Sociedade do Plástico & Negócios

Sociedade do Plástico & Negócios

O plástico é valiosíssimo para a sociedade. É barato e trouxe ganhos de eficiência e produtividade a inúmeros setores. Nós não vivemos sem plástico. O problema é o alto nível de toxidade dos insumos na produção, a falta de transparência da indústria sobre os impactos e a forma como utilizamos, descartamos e gerimos esse resíduo pós consumo.

Quase todo plástico já produzido se decompõe em microplásticos, pequenos pedaços com medida inferior a 5 mm. Essas partículas microscópicas flutuam no ar, nos corpos d'água e se misturam ao solo, tornando-se parte permanente do meio ambiente e das cadeias alimentares.

Todos nós somos expostos ao microplástico. Trata-se de um poluente complexo e grave pela sua presença física no corpo humano e alto nível de toxidade, além de impactar os ecossistemas, fauna e flora, e contribuir com o aquecimento global.

Estudos científicos estão em fase inicial, mas já indicam uma correlação entre a presença física do microplástico no corpo humano (sangue, tecido, órgãos, leite materno) e seu impacto no sistema endócrino, alterando hormônios, modificando DNA, provocando inflamações, acelerando metástases em diferentes tipos de câncer, obesidade, diabetes, doenças cardíacas e problemas de fertilidade.

❌ Muitos acreditam que todo plástico é reciclado. Tecnicamente é possível, mas não há viabilidade comercial para a reciclagem de diferentes tipos de plásticos em escala.

No mundo, menos de 10% dos plásticos são reciclados. O Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico. Produzimos mais de 11 milhões de toneladas de lixo plástico por ano, sendo que apenas 1,2% é reciclado. A poluição plástica deve triplicar até 2050.

Ninguém quer pagar o custo social da poluição plástica em um sistema capitalista onde podemos comprar e consumir e não nos responsabilizarmos pelas consequências na saúde humana.

Diplomacia Internacional e Poluição Plástica

Negociações coordenadas pelo UN Environment Programme sobre poluição plástica fracassaram sem acordo sobre metas para o tratado global para redução da poluição causada por plástico (01/12).

Na reunião da cúpula realizada na Coreia do Sul, mais de 170 países não conseguiram concluir termos do documento por causa de impasse entre a quantidade de lixo e processos produtivos. Não surpreende que as nações produtoras de petróleo se opuseram aos esforços.


Como avançar

Precisamos de políticas públicas que regulem os sistemas produtivos das cadeias de valor que utilizam plásticos, considerando seu ciclo de vida completo – desde o processo de design até produção, uso e descarte, considerando a redução da toxidade dos insumos e combate à poluição.

Para quem se interessa em conhecer mais sobre esse tema, recomendo o documentário Feitos de Plástico, que investiga cientificamente a crescente ameaça da poluição plástica à saúde humana.

Esse documentário é um chamado urgente para que todos nós repensemos nossa relação com o produto.

💬 Comente: o custo das externalidades sociais e ambientais negativas do plástico deveria ser precificado e internalizado pela indústria?

#BigIdeas2025 #Sustentabilidade #ESG #Negócios #Plástico

Planetary Health Alliance

Marcus Nakagawa - PROF. NAKA

Game changer; LOVE PEOPLE & PLANET; Sustainability Doctor, Awarded Author, TEDX Speaker & Mentor.

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O preço das externalidades já estão sendo cobrado. Não como deveriam ou na quantidade que deveriam. Precisamos buscar políticas públicas, investir em mais pesquisas e mostrar efetivamente o investimento a curto, médio e longo prazo que é fazer este tipo de "contas".

Mónica Sofia Polaco Vieira

Economista | Governança Corporativa | Finanças | Transformação | Estratégia e Desenvolvimento de Negócios | Treinamentos e Palestras in Company

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Vanessa Pinsky, concordo que o plástico é essencial em muitos setores, mas é crucial repensar sua produção, uso e descarte. A sugestão de políticas públicas que considerem o ciclo de vida completo do plástico é fundamental para minimizar os impactos ambientais e sociais. Além disso, internalizar os custos das externalidades negativas pela indústria seria um passo importante para incentivar a inovação em materiais mais sustentáveis e práticas de economia circular.

Lilian Marastoni

Gerente Educacional / Curadoria de Conteúdo Projeto Stakeholders e ESG Fundação Instituto de Administração FIA

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Muito informativo Vanessa Pinsky. Fica o alerta sobre o uso desenfreado do plástico, frequentemente justificado pela crença de que ele pode ser reciclado. A realidade, porém, é que grande parte desse material não é reciclada. O plástico é um dos maiores propulsores de problemas ambientais e sociais graves, como a poluição de rios e oceanos, a sobrecarga dos aterros sanitários e lixões, e a criação de condições que favorecem o surgimento e a disseminação de doenças

Marcio Avelar Brandão

Professor Associado na Fundação Dom Cabral

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Sociabilizado!

Adilson Velasco

CVO Trevo Reciclagem | Primeira Recicladora Signatária do Pacto Global da ONU I Transformando o Mundo com a Reciclagem Plástica

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Excelente análise e reflexão! Esse é um tema que, para mim, ressoa profundamente, tanto como empresário do setor de reciclagem quanto como cidadão preocupado com o futuro do planeta. Concordo plenamente que o plástico é um material revolucionário, mas precisamos mudar urgentemente a forma como o gerimos em todas as etapas do seu ciclo de vida.

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