Será que estamos no mesmo barco?

Será que estamos no mesmo barco?

A resposta para o título é NÃO, não estamos no mesmo barco! Estamos vivendo a mesma pandemia, mas isso não significa que todos estão sentados no mesmo lado da mesa. E sabe por quê? Pela “simples” constatação da disparidade social  e econômica entre todos os brasileiros. Ou você acha que as pessoas do alto escalão estão aguardando leitos na fila dos hospitais como o resto da população?

Vamos cair na real, por favor! Enquanto uns tem dinheiro para comprar máscaras, outros se viram como podem; enquanto uns recebem oxigênio assim que precisam, outros morrem esperando a sua vez; enquanto uns gritam: “fiquem em casa”, outros nem casa tem para ficar; enquanto uns conseguem fazer home office, outros estão desesperados por trabalho, pois precisam de dinheiro para sobreviver. 

A pandemia veio para nos mostrar que não somos todos iguais, mesmo sendo seres humanos e mesmo estando escrito na Constituição, Artigo 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade(...)”. Isso prova que a teoria é linda no papel, mas em tempos de COVID a prática é outra…Porque se isso fosse, de fato, verdade, não estaríamos assistindo pessoas passando fome, pessoas sem dinheiro para comprar remédios, pessoas sem o básico. 

O triste é que não dá para colocar a culpa somente em uma pessoa. Foram anos de descaso com a saúde e com o social no Brasil. Estamos sendo saqueados desde a época de Cabral, quando, acredito, foi a época em que o famoso “jeitinho brasileiro” começou a existir. De lá para cá, ao invés de estreitarmos ou, até mesmo, fecharmos esse vão entre pobres X ricos, nós continuamente o alargamos. 

Infelizmente, vivemos de decisões pontuais, de falácias, de interesses disfarçados em atos de caridade (que são bonitos apenas para a publicidade), de atitudes que só são verdadeiras para garantir o voto na próxima eleição, do “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”, pois as regras são apenas da porta do Palácio, do Congresso e dos Tribunais para fora (os famosos “cagadores de sentenças" que não vivem o que pregam). 

Quando a pandemia começou, disseram: “Fiquem em casa para não sobrecarregar o SUS e termos tempo de nos prepararmos”. Passou 1 ano e nada foi feito. Prova disso é a atual situação na qual estamos todos inseridos (somente nesse momento estamos todos no mesmo barco). E aí vem as perguntas que não querem calar: Por que não se prepararam para o pior? Cadê o dinheiro dos impostos que deveriam estar sendo destinados para a saúde? O que foi feito nesse 1 ano?. E aqui eu acrescento a pergunta que venho me fazendo: Quando foi que o nosso sistema de saúde não esteve atolado? Quando foi que o nosso sistema de saúde foi de excelente qualidade? Quando foi que as filas nos hospitais  públicos, à espera de cirurgia, deixaram de existir? Acredito que deva ter sido antes de eu nascer, em 1976. 

Não estou condenando o nosso sistema de saúde, mas, sim, as pessoas que deveriam transformá-lo em um sistema de primeiro mundo… porque dinheiro tem! É esse dinheiro (desviado, roubado, etc…) que demonstra que não estamos todos no mesmo barco, pois enquanto uns estão bebendo champagne em um iate, outros estão remando com as mãos uma jangada feita com madeira da pior espécie (isso quando não estão à deriva boiando em pleno mar). 

É meus amigos… eu acreditei que a pandemia serviria para nos tornar mais humanos, voltando o nosso olhar para o próximo que tanto precisa de ajuda, de amparo e de socorro. Mas o que eu constato é que, apesar dos esforços de muitos para socorrer quem necessita, o fato é que ainda existem outros tantos que estão preocupados com o seu próprio bolso e em como tirar vantagem mesmo em meio ao caos em que estamos, cada vez mais, inseridos. 

É...O Titanic se aproxima… aí veremos quem pegará o bote salva-vidas. 

OBS: se você conseguir pegá-lo, nem preciso dizer qual o lado do barco você está, não é mesmo?

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