Tenho certeza que já você caiu em alguma dessas armadilhas

Tenho certeza que já você caiu em alguma dessas armadilhas

Se você se interessa por cuidar da sua saúde mental ou é ligado em espiritualidade, certamente já caiu em alguma das armadilhas do chamado materialismo espiritual, que nada mais é do que se apropriar da espiritualidade para engrandecer o próprio ego.

É claro que à primeira vista não conseguimos enxergar que estamos fazendo isso. Nos escondemos por trás de uma intenção bonita e genuína de conhecermos a nós mesmos e nos expandirmos, mas a verdade nua e crua é que todo mundo já passou por isso.

Separei aqui 4 reflexões sobre essa armadilha para ficarmos atentos. Se liga só:

1- Espiritualidade não é hobby

Dói admitir que tratamos nossa saúde mental como um hobby, mas quem nunca? Espiritualidade não é sobre fazer um curso toda semana e muito menos sobre querermos alcançar a famosa iluminação espiritual ao mesmo tempo que desejamos muito aquele cargo no trabalho. São desejos completamente opostos.

Precisei admitir isso para mim mesma quando percebi que eu queria muito fazer um certo curso de pandeiro, crescer no meu emprego e encontrar um estado de paz perene na minha mente. Como é que eu vou dizer que a espiritualidade não estava sendo tratada como um hobby diante de coisas tão opostas? Baixei a bola imediatamente.


2- Espiritualidade não é sobre acumular conhecimento

Acadêmica como sou, essa foi difícil de engolir. Fato é que realmente não adianta ler muitos livros sobre o assunto ou fazer cursos fantásticos. Nenhuma informação teórica ou racional é capaz de fazer você realmente experienciar o aqui e agora, e espiritualidade é apenas sobre isso.

Se nos prendemos nas teorias ou no compartilhar de algo puramente racional, dificilmente vamos conseguir sotlar as amarras e deixar as coisas acontecerem. Vai dar um baita nó.


3- Não precisamos tentar fugir do mundo

Sabe aquela típica piada do "espero que os ETs me levem embora daqui"? Fomos nós que criamos o lado sombrio da dor, então precisamos aprender a encarar ela. Negar o mundo e ser um crítico assíduo de tudo o que está errado apenas engrandece essa nebulosidade.

Já estive desse lado. Já fui a pessoa que todos os dias acordava e desejava que o mundo fosse outra coisa, mas infelizmente isso não me levou muito longe.

Desejar eliminar o sofrimento do mundo não precisa passar por engrandecer as sombras do nosso planeta. A ganância não tem sentido, o racismo não tem substância e o machismo é completamente irracional. Não precisamos necessariamente lutar contra essas instâncias. Precisamos é fazer um esforço para reconhecer que, no fundo, elas simplesmente não param em pé. Desmontar uma estrutura é muito diferente de destruí-la.


4- Não temos que querer alcançar um estado de iluminação

Esse é fatal. Qualquer pessoa minimamente conectada com espiritualidade já desejou algum dia alcançar o famoso estado da iluminação. A armadilha aqui é muito óbvia: nos prendemos em uma fantasia tão grande do que é este estado que tornamos impossível a sua conquista. Nos perdemos na ilusão de algo transcedental, místico e fantástico. No imaginário de um prazer eterno e inabalável. E com isso, esquecemos de apenas viver o aqui e o agora que, no final das contas, é tudo o que precisa ser feito.


Achei essas reflexões muito potentes. Cada uma me pegou e me desmontou de uma certa forma. De fato tudo o que precisamos fazer é aprender a estar consciente do que está acontecendo em nossas mentes a cada momento. Ter uma curiosidade gentil, um interesse genuíno por esse processo de aprender a se conhecer e se fazer companhia.

Cursos, livros e teorias podem ser usados com sabedoria para nos ajudar a desmontar nossas próprias estruturas. A desenvolver esse interesse por nos conhecermos e a entender como criamos nossas armadilhas. Um bom mestre ou professor pode te ajudar a se manter focado no presente e a não cair em alguma cilada do ego.

Mas é só. A vivência, a experiência de ser e estar vivo no momento presente é algo que livro algum ou guru algum vai conseguir fazer por você. Mas é preciso estar atento.

E aí, em qual armadilha você já caiu?

Leonardo Tolotti Chies

CS | Solução para Clientes | Relacionamento e Retenção de Cliente | Gestão de Contas | Gerenciamento de Relacionamento | Fidelização | Gestão e Liderança de Equipes | Planejamento Estratégico

1 a

Já caí em todas elas, algumas eu estou entendendo como sair ainda. Mas eu vejo que foram tudo partes importantes até do meu próprio crescimento como pessoa. Uma vez eu ouvi que "você só tem certeza do que é errado, depois de você provar o errado e entender que existe o certo". Essa virou uma das minhas frases principais quando cometo um erro e tenho que viver o processo dele.

Ana Henriette Lugard Cunha

I love everything about product, technology, behavioral sciences and financial inclusion.

1 a

Excelentes reflexões. Há um ensinamento da linha zen que diz que antes da iluminação devemos "chop wood and carry water" e depois dela também. Creio que a espiritualidade como vc bem explora é sobre a difícil tarefa de "ser humano", diminuir o julgamento na esperança de fazer algo de positivo para vc e o mundo, mas sabendo que vamos errar várias vezes. Talvez essa seja a "dise de calma" que tanto ansiamos.

Iusse José Filho

#Criação #Arte #Fotografia #Comunicação

1 a

👏 👏 👏 👏 👏 🙏 Muito Bom Bell Lopes 🙏

José Roberto Rebello

Engenheiro Mecânico e de Produção - FEI PUC/SP

1 a

Somos seres sociais, com necessidade de afeto e pertencimento; evoluímos porque sentimos pertencer a um grupo social. Mas cada pessoa é única, com propósitos e desafios individuais, o que torna impossível uma abordagem genérica funcionar para todos. Se algo funciona para nós, não significa que será o mesmo às pessoas que vivenciam expectativas distintas, aquelas que encontram ideias e soluções diferenciadas e inovadoras por outros caminhos. 

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