Simplicidade gera Qualidade.
Pense em duas empresas com o mesmo nível de qualidade em cada uma das atividades requeridas para fabricar seus produtos.
Seria óbvio pensar que a qualidade final do produto das duas empresas é semelhante, não é mesmo?
Mas nem sempre são!
A empresa “A” e a empresa “B “tem 99% de qualidade em cada uma das suas etapas de processo (nada mal!) porém a qualidade do produto da empresa “A” é de 90% enquanto que na empresa “B” é de 80%.
POR QUE?
Ambas as empresas produzem equipamentos muito semelhantes e utilizavam 20 etapas para montar um determinado produto, porém a empresa “A” reduziu o número de componentes do seu produto e também passou a receber alguns conjuntos pré montados dos fornecedores e com isso reduziu para 10 etapas seu processo de fabricação.
A explicação para a baixa qualidade dos produtos da empresa “B” é simples, ela utiliza mais etapas de fabricação, desta forma aumentando o risco de se gerar um produto com defeito.
Imagine agora se estas empresas tivessem 100 etapas de fabricação, como o que acontece com frequência no meio industrial. Mesmo com 99% de qualidade em cada etapa, a qualidade final do produto estaria em torno de 35%!
Observe abaixo no Diagrama "Complexidade (número de operações) Vs. Rendimento de Saída de Linha (RTY). Em vermelho a empresa "A", em verde a empresa "B" e em azul uma empresa com 100 etapas de processo.
Essa é a relação da complexidade do processo de fabricação com a qualidade final do produto!
Eliminar desperdícios através do Lean implica em reduzir o número de operações, otimizar processo o que obviamente impacta a produtividade, porém o que não percebemos é que estamos também impactando a qualidade do produto de forma positiva.
Qual o outro “remédio” que poderíamos usar para melhorar a qualidade de um produto?
Melhorar a qualidade de cada atividade e aí usaríamos o Six Sigma, porém...
Por que otimizar o que não agrega valor, ou o que poderia não ser feito? Não seria melhor primeiro reduzir o número de atividade e depois, se necessário, aplicar o Six Sigma?
Essa relação vale para qualquer tipo de processo, seja ele produtivo ou administrativo, onde a lógica é sempre a mesma, ou seja, podemos ter uma boa qualidade em cada uma das etapas, porém quanto mais etapas, mais afetada será a qualidade.
Tecnicamente falando, são de dois indicadores que estamos tratando nesse artigo:
· First Time Yield (FTY) – Representa a probabilidade que uma atividade tem de ser feita certa pela primeira vez (sem retrabalho).
· Rolled Throughput Yield (RTY) – Representa a probabilidade de um produto ser produzido sem defeitos de qualidade considerando uma única chance de produzir (com qualidade) para cada uma das etapas de fabricação.
Abaixo uma ilustração que demonstra a relação entre eles e como o aumento do número de etapas do processo afeta o RTY.
Impulsiono GESTORES E LIDERES que querem acelerar resultados, atingir metas de forma consistente, com equipe engajada, comprometida e se tornar um Gestor e Líder implacável, bem sucedido e reconhecido em sua empresa.
1 a👏👏👏
CEO / Sócio | Engenheiro de Produção | Black Belt | Especialista em Lean | Pesquisa Científica
3 aObrigado pelo conteúdo, bom trabalho!
Gestor da Qualidade, Processos & Produção I Kaizen I Seis Sigma I Auditor VDA 6.3 QMC, IATF16949, ISO9001, 14001, 45001, 22000
3 aMuito bom!!!
Melhoria Contínua I Processos I Logística I Operações I Excelência Operacional
3 aParbéns Leonardo Pinez, excelente artigo.