Terradot capta R$ 353 mi com Google e Microsoft; AppBarber é adquirida pela Zucchetti: os destaques da semana no ecossistema
O ano está chegando ao fim, mas os anúncios seguem acelerados no ecossistema de inovação brasileiro. Nesta semana, startups como Terradot e Creditas divulgaram captações para turbinar suas operações.
Outros destaques incluem as operações de aquisição de duas startups brasileiras, AppBarber e Oobj Tecnologia , por grandes empresas internacionais, e o início da atuação de dois novos fundos de Corporate Venture Capital, do banco BS2 e da GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação .
Nesta edição da newsletter, você também lê sobre a fintech Clara , que alcançou o breakeven na operação brasileira.
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Boa leitura!
Por Rebecca Silva
Captações
Terradot. A startup que nasceu entre São Paulo e São Francisco (EUA) e atua na remoção de carbono a partir da aplicação de pó de rochas em plantações anunciou a captação de uma Série A de R$ 353 milhões, com a participação de Google e Microsoft, investidores como John Doerr e Sheryl Sandberg, os fundos Floodgate, Valor Capital Group, Gigascale Capital e Acre Venture Partners, e outros players de tecnologia. O aporte será utilizado para expandir a infraestrutura de medição e verificação, e desenvolver novos softwares para os setores agrícola e de mineração. Em pouco mais de um ano de operação no Brasil, a startup espalhou mais de 48 mil toneladas de rocha em 1,8 mil hectares de terras agrícolas nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Maranhão.
Creditas. Pela segunda vez, a fintech optou pela emissão de bond ao invés de se diluir em troca de equity. Desta vez, a precificação de bond corporativo senior unsecured totalizou US$ 60 milhões (R$ 360 milhões), com prazo de 3,5 anos e listagem na Nasdaq Estocolmo. Cerca de metade do recurso será utilizada para recomprar parte dos títulos da primeira emissão internacional da Creditas, em 2023, e o restante será direcionado para otimizar a estrutura de funding e apoiar os produtos de crédito com garantia no Brasil.
Nintx . A biotech que desenvolve medicamentos para doenças multifatoriais com ativos da biodiversidade brasileira levantou uma Série A de US$ 10 milhões (R$ 59,4 milhões) com as gestoras Pitanga, Ecoa Capital e MOV Investimentos e outros investidores individuais. Em agosto, a startup recebeu um aporte de subvenção econômica de R$ 13,7 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O capital levantado será direcionado para a aceleração de pesquisa e desenvolvimento de oito projetos de novos medicamentos em parceria com empresas e ICTs, contratação de pesquisadores e expansão do laboratório.
Trinus.Co . A holding que oferece soluções para aproximar o mercado imobiliário do mercado financeiro captou R$ 43 milhões com a gestora Bewater em uma extensão da Série B feita pela Headline há um ano. Na época, a empresa levantou cerca de R$ 40 milhões. O aporte será usado para investir em tecnologia para o lançamento de mais funcionalidades na plataforma. A empresa também pretende aumentar a participação no mercado a partir de M&As.
STOA . A insurtech de gestão para pequenos e médios corretores concluiu a sua primeira rodada via equity crowdfunding. A startup levantou R$ 2 milhões na plataforma Eqseed, superando em 25% a meta inicial de levantar R$ 1,6 milhão. 127 investidores participaram da captação, que será destinada para expandir os esforços comerciais e de marketing, tecnologia para ampliar as integrações com seguradoras parceiras e aprimorar a plataforma.
Ponto de equilíbrio
A Clara, plataforma de gestão de custos para empresas, chegou ao ponto de equilíbrio na sua operação brasileira. A fintech trabalhou por um ano em um plano para manter as despesas constantes mesmo com a multiplicação do crescimento, atingindo o breakeven em outubro. A startup ultrapassou a marca de 5 mil clientes ativos no Brasil, um crescimento de 66% na base em relação a 2023. No mesmo período, a receita brasileira cresceu 2,5 vezes.
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Segundo Francisco Simon, country manager da Clara no Brasil, o país já se equipara em tamanho com a operação mexicana, onde a fintech nasceu. Os dois países representam cerca de 85% do negócio da startup e o restante vem da Colômbia. “O breakeven global está no plano, temos métricas financeiras saudáveis em todas as operações. O Brasil era o mais importante, quanto mais ele cresce, mais nos aproximamos do equilíbrio total”, revela.
A fintech também lançou um módulo para ampliar a gestão de reembolsos para gastos feitos pelos funcionários por qualquer método de pagamento. Anteriormente, a funcionalidade era disponível apenas para as despesas realizadas pelo cartão corporativo da fintech. Saiba mais na matéria publicada em PEGN.
Movimentações
M&A 1. A multinacional italiana Zucchetti adquiriu a startup brasileira AppBarber, de soluções para barbearias, salões de beleza e clínicas de estética, por R$ 25 milhões. Esta foi a nona aquisição da companhia no mercado brasileiro – a segunda em 2024, depois da D4Sign. O país é o segundo maior mercado da multinacional fora da Itália, com 150 mil clientes utilizando seus softwares de gestão. Fundada em 2015, a AppBarber atende mais de 10 mil clientes no Brasil e em países como Estados Unidos, Portugal, Paraguai, Uruguai e Japão. A startup projeta um faturamento de R$ 9 milhões em 2024.
M&A 2. A Avalara, fornecedora norte-americana de software de automação de conformidade fiscal, adquiriu a startup brasileira Oobj, de software de documentos eletrônicos. O valor da transação não foi divulgado. O objetivo da empresa é melhorar a experiência do processamento de notas fiscais eletrônicas no Brasil e expandir para seis países da América Latina: México, Colômbia, Peru, Chile, Argentina e Costa Rica. A solução da Oobj continuará como um produto independente, mas a startup poderá explorar novos caminhos integrando as ofertas do portfólio da Avalara.
Govtechs. Dados do Observatório Sebrae Startups mostram que 39% das startups que desenvolvem soluções para a administração pública estão no Nordeste, seguido por Sudeste (27%), Sul (16%), Norte (10%) e Centro-Oeste (8%). A maioria das govtechs mapeadas têm entre um e dois anos (41,5%). Cerca de 25% estão em estágio de ideação e 24% entraram em tração – apenas 3% estão em escala. A atuação dessas startups se concentra em educação (14%), saúde e bem-estar (13%) e impacto socioambiental (11%).
Corporate Venture Capital
BS2. O banco digital especializado em empresas criou o seu fundo de Corporate Venture Capital (CVC), BS2 Ventures, com R$ 100 milhões para investir nos próximos 18 meses. O objetivo é assinar cheques de R$ 5 milhões para entre 12 e 15 startups com soluções para o mercado de pessoas jurídicas, especialmente pequenas e médias empresas. A tese também abraça negócios que se integrem com a jornada financeira de companhias. O CVC também realizará alocações em três ou quatro fundos de venture capital para enriquecer o pipeline de oportunidades.
GS1 Brasil. Conhecida por ter padronizado o uso do código de barras, a Associação Brasileira de Automação entrou no mercado de CVCs com o lançamento do GS1 Brasil Ventures, operacionalizado pela VENTIUR Smart Capital. O fundo vai focar em startups em fase de tração e escala, com soluções que tragam inteligência às cadeias de suprimentos e logística. Empresas interessadas podem se inscrever para passar pela avaliação da gestora.
Oportunidades
Finanças. Fintechs já podem se inscrever no 2º ciclo de aceleração do Badesul em parceria com o FINE Hub, vertical de finanças do Tecnopuc. Serão mais de 100 horas de consultoria e mentorias para as 10 startups selecionadas, com o objetivo de validar soluções, ampliar networking e se aproximar do mercado e de potenciais investidores. Os encontros serão em formato híbrido. Interessados podem se inscrever até 31 de janeiro pelo site.
IA. O unicórnio CloudWalk lançou a primeira edição de sua residência artística e de pesquisa em inteligência artificial. Três propostas serão selecionadas para receber bolsas de R$ 10 mil mensais, com duração de três meses. A iniciativa é voltada a pesquisadores residentes no Brasil, com experiência ou formação acadêmica comprovada em suas áreas de atuação, e busca projetos que explorem caminhos alternativos ao que tem sido feito com IA. Equipes de até três membros serão aceitas com o apontamento de um membro responsável. As propostas devem ser enviadas até 31 de janeiro pelo link.
CEO / Conselheiro Empresarial / Presidente ABRH / Colunista CBN / Diretor de RH / Investidor
1 semExcelente negócio, muito promissor e o agro tem muito a crescer digitalmente!