TODOS OS CAMINHOS LEVAM À ROMA?
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TODOS OS CAMINHOS LEVAM À ROMA?

Um dos mapas-múndi mais antigos já descoberto - acredita-se que o original date do século I a.C. do reinado do imperador Augusto - é a Tablua Peutingeriana. O mapa ilustra a rede de estradas que o Curso Público - serviço que assegurava o transporte de encomendas e documentos oficiais durante o Império Romano - percorria durante seu itinerário. O mapa cobre a Europa (sem a península Ibérica e as ilhas britânicas), o norte da África, partes da Ásia, incluindo Oriente Médio, Pérsia e Índia.

O mapa propriamente dito, gravado em mármore sob a orientação direta de Marco Vespasiano Agrippa - general, arquiteto, amigo e confidente do imperador romano Augusto - consiste em um rolo de pergaminho de 6,75 metros de comprimento e 0,34 metros de altura, reunidos em 11 seções.

DESCRIÇÃO DO MAPA

Ainda que confuso à primeira vista, o mapa apresenta uma visão geral esquemática e prática das estradas e até possui uma certa coerência cartográfica, se aceitarmos a distorção linear. Algumas feições, como massas de terras, são representadas com distorções, principalmente no direção leste-oeste. Porém, para o mundo conhecido na época, podemos considerar uma aproximação prática e usual das feições, dos acampamentos, vilas e cidades.

Mesmo não sendo um mapa moderno, no sentido de não ser baseado em uma projeção cartográfica clara, identifica cidades, vilas e corpos de água relevantes, bem como, a medida de distância entre as feições, de tal forma, que um antigo viajante, tomando-os como referência, poderia encontrar com facilidade o caminho que vai de Roma à Índia.

No total, não mais que 555 cidades e 3.500 outros lugares são representados no mapa. As três cidades mais importantes do Império Romano, naquela época, Roma, Constantinopla e Antioquia são representadas com ícones especiais.

Descoberto na cidade de Worms. uma cidade do sudoeste da Alemanha, pelo estudioso Conrad Cettes em 1494, que foi incapaz de publicá-lo, foi legado para Konrad Peutinger, humanista e diplomata alemão, que o publicou e que teve seu nome derivado para o mapa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Tabula Peutingeriana denota a enorme rede de caminhos de Roma, ratificando o comércio e intercâmbio globais da época. Mesmo não adotando projeções matemáticas, tratava-se de um instrumento útil, que juntamente com o excelente sistema viário romano, facilitava o deslocamento de pessoas e bens por todo esse vasto império.

De uma perspectiva moderna, essa tábula se assemelha mais com um mapa de transporte ferroviário ou até mesmo mapas de linhas de metrô, os quais, mesmo fora de escala, oferecem uma visão geral prática das rotas, distâncias e estações, permitindo que qualquer viajante se desloque facilmente de um ponto ao outro.

A quantidade de história e informações que estão contidas nesse tipo de comunicação é impressionante, não é mesmo?

Esse é o primeiro artigo de uma série que se propõe a entender o mundo pelos mapas antigos.

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Até a próxima!

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