Status do esforço de inovação em Portugal
Portugal tem demonstrado bons resultados em alguns indicadores de inovação (incluindo, mas não se limitando à IA), embora em muitos deles tenham sido tipicamente colocados abaixo da média da União Europeia. Apesar de vir numa crescente desde 2014, caiu bruscamente no último ranking da inovação divulgado pelo Eurostat, ficando em penúltimo do grupo das economias moderadamente inovadoras. A economia portuguesa estava no 12.º lugar entre todas as da União Europeia, hoje está ocupando o 19.º lugar, razão pela qual diversos programas e incentivos estão sendo colocados em curso de forma a recuperar as posições perdidas.
As instituições portuguesas estão particularmente bem posicionadas em termos de colaborações internacionais de pesquisa, banda larga e inovações de produtos/processos em pequenas e médias Empresas. Portugal tem sido relativamente bem sucedido, com um ambiente favorável à inovação e tem um sistema de pesquisa atrativo para os brasileiros. Nem tanto para os cérebros portugueses, que continuam migrando para países mais desenvolvidos e que pagam melhor.
Recursos Humanos: Números recentes demonstram que Portugal tem uma escassez de recursos humanos qualificados em áreas tecnológicas avançadas, principalmente em termos de ensino superior (67% da média da UE ), mas também em aprendizagem ao longo da vida (88,8%) e novos doutorados (94%). O emprego em atividades de conhecimento intensivo é baixo (57% da UE), mas é ligeiramente acima da média em empresas de rápido crescimento (103,2%).
Investigação: A capacidade de colaborar no plano internacional é frequentemente apontada como um elemento de maturação da atividade científica e a Comissão Europeia e os governos europeus tem aumentado o esforço para fomentar o desenvolvimento da Área Europeia de Investigação (European Research Area – ERA) como forma de potenciar a investigação e integrar os países cientificamente mais periféricos. A investigação portuguesa tem um alto nível de colaboração internacional (185% da média da UE), através da participação em 10% dos trabalhos mais citados (82,6%) e na atração de estudantes estrangeiros doutorados (98,3%).
Inovação: A fatia de emprego de empresas em rápido crescimento nos setores mais inovadores tem melhorado. Os gastos em I&D do setor empresarial melhoraram consideravelmente desde 2015 e representam cerca de 52% das despesas brutas em I&D. As PMEs têm demonstrado um nível elevado nas inovações de produto ou no processo (158,8%) e nos níveis de marketing/organização (112%).
Infraestrutura: O melhor indicador de Portugal no Painel Europeu de Inovação segue sendo a penetração da banda larga. A cobertura de NGA (acessos de nova geração por banda larga) de Portugal é igual à média da UE, mas a cobertura de FTTP está acima da média da UE. A Agenda Portugal Digital foi atualizada em 2021. Visa o desenvolvimento de uma infraestrutura digital que permita aos cidadãos tirar partido das novas oportunidades oferecidas pelas tecnologias, mas não fixa mais objetivos concretos relacionados com a infraestrutura de banda larga. O roadmap de Portugal para a implementação do Connectivity Toolbox prevê a revisão da legislação de regulamentação modelo de implantação de redes de comunicações eletrónicas, o lançamento de um guia digital e uma nova cooperação entre o governo, a ANACOM e os municípios para harmonizar os procedimentos de concessão de licenças.
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Os principais objetivos até 2030 são os seguintes.
Neste processo, se espera obter um aumento significativo no número e no volume de empresas de IA intensivas em conhecimento, apresentando um considerável esforço de investigação e desenvolvimento e maior colaboração entre a academia e empresas/setor público. A conscientização das capacidades de IA e a forma como será usada para impulsionar os negócios e a qualidade geral dos serviços deve expandir-se por toda a sociedade, incluindo PMEs e o setor público, bem como para os cidadãos no seu dia-a-dia.
A crescente aplicação da IA também deve fortalecer a robustez social, construindo uma visão clara dos impactos da IA sobre a democracia, a privacidade, a segurança, a equidade, o mercado de trabalho, a transparência e a equidade governamentais e comerciais. Embora a IA seja altamente disjuntiva em todas essas dimensões, ela também fornece, quando praticada com ética, um conjunto de ferramentas para melhorar a sociedade e a democracia.