Setembro Amarelo: Uma Reflexão Sobre a Solidão e a Importância das Conexões
No último ano, durante o Setembro Amarelo, abordamos o tema da “solidão”. Para aprofundar essa discussão em 2024, nossa equipe organizou uma sessão de Another Round (disponível na Netflix), seguida por uma roda de conversa. A obra de Thomas Vinterberg nos presenteia com uma narrativa sensível sobre a importância do senso de comunidade para a saúde mental, especialmente entre os homens.
Embora relações saudáveis sejam essenciais para todos — como aponta Robert Waldinger, psiquiatra, pesquisador de Harvard e diretor de um dos estudos mais longos sobre desenvolvimento adulto —, pesquisas indicam que a falta de amigos é um problema recorrente entre os homens, particularmente à medida que envelhecem.
A pesquisadora Niobe Way, que investigou por anos as dinâmicas de amizade masculina nas escolas, argumenta em seu livro Deep Secrets: Boys Friendship and the Crisis of Connection que essa dificuldade em estabelecer laços profundos se agrava devido a uma socialização que incentiva a repressão de emoções. Essa socialização promove uma visão hegemônica de masculinidade em que a vulnerabilidade é vista como fraqueza, dificultando a construção de amizades sinceras.
As consequências dessa desconexão são graves. Estudos mostram que a solidão está associada a um maior risco de doenças crônicas, depressão e até suicídio. Além disso, esse comportamento sobrecarrega emocionalmente as parceiras, que frequentemente assumem o papel de cuidadoras — uma dinâmica que raramente se inverte.
A escritora Melanie Hamlett, em seu artigo Men Have No Friends and Women Bear the Burden, publicado pela Harper's BAZAAR, aborda essa questão e destaca como a visão restrita da masculinidade prejudica tanto homens quanto mulheres. Ao negarem a si mesmos a expressão de emoções e vulnerabilidades, os homens criam barreiras para relacionamentos mais profundos e significativos.
Em Another Round, Vinterberg mostra como a bebida é usada para escapar da pressão social e buscar alívio para as emoções reprimidas. No entanto, o filme também revela a importância de encontrar formas mais saudáveis de conexão e expressão. Através dos personagens, somos convidados a refletir sobre o papel dos estereótipos de gênero em nossas vidas e a buscar alternativas para construir relacionamentos mais autênticos.
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E o que posso fazer? Um guia rápido:
Considerando que o setor de tecnologia ainda é predominantemente masculino, é crucial discutir essas questões em suas múltiplas camadas. Precisamos criar espaços seguros onde os homens se sintam confortáveis para buscar ajuda, além de compreender como esse comportamento impacta também as mulheres ao seu redor.
E você, o que pensa sobre o tema? Compartilhe suas experiências e reflexões nos comentários.
Referências: