Setembro Amarelo, Outubro Rosa, Novembro Azul: muito além das cores, é hora de ação real no ESG

As campanhas de Setembro Amarelo, Outubro Rosa e Novembro Azul são períodos em que muitas empresas demonstram apoio às causas de saúde pública – prevenção ao suicídio, câncer de mama e câncer de próstata, respectivamente. No entanto, é comum ver esse envolvimento de maneira superficial, restrito a postagens nas redes sociais, distribuição de materiais promocionais e iluminação de prédios. Enquanto isso, o verdadeiro impacto social, parte integrante do pilar "S" do ESG (Social), vai muito além de campanhas pontuais.

Superficialidade x ações reais:

Para uma empresa verdadeiramente engajada no S do ESG, a preocupação com a saúde mental e física deve ser contínua e estar integrada ao planejamento estratégico. Isso significa criar e manter um ambiente que promova o bem-estar e cuidado preventivo dos colaboradores, indo além da estética das campanhas sazonais.

Exemplos de ações autênticas:

No Brasil, empresas que adotam uma postura genuína de impacto social já começam a se destacar. Abaixo, alguns exemplos:

• Itaú Unibanco : A gigante financeira, além de participar de campanhas como Outubro Rosa, implementou o Bem-Estar Corporativo, que oferece suporte psicológico e de saúde integral a seus funcionários, promovendo rodas de conversa sobre saúde mental durante todo o ano, não apenas em setembro. Isso reduz a rotatividade e melhora a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
• Magalu: Conhecida pelo seu investimento em inclusão e diversidade, a Magazine Luiza ampliou suas ações de ESG ao lançar, em parceria com o Hospital do Câncer de Barretos, uma ação contínua de diagnóstico e tratamento de câncer de mama para colaboradoras e suas famílias. Este tipo de iniciativa concretiza a preocupação com a saúde feminina além do mês de outubro.
• BRF : A multinacional de alimentos, em um compromisso com a saúde de seus colaboradores, foi além do Novembro Azul e implementou um programa de acompanhamento médico contínuo para seus funcionários, com check-ups anuais focados na saúde masculina e feminina, promovendo uma cultura de cuidado preventivo.

Verdadeiro ESG: impacto no social:

Para que essas campanhas anuais não sejam vistas como greenwashing ou ações meramente comerciais, é fundamental que as empresas considerem o impacto social em seus processos de longo prazo. Algumas ações concretas incluem:

1. Políticas de Saúde Mental: Programas contínuos de suporte psicológico, como linhas de atendimento dedicadas ou treinamento em saúde mental para gestores, são essenciais. Além disso, é preciso combater o estigma em torno do tratamento de transtornos mentais.

2. Monitoramento de Saúde Preventiva: Empresas podem oferecer benefícios como exames regulares e incentivos à prática de atividades físicas, criando ambientes saudáveis que vão além das campanhas anuais. O envolvimento contínuo de parceiros de saúde, como hospitais e clínicas, é fundamental.

3. Inclusão e Diversidade: Garantir que as minorias – como LGBTQIA+ e pessoas com deficiência – tenham acesso a cuidados específicos e programas de acolhimento. Empresas como a B3, que estabeleceu metas de diversidade de gênero e raça em seu quadro executivo, são um exemplo de como o impacto social deve ser estruturado.

Conclusão:

Para que a mensagem "nós nos preocupamos com isso" seja mais do que um slogan, as empresas precisam traduzir a conscientização em ações práticas e contínuas, criando uma cultura organizacional que coloque a saúde e o bem-estar de seus colaboradores e da sociedade como prioridade.

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