Tecnoloigas - da escrita aos computadores...
Observem essas frases:
"Tudo que podia ser inventado já o foi." (Charles H. Duell, Diretor do Departamento de Patentes dos Estados Unidos, 1899, ao propor o fechamento da sessão de registro de novas patentes).
"Penso que há talvez no mundo um mercado para 5 computadores." (Thomas Watson, presidente da IBM, 1943).
"No futuro, os computadores não pesarão mais do que 1,5 toneladas." (Popular Mechanics, prevendo a evolução da ciência, 1949).
Estas e algumas outras frases, ditas por pessoas e entidades com boa conceituação na época, se tornaram, hoje em dia, além de frases irônicas, pontos referencias para a não predileção do futuro, principalmente quando se trata de avanços técnico-científicos.
Saber sobre o seu futuro, como será o amanhã, é um sonho antigo de todos nós, Seres Humanos.
Quando falamos de novas tecnologias, principalmente o computador e a internet, dados o seu grande espectro e sua intensa dinâmica, fica extremamente difícil discutirmos como será a nossa vida, diante de tais tecnologias, em um futuro, até mesmo próximo.
Nossos lares possuem cada vez mais tecnologia, nos comunicamos cada vez mais através da tecnologia, trabalhamos e fazemos nossas compras com o indispensável auxílio da tecnologia, nos divertimos utilizando cada vez mais a tecnologia, fazemos nossas transações bancárias centradas na tecnologia, somos atendidos em centros médicos por pessoas auxiliadas pela tecnologia, e assim por diante, numa crescente onda, envolvendo quase todos os segmentos em que a sociedade está dividida.
O que me causa espanto, é o fato de essas novas tecnologia não terem sido assumidas pela grande maioria de nossos Educadores.
A Educação, como instituição, deve, entre outras finalidades, preparar o indivíduo para viver uma vida pessoal que valha a pena, para exercer de forma responsável sua cidadania, e para exercer uma profissão de forma competente e recompensadora.
Se analisarmos a nossa sociedade hoje, como exposto acima, parecerá impossível uma pessoa alcançar esses objetivos sem dominar essas novas tecnologias, tais como o computador e a internet.
Dessa forma, fazendo uma previsão sobre o Futuro, que poderá se tornar "obsoleta" como aquelas apresentadas no início desse texto, arrisco que: "a grande maioria dos Educadores terá que repensar o sua forma de atuação profissional, deixando de lado todo o conservadorismo de sua Instituição (Educação) e se abrir para entender que sua atuação poderá melhorar com a utilização dessas novas tecnologias. Terá que entender como poderá evitar uma crescente exclusão social pelo maior domínio dessas novas tecnologias. Entender que essas tecnologias não vêem para competir, mas sim para auxiliar, como ferramentas que são, no processo didático-pedagógico."
Regresso às palavras de Platão, através de Sócrates, no Fedro, para concluir meu pensamento. Disse Platão: "A escrita é inumana, pois pretende estabelecer fora da mente o que na realidade só pode estar na mente. É uma coisa, um produto manufaturado.". Disse ainda, "... a escrita destroi a memória. Aqueles que utilizarão a escrita se tornarão desmemoriados e se apoiarão apenas em um recurso externo para aquilo de que carecem internamente. A escrita enfraquece a mente."
O mesmo está sendo dito, hoje, sobre os computadores. Ninguém pode conceber os avanços que conseguimos sem o "registro escrito". Imaginem nossas escolas sem o recurso tecnológico conhecido como escrita (notem aqui, que a escrita é uma tecnologia, tal qual é o computador, os smartphones, os tablets e a própria internet).
Cercear, hoje, nossos alunos do contato com essas novas tecnologias, é o mesmo que retirar o ensino da escrita dos bancos escolares.
Que sejam então, retirados os quadros negros ou brancos de todas as salas de aula... e quem sabe, os muros e paredes que cercam as escolas e as salas de aulas finalmente cairão!