissional - Pode ser importante procurar ajuda de forma a conseguir lidar com todas as emoções que esta fase acarreta, quer seja para a criança, quer seja para os próprios pais.


Estilos de Parentalidade

O tipo de parentalidade e a forma como esta é gerida tem sido estudada como uma das maiores influências do desenvolvimento das crianças. É com os pais que a criança define os seus valores e aprende os modelos de ação adequados à sociedade.

Neste sentido, os estilos parentais têm uma grande influência no desenvolvimento da criança, sendo que existem aqui três perfis principais:

  • O Autoritário - que se caracteriza por exigências excessivas. São pais exigentes que se preocupam com a obediência, estabelecendo muitas regras e limites, tendo uma postura mais controladora;
  • O democrático - que se caracteriza pela estimulação da comunicação e um equilíbrio ente a exigência, o carinho e o afeto. São pais que valorizam a autonomia e a disciplina, estabelecendo limites claros, sem serem restritivos, promovendo interações positivas entre as crianças e os pais;
  • O Permissivo - que se caracteriza por pais muito carinhosos e envolvidos, mas sem grandes regras e limites, não existindo grande exigência.

A investigação tem destacado o estilo democrático como o melhor preditor de um desenvolvimento adaptativo nas crianças. Já o estilo autoritário, tem sido associado a maiores dificuldades e repercussões na vida adulta. Relativamente ao estilo permissivo, existem poucas regras e limites, não fornecendo uma estrutura estável e positiva na vida da criança.

Para além disso, existem estudos que demonstram que o afeto influencia positivamente o desenvolvimento social e psicológico dos filhos. Quando existe um envolvimento baixo e um apoio insuficiente por parte dos pais, existe um maior risco de comportamentos delinquentes, abuso de substâncias e comportamentos disruptivos.

O reforço positivo é uma técnica importante para estimular a repetição de um comportamento desejável e pode ser utilizado pelos pais como forma de incentivo e forma de extinguir os comportamentos indesejáveis. Através desta técnica é possível promover a autoestima da criança e aumentar a sua motivação, desenvolvendo um sentimento de responsabilidade e autoconfiança. Por outro lado, recorrer a técnicas mais coercivas pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de problemas externos.

Assim, mais do que o tipo de família onde as crianças estão inseridas, o estilo de parentalidade influencia o desenvolvimento das crianças, sendo que as técnicas não coercivas promovem melhores competências sociais, académicas e relacionais e menos problemas de comportamento, enquanto que as práticas coercivas têm demonstrado ser preditores de um maior comportamento agressivo e problemas de comportamento.


Posto isto, e sempre que precisar de ajuda neste sentido ou souber de algum tipo de situação próxima que precise de acompanhamento técnico especializado, basta entrar em contacto connosco.

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