Trabalho x Felicidade

Relacionar Trabalho e Felicidade é difícil e complexo.

 Trabalho tem na sua raiz etimológica, a palavra "Tripálio", três paus, elemento de tortura, sofrimento.

O trabalho duro virou referência de sucesso, conquista.

 Assim como a seriedade, a tristeza, a testa franzida, são associadas pela maioria das pessoas como uma virtude, relacionado à pessoa com foco e a mais competência.

Montaigne reforça esse ponto e afirma que nós humanos damos demasiado valor à tristeza.

 Viver, para alguns, é sinônimo de tristeza. Uma vez que a finitude da vida é certa, caminhamos, portanto, diariamente para o seu fim.

 Como mamíferos, vivemos em bando, e temos uma necessidade de sermos aceitos pelo grupo.

Nesse sentido, passamos a buscar nos adaptar aos meios, deixando muitas vezes de sermos nós mesmos. Não sendo nós mesmos, estamos pela metade, se estamos pela metade, estamos com medo… e o medo é escassez. 

 Distanciamos, portanto, ainda mais a relação de felicidade no trabalho, ou na tarefa. 

 Criamos um ambiente onde a felicidade não tem vez.

 Não damos espaço para essa liberdade de expressão. 

 No trabalho, somos avaliados, observados, comparados, pressionados, pois há um objetivo que deve ser sempre atingido.

 Ora o trabalho, seja essa interminável entrega de “cenouras”, esse tremendo Jogo Infinito, sem fim, transformando o ambiente profissional em ainda mais angústia, insatisfação e stress.

 Necessário compreender que ninguém é feliz ou triste o tempo todo.

Pois ambos são sentimentos, estados temporários. E que ocorrem por reações a algo.

A neurociência explica que quando estamos felizes, nosso cérebro produz e libera 4 tipos de hormônio que nos fazem ter esse sentimento. Serotonina, Endorfina, Dopamina e a Ocitocina.

 Sugiro aqui uma reflexão sobre como estamos liderando nossas equipes. De que maneira estamos promovendo a importância da Felicidade nas nossas organizações.

 Em uma pesquisa da Gallup, aponta que apenas 13% dos colaboradores, estariam de fato engajados com suas organizações.

 Importante portanto, ressignificarmos nossa relação com o trabalho e com as pessoas.

 Permitirmos que sejam eles mesmos, inteiros, completos. Que possam dar sua opinião, que possam sugerir e que possam também errar.

 Criarmos ambientes seguros, permitindo um maior engajamento, maior envolvimento. 

Criarmos atividades que promovam o cérebro a liberar esses hormônios com maior frequência!

 Precisamos convidar nossas equipes para essa reflexão. Trazermos para mais pertos.

Fortalecermos que a felicidade não é fim, e que se a buscarmos no trabalho, certamente não a encontraremos.

Mas se tivermos um SENTIDO, um PROPÓSITO, no que fazemos, certamente, teremos mais momentos felizes e que nos ajudarão a superar os momentos de tristeza, transformando o trabalho em algo prazeroso e divertido.