Seu conhecimento está ficando obsoleto... e agora?

Seu conhecimento está ficando obsoleto... e agora?

Seu conhecimento formal não é mais um diferencial, desculpe.

No mundo de hoje, não se trata apenas de quais formações ou diplomas cada um de nós possui. Conhecimento está virando commodity, o que importa é atitude.

Destaco abaixo quatro razões para isso:

 1) Democratização do ensino

Crescemos numa era em que todos disputavam acesso às melhores escolas e universidades, numa competição desenfreada que privilegiava poucos. Havia, assim, escassez dos profissionais mais qualificados. Só que vivemos agora num mundo de abundância de informação e conhecimento. Quer aprender? O conhecimento está no Google, é acessar e consumir.

Se você não acredita, procure cursos online para o assunto que quiser. Inúmeros cursos de Harvard, do MIT, da USP e de onde mais você possa imaginar, acessíveis para qualquer um de nós, em plataformas como Coursera, Udacity, edX, Veduca etc. Muitos deles gratuitos, aliás. E muitos em português. As barreiras estão acabando e quem quiser aprender, aprende.

 2) Hiperconectividade

Quem te disse que é apenas num curso que você obtém conhecimento? Num mundo hiperconectado, é cada vez mais fácil interagir e trocar conhecimentos com pessoas de todo o mundo.

Fora o papel óbvio das redes sociais, existem hoje diversas plataformas específicas para compartilhamento de conhecimento. Experimente perguntar qualquer coisa, sobre qualquer assunto, em plataformas como o Quora ou Stack Exchange. Em alguns minutos provavelmente você terá respostas de pessoas de diversos lugares do mundo. As melhores respostas são ranqueadas, claro, pelas próprias pessoas. As respostas podem ser de um PhD ou de um jovem de 17 anos, não importa. A hiperconectividade horizontaliza o conhecimento.

Veja abaixo, por exemplo, a missão do Quora:

A missão do Quora é compartilhar e crescer o conhecimento do mundo. Uma vasta quantidade de conhecimento que seria valioso para muitas pessoas atualmente está disponível apenas para alguns - ou travado na cabeça das pessoas, ou apenas acessível para grupos seletos. Queremos conectar as pessoas que têm conhecimento com as pessoas que dele necessitam, reunir pessoas com diferentes perspectivas para que possam entender melhor umas às outras, e empoderar todos a partilhar seus conhecimentos em benefício do resto do mundo.

 3) Novos conhecimentos surgindo cada vez mais rápido

Vivemos em tempos exponenciais, num ritmo acelerado de geração de informações e conhecimento. O futurista Buckminster Fuller criou o conceito da “Curva de Duplicação do Conhecimento” para explicar esse fenômeno. Para ele, até 1900 o conhecimento humano dobrava a cada século. Ao final da 2ª guerra mundial, o conhecimento já dobrava a cada 25 anos. Hoje, o conhecimento dobra em média a cada 12 meses, e esse ritmo tende a acelerar com o advento de novas tecnologias.

Se você não acredita nesses números, pense apenas em como as tecnologias estão evoluindo rapidamente e no que está se tornando ultrapassado em sua área de atuação. Certamente todos nós temos exemplos na ponta da língua.

Agora, você acha que as ementas de cursos tradicionais, com todas as exigências do MEC, são capazes de acompanhar esse ritmo de mudanças? Duvido muito. Aliás, segundo um relatório do governo americano, 65% dos estudantes de hoje estão sendo formados para trabalhos que sequer sabemos que existem, com conhecimento que ainda está sendo gerado (mais detalhes aqui).

4) Automatização do conhecimento

Por fim, boa parte do conhecimento atual está sendo automatizado. Claro, uma vez que há abundância de informação e conhecimento na rede, robôs podem interpretá-los para desempenhar atividades tão bem ou até melhor que nós, humanos.

Um bom exemplo é o IBM Watson, que pretende colocar a inteligência artificial para interpretar padrões a partir de um histórico de bilhões de registros médicos e, assim, ajudar no diagnóstico e tratamento de doenças. Essa inteligência pode prevenir erros médicos e mesmo empoderar as pessoas para cuidar preventivamente de sua saúde (mais detalhes aqui).

A inteligência artificial vai automatizar boa parte do conhecimento de médicos, advogados, engenheiros e muitos outros especialistas. Se vai eliminar ou não a necessidade desses profissionais, é uma outra história, é claro.

 A regra agora é não parar nunca de aprender!

Frente aos argumentos acima, a única conclusão a que consigo chegar é que precisamos nos reinventar e buscar novas formas de aprender o tempo todo. Em nosso próprio ritmo, da nossa própria maneira, conforme nossas experiências e descobertas prévias. Não precisamos conhecer tudo, pois seria impossível. Mas precisamos saber como acessar, filtrar e aplicar conhecimentos na prática, vivenciando dificuldades e buscando superá-las.

Essa inquietude na busca pelo aprendizado é o que defino como atitude. Atitude é mais importante que o conhecimento prévio de qualquer profissional. Com o conhecimento se tornando obsoleto, somente quem tem atitude vai se manter bem posicionado nessa corrida incessante por aprender e se diferenciar.

© Leandro Jesus, 22/02/2016

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Paulo Victor Lamas Couto

Professor de Inglês na Rede Doctum de Ensino | Professor de Inglês na Privillege Idiomas/ Bacharel em Relações Internacionais/ Licenciatura em língua inglesa e tradutor em formação

8 a

legal. Uma forma simples e bem explicada da democratização do aprendizado

Ana Paula Mendes de Oliveira Bevilacqua

Analista de Requisitos/Scrum Master-PSM I/ Product Owner-PSPO I

8 a

Formação é importante, um excelente recado pra Academia. Talvez o futuro das escolas será ensinar ou criar um método de como buscar a informação da qual preciso. Fazer brotar essa "Atitude"!

Cássio Amarante, MBA, PMP®

Processes and Quality Manager at Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE

8 a

Grande Leandro!!! Excelentes artigo!!! Parabéns!!! Numa época em que o conhecimento dobra a casa dois anos, como priorizar? Que conhecimentos buscar? Como não ficar obsoleto? Penso que a resposta para estas perguntas seja: priorize o conhecimento que é possível colocar em prática e para a vida. Alguem tem outras sugestões? Tenho pena dos nossos jovens que passam os melhores anos de suas vida, estudado assuntos de pouca aplicação prática no nosso ensino tradicional. As escolas já a muitos anos deixaram de ser interessantes...

sempre achei a base do conhecimento mais importante do que a quantidade de conhecimento, tendo uma boa base, buscar o que falta é um detalhe... as empresas deveriam contratar capacidade de aprender e solucionar problemas, e não um perfil tecnico que preencha uma ficha e nunca entregue nada resolvido...

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