Sorria: Você está sendo contratado ! Ou seria: Contrate: se estiver sorrindo !

Durante os alguns anos de trabalho que já se acumulam, algumas verdades passaram tão rapidamente por mim, que não consegui nem olhar direito. Algumas consegui espiar. Outras agarrar. O dia a dia nas empresas pelas quais já passei costuma ser assim. Provável que não seja privilégio meu.

Certa vez, um dos alguns mentores que decidiram investir parte do tempo na minha formação, me disse que eu deveria contratar pessoas que realmente fossem preocupadas com a felicidade delas. Após errar muito e contratar mal, comecei a entender.

As contratações que funcionavam melhor, normalmente eram aquelas que traziam para a empresa profissionais mais preocupados em acumular experiências ricas e positivas do que simplesmente preocupados em saber quando aconteceria a próxima promoção. Passei então a observar que estas eram as pessoas mais felizes, e as mais comprometidas com elas mesmas e com a empresa. Mas o que separava estas pessoas das outras? Simples: elas sabiam o que queriam e tinham um desejo incontrolável de aprender e acumular experiências. A próxima promoção é algo genérico, não necessariamente associada aos conceitos de felicidade.

Quando perguntamos a um candidato, colega ou colaborador sobre as suas aspirações, a resposta pode ajudar a entender se esta pessoa tem um compromisso sério com a felicidade ou se pensa tão somente no que definiu como sendo uma carreira de sucesso (muitas vezes não importando fazendo o que, nem onde).

As respostas que normalmente apontam para uma posição maior que a atual, para uma função mais complexa, com mais empregados, com maior exposição e consequentemente maior remuneração e benefícios, também podem demonstrar falta de compromisso com a felicidade. Com a vida.

Já as aspirações desvinculadas diretamente à remuneração e ao peso da posição, mas que por outro lado priorizam o aprendizado, a convivência, a busca por experiências e por projetos desafiadores,  apontam para um profissional mais maduro e disciplinado na busca pelos seus compromissos pessoais e também pelos compromissos da empresa.

Diverge dos conceitos que somos forçados a aprender, mas os profissionais que buscam a felicidade e que sabem o que querem, têm sido, na minha experiência recente, os que mais apresentam aderência ao futuro da companhia.

Estes profissionais parecem ter total clareza de que não existe vida pessoal e vida profissional. A vida é uma só.

Eles têm me ensinado que cada um tem o salário que merece, a empresa que merece e a vida que merece.