Stripping - Já ouviu falar?

É a perda total ou parcial de vínculo entre os agregados graúdos e o mastique asfáltico e normalmente, começa na parte inferior da camada de concreto asfáltico e progride para cima.

A desagregação da mistura é impulsionada pela afinidade superficial do agregado com a água. É uma ação silenciosa, não perceptível na usinagem tão pouco na execução. É uma patologia que se mostra quando o pavimento entra em uso, pela ação do contato pneu/pavimento e portanto, de difícil solução após executado. Geralmente a camada asfáltica perde sua função estrutural ou funcional, cabendo reconstrução.

Agregados com alta absorção, estoques sem proteção adequada das chuvas e usinas volumétricas trabalhando em capacidade máxima são os fatores que mais contribuem para o surgimento do stripping.

Aditivos melhoradores de adesividade podem mudar a característica da superfície dos agregados de hidrofílico (que adoram água) para hidrofóbico (que odeia água). Mas sua inserção e dosagem acontece no ligante asfáltico e, dependendo da sua qualidade e procedência, tem prazo de validade curto. Sempre que o ligante asfáltico ficar por muito tempo armazenado ou se resfriado totalmente, a eficiência do aditivo melhorador de adesividade deve ser medido através de ensaio específico.

Ligantes asfálticos modificados por polímeros ou borracha moída de pneus geralmente tem melhor comportamento com relação ao stripping, seja pelas suas formulações químicas ou até mesmo pela maior espessura de película gerada em torno do agregado. As emulsões asfálticas catiônicas naturalmente possuem boa resistência ao stripping, mas a reatividade do agregado deve ser medida e ajustes nas formulações das EAC podem e devem ocorrer.

Na elaboração das dosagens das misturas asfálticas não se deve abandonar os ensaios que possam demonstrar os danos que a umidade e a falta de adesividade podem causar.

Bom trabalho!