Será que, empreender é pra mim?

Estamos vivendo um momento único no país, jamais experimentado antes, no qual cada vez mais temos pessoas empreendendo. As respostas para esse fato são variadas, pois o ato de empreender pode nascer de uma necessidade (como o desemprego prolongado, por exemplo), até aquele sentimento de insatisfação do funcionário que está no ambiente corporativo há muitos anos e quer libertar-se para viver de uma maneira diferente.

Com isso, as palavras da vez são startups e empreendedorismo e quase sempre as duas são empregadas na mesma frase. Mas por quê?

Primeiro, é importante deixar claro que as startups são, em sua essência, uma empresa formalmente estabelecida como qualquer outra empresa. O que muda é a cultura do negócio – o que irei abordar em outro texto.

Segundo, o empreendedor não pode ser confundido com empresário, pois, como publicou João Kepler em suas redes sociais, as características que os assemelha é a renda variável, enquanto o que os difere são as características, o resultado esperado e o conhecimento necessário para o desenvolvimento do negócio.

Por um lado temos o empreendedor, que tem como principal foco de resultado a melhoria da sociedade onde vive e, para isso, precisa conhecer muito bem o ambiente no qual o seu negócio está inserido e contar com alta dose de resiliência enquanto que, do outro lado, o empresário tem como foco principal o lucro e, para alcança-lo, precisa ter desenvolvida a característica de controle e conhecimento profundo em gestão para melhoria dos processos no seu negócio.

Empreender é, na minha opinião, um sentimento. É sentir uma inquietude que transborda e é capaz de dar vida aos projetos outrora engavetados. É reunir-se com pessoas com sentimento colaborativo, de união, que tenham um mesmo propósito. Que queiram, sim, ganhar dinheiro, mas como consequência de um trabalho feliz e inspirador para si e para os demais.

Quem cria o negócio pensando no lucro como objetivo final é empresário. Quem quer mudar o mundo é empreendedor.

E é assim que nascem as startups de sucesso. Todos os unicórnios do Brasil ou lá fora nasceram de um propósito dos seus fundadores, do desejo de resolver um problema que tinham e da inquietude que, sendo tão grande, os forçou a fazer algo para mudar. E mudaram.

Todos somos, em algum grau, empreendedores. Nos negócios, na vida pessoal e familiar, quando buscamos desenvolvimento pessoal ou mudamos o ambiente no qual vivemos. Somos empreendedores em nós mesmos, o tempo todo.

Por isso, costumo dizer para aquelas pessoas que dizem “empreender não é para mim” que empreender está em você, basta despir-se dos julgamentos e dos monstros internos e passar a agir. Tirar os sonhos da cabeça e transformá-los em algo real.

Hoje as oportunidades para que isso aconteça estão em todos os lugares, basta movimentar-se para isso e se deixar apaixonar por este universo.

Levanta e faz!