TRAIÇÃO
Sabe aquela história de se sentir como "marido traído" ou o último a saber de um fato ou acontecimento? Pois é.
Muito mais comum do que se pode imaginar, muitas e muitas empresas ainda priorizam comunicar suas informações e fatos noticiosos antes "para fora" do que "para dentro" de casa, quando o inverso é mandatório. O principal parceiro, stakeholder, público de interesse (ou como queira chamar) de qualquer organização, é o colaborador. Este deve ser sempre prioritário.
Talvez você já tenha passado por uma situação assim: ao ler portais de notícias na web ou jornais e revistas impressos, se deparar com o nome de sua empresa sendo citado em uma matéria em um contexto relevante, ou seja, que interessaria aos colaboradores e até teria impactos nas rotinas de trabalho de tal empresa. Qual o seu sentimento? E, se você não teve a má sorte de passar por isso, pratique a empatia e tenta se colocar no lugar desse funcionário.
Além de dar margem para ruídos internos e dar corda para que as pessoas pensem o que quiserem a respeito de determinado fato, a falta de transparência e comunicação adequada gera um enorme retrabalho para todos os envolvidos (ter que se explicar depois de um jeito forçado) e macula a imagem interna da empresa. Há uma quebra a confiança, entende?E resgatar confiança não é nada fácil, afinal, reconquistar a namorada depois de uma "pisada de bola" é muito pior e custoso do que conquistar a primeira vez, não é mesmo?
Então, nada melhor do que manter os laços de confiança intocáveis, ou melhor,fortalecê-los cada vez mais fazendo com que os colaboradores sintam-se prestigiados por serem os primeiros a saber sobre o que acontece no universo em que ele habita. A empresa é, literalmente, o segundo lar das pessoas e os dirigentes e gestores precisam levar isso em conta ao traçar estratégias de comunicação interna e externa. As pessoas querem e precisam estar envolvidas com os negócios para estarem verdadeiramente engajadas. Isso é engajamento: informar, integrar, comprometer.
Para finalizar, vou contar uma breve história que presenciei em uma empresa em que trabalhava. Esta empresa, pertencente a um tradicional e grande grupo nacional, foi vendida para uma outra empresa, jovem, porém ambiciosa e arrojada, cuja estratégia de crescimento baseava-se em aquisições. Foi um grande negócio, eram grandes empresas.
O choque cultural iniciou ali. O momento já era tenso por estarmos vivenciando acordos sindicais e dissídio, mas sem nenhuma grande novidade, pois era até natural acontecer isso em todos os anos. Mas, ao saberem da venda da empresa por meio da imprensa, o sentimento de não terem sido comunicados gerou tamanha insegurança e, sem saber de seus destinos, quase 3000 colaboradores fizeram uma paralisação que não foi tão simples assim de reverter. A greve durou alguns dias e os serviços prestados pela empresa eram essenciais ao município. Foi um estrago para a imagem interna e externa.
Entendo que foi uma tentativa de impor respeito frente a uma situação que poderia ter sido resolvida de um jeito muito mais simples: com comunicação. Um comunicado simples, uma reunião com as lideranças da empresa e estaria tudo certo. Mas nem os pobres líderes sabiam da venda...apenas a alta gestão.
O final dessa história poderia ter sido o outro, mas a fusão iniciou com o "pé esquerdo", infelizmente, e impactou em muitas outras situações depois, pois a mágoa persistiu nas pessoas por muito tempo até ser apagada.
Por isso, pense bem antes de levar a informação para fora antes de dissemina-la internamente. A adequação da mensagem deve ser feita para os diferentes stakeholders, mas a comunicação nunca deve deixar de ser realizada para aqueles que estão, diariamente, dentro (e ao lado), fazendo acontecer os negócios.
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Andressa Marchiorato é Jornalista e Publicitária e faz parte do Ranking 2015 dos 15 profissionais de Marketing e Comunicação mais engajados do LinkedIn. É especialista em Gestão da Comunicação Empresarial e Competências Gerenciais. Tem experiência em Marketing, Relacionamento com Stakeholders, Gestão de Marcas, Endomarketing e Comunicação Corporativa e Institucional em grandes empresas, dos mais variados setores. É colunista da Revista Dimensão (PR/SP), da Revista Ouse (SC) e das rádios 92 FM, Pérola 95.5 e Princesa 99,9 no Vale Europeu, SC.
Cirurgiã plástica de espaço no Empresarial Corporate-atendimento de consultas . na Consultório privado
8 aUma dor,parta do relacionamento que for. que requer o perdão como cura. Caso contrário, a ferida pode até fechar, mas superficialmente, e subitamente, abre e sangra!
CONSULTOR DE TREINAMENTOS NA FOCUS CONSULTORIA,TREINAMENTO E SERVIÇOS
8 aFicar sempre de olho em qualquer situação é muito importante, temos a mente intuitiva que irá ajudar em muitas situações da vida. O poder intuitivo é valorizado em casos de "traição de endomarketing".