Tesouro Direto, uma oportunidade de Investimento

No ano de 2.002, o Governo Federal lançou um programa que possibilitava às pessoas físicas a compra/venda de títulos públicos federais utilizando somente a Internet. Para este programa foi dado o nome de Tesouro Direto e trouxe uma nova alternativa para qualquer tipo de investidor. Apesar deste programa já ter 18 anos, ainda se fala muito pouco de Tesouro Direto e muitas dúvidas surgem com relação à sua operacionalização. Como o tema é longo, falarei um pouco nesta semana e também na semana que vem.

De uma forma bastante simples, o Governo precisa buscar investidores no Mercado Financeiro para rolar as dívidas correntes ou contrair novos financiamentos através de novas emissões de títulos públicos federais. A entrada do Tesouro Direto compõe mais uma “fonte de financiamento”, desta vez ligado diretamente às pessoas físicas. E por que foi tão importante esta modalidade? Porque antes de 2.002, somente adquirindo cotas de um Fundo de Investimento era possível comprar títulos federais. Ou seja, para adquirir os títulos com o melhor rating de crédito (Governo), as pessoas físicas precisavam aderir compulsoriamente aos Fundos e estes traziam vários custos tais como, taxas de administração, performance, etc.

Ao adquirir títulos no Tesouro Direto, trazemos duas vantagens significativas: valor mínimo de aplicação e rentabilidade. Com relação ao valor mínimo de aplicação podemos comprar até 0,01 de um título público desde que ele não seja inferior a R$ 30,00. Isto deveria se traduzir numa enorme democratização desta modalidade e poderia concorrer inclusive com a poupança. Isto não ocorre, pois, a quantidade total de investidores ainda é muito pequena (5,6 milhões em 2.019) quando comparado à poupança (157 milhões em 2.019). Com relação à rentabilidade, os longos títulos disponibilizados carregam uma taxa superior às condições atuais, devendo ser outro fator de incentivo para esta modalidade.

Falando um pouco sobre a operacionalização do Investidor, ele deverá fazer o cadastramento em um dos Agentes de Custódia relacionados no próprio site do Tesouro Direto (www.tesourodireto.com.br). São inúmeras as opções, podendo utilizar Corretoras ou Bancos Comerciais. Caso opte por utilizar a estrutura do banco que você já atua, todas as movimentações transitarão na conta corrente facilitando o controle. Importante destacar os custos desta operação: taxa de custódia (serviços de guarda dos títulos, informações e movimentações dos saldos, cobrada semestralmente) e a taxa que pode ser cobrada pelos Agentes de Custódia (negociada livremente). Contudo, são valores muito baixos que não comprometem a rentabilidade destas operações.

Semana que vem falarei sobre os títulos ofertados atualmente e os cuidados que devemos ter nas liquidações financeiras do Tesouro Direto.


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