A tal da empatia...
Desta vez vou falar da empatia. Mais um termo “da moda”, que todos usam a todo tempo, dizendo que temos que praticar a empatia, temos que ser empáticos com os outros. Mas afinal, o que é essa tal da empatia?
Antes dizíamos que tínhamos empatia por alguém quando “íamos com a cara” dessa pessoa, “nossa, acabei de conhecê-la e tive uma empatia muito grande por ela”. Algo que tinha a ver conosco, que tínhamos em comum.
Mas o que é empatia, do que estamos falando nos dias de hoje, é muito mais sobre calçar os sapatos do outro, sentir onde o sapato aperta no pé dele, como ele se sente com esse incômodo e como ele reage à essa dor. E não simplesmente dizer que tenho empatia por ele porque se eu usasse aqueles sapatos, eu colocaria um band-aid para não doer o calo, ou simplesmente porque nós dois gostamos do mesmo sapato.
Empatia é não rotular o outro pelo que ele fez, não interpretar, não fazer julgamento de valores e “pré-concluir”, ou criar preconceito. Empatia não é interromper a pessoa e desviar o tema, ou focar em detalhes supérfluos do assunto. Empatia não é dar conselhos para a solução do problema do outro; não é querer competir, mostrando um problema maior que o dele; e nem é consolar a pessoa por estar passando por esse problema.
As vezes queremos ajudar, mas acabamos atropelando o que o outro está falando, interrompemos com detalhes, ou desfocamos com assunto semelhante que aconteceu conosco, ou até minimizamos o que ele está sentindo querendo mostrar que não é tão ruim assim... tudo na tentativa de ajudar...
Empatia é observar os fatos, ouvindo ao outro com interesse, estar presente de ouvidos abertos e mente aberta, fazer perguntas para ajudá-lo a identificar os sentimentos gerado pelos fatos e identificar a real necessidade que gerou esse sentimento. E por fim, poder dar sugestões, opiniões ou propostas; aí sim pode dar exemplos que aconteceram com você também corroborar com o que ele estava passando.
Empatia é conhecer o fato específico (o sapato), explorar o sentimento que foi gerado pelo fato (tristeza, dor, chateação?), identificar que necessidade está por trás desse sentimento (que expectativa tinha e por que está assim) e por fim gerar uma proposta ou um pedido (como lidar com esse sapato).
Empatia é também pedir que o outro seja empático comigo, mostrando a ele o que aconteceu, que sentimento foi gerado em mim, mostrando o que eu necessito e fazer uma proposta para melhorar isso.
E empatia é prática, é treino. É fazê-lo dia a dia para melhorar nossa habilidade de ser empático.
No ambiente de trabalho, a empatia serve para aproximar os membros de uma equipe, seja o líder praticando a empatia com o liderado, ou vice-versa. O momento do Feedback é uma excelente oportunidade para praticá-la. Tanto o líder como o liderado podem exemplificar um fato que ocorreu, que gerou um sentimento vindo de uma necessidade e propor uma melhoria. Por exemplo, o líder faz cobranças frequentes quanto à evolução de um trabalho. O liderado se sente nervoso e frustrado, porque tem a necessidade de confiança por parte do líder e desta forma ele não crê que o líder confie nele. Então propõe que os follow-up sejam feitos mais espaçadamente e que o liderado reportará a evolução também periodicamente.
Diante de toda essa análise, percebi que tenho muito tônus por ganhar nesse treino da empatia. Nos momentos “formais” de feedback por exemplo, que tenho um roteiro previamente preparado, orgulhosamente posso dizer que tenho a escuta ativa e pratico a empatia. Mas no dia a dia, na correria que vivemos, atropelo muitas vezes o que o outro está dizendo, nem escuto o que ele sente com isso, ou já quero logo dar 1 exemplo meu para “ilustrar” que ele não tá sozinho nessa, ou que talvez minimizando o problema dele, ele ficará melhor, ou já quero dar 1 conselho, orientação de como ele deveria agir...
É, não estou sendo empática coisa nenhuma... nem sei como as pessoas se sentiram ou reagiram com essas minhas atitudes.... aproveito para dizer que estou buscando melhorar nesse quesito e vou me disciplinar a praticar cada vez mais a empatia.
A empatia pode nos ajudar a nos aproximar mais das pessoas, à nos entendermos e evitar assim conflitos desnecessários. Meu compromisso com o “bem-estar geral da nação” é praticar mais a empatia desde as pequenas coisas do dia a dia, até as mais complexas. E você, como está o seu KPI da empatia?
Consultoria em Finanças e Controladoria | Administrativo | Comercial
3 aThais Sigolo só não erra quem não tenta. Nesse sentido todos estamos sujeitos a, vez ou outra, não sermos empáticos só precisamos cuidar para que isso não seja uma regra.
C-level | Board Member | ESG - Sustentabilidade | Comunicação | Relações com governo
3 aGosto da ideia de um KPI de empatia rs Se a gente não vê (ou, em linguagem mais moderna, se a gente não tem consciência) não consegue (se) melhorar. Boa dica!
Mentora de Carreira | Gerente de Atendimento IVG | Coach | Palestrante | Currículo | LinkedIn | Entrevistas | Analista Comportamental DISC | Coautora Nós Por Elas - Mentores que Transformam Vidas | Projetos e Processos
3 aComo você disse acho que a grande sacada é OUVIR mais atentamente outra pessoa e estar de coração aberto a dar as mãos para que possam caminhar juntas, fortalecendo um ao outro. Parabéns pelo artigo!!
Human Development Consultant I HR Director I HR Head I HR Executive | Executive Coach
3 aAdorei ! E gostei muito quando você faz a sua própria reflexão... o que me levou a fazer a minha e ver quanto todos temos para melhorar sempre. Para mim, a empatia é uma das características mais importantes não só de um líder, mas de um amigo, de um mentor e de todos nós . Obrigada por me fazer pensar nisso !
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3 aMuito bom! Precisamos entender que vai muito além do "não fazer o que não gostaria que fizessem comigo" uma vez que cada realidade é diferente.