A transformação digital e os cuidados com a própria saúde.
O Linkedin pediu para que eu escrevesse, por meio da hashtag #grandesideias2019, sobre \quais seriam as minhas previsões para 2019, além das ideias e conversas e tópicos que, a meu ver, eu acredito, definirão 2019..
O ensinar inglês ao longo de duas décadas, e o contato com alunos dos mais variados perfis, tem me presenteado com uma grande oportunidade de aprendizado. Dois temas me acompanharam em 2018 no trabalho com os alunos, durante as aulas e as discussões dos artigos e vídeos trabalhados nas aulas: Transformação Digital e a conscientização da importância do cuidado com a nossa saúde. Alguns dos alunos que me ensinaram muito sobre esses dois temas foram: @Franceli Jodas, @Andre Coutinho, @Iara Franscischetti, @Felipe Oliveira @Dircilene Falção e @Heverton Zambrini. As ideias colocadas nesse artigo, de uma maneira bastante simples e amadora, são o fruto das conversas em inglês que tivemos.
1. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Dentre os dois temas mencionados, esse é o que mais me impressiona, dado seu poder disruptivo. Imigramos do ambiente analógico para o digital e isso modificou radicalmente a maneira como vivemos e a forma de como os negócios operam. A verticalidade das relações humanas foi praticamente substituída pela horizontalidade.
A TV Cultura levou ao ar em 2017 um programa chamado TERRA 2. Nesse programa, criado pelo psicanalista Jorge Forbes e coapresentado pela atriz Maria Fernanda Cândido, eles nos mostram, lançando mão da dramaturgia e da discussão na preparação dos atores, como os temas fundamentais à vida humana sofreram uma radical transformação. Muitos de nós nascemos em Terra 1, fomos educados nos conceitos e nos formatos nascidos no século passado. No entanto, com a transformação digital e o avanço tecnológico sem precedentes, tudo que aprendemos se tornou obsoleto. A tecnologia que os nossos pais nos passaram é de praticamente total inutilidade. Por exemplo: Nos anos 80/90 não se arrumava um emprego em escritório sem dominar a série QWERT – POIUY – na datilografia. Todo o conteúdo que eu aprendi na faculdade ocorreu via escrita a giz no quadro negro, onde os professores preenchiam e nós copiávamos no caderno. Ou então eram utilizados textos xerocopiados dos autores que eles nos indicavam. Tudo aquilo, se ainda não acabou por completo, pelo menos perdeu sua relevância.
Há uns quatro anos, quando eu ganhei um IPAD de alguns amigos como presente de aniversário, e passei a usá-lo em minhas aulas, percebi como aquela ferramenta provocava um grande impacto na minha maneira de ensinar inglês. A quantidade de vídeos, sites, filmes, aulas, cursos à disposição dos que querem aprender um outro idioma e também daqueles que ensinam é incalculável. Além disso, como inglês é a língua preferencial da internet, o acesso ao conhecimento dos mais variados temas fica facilitado para aqueles que dominam o idioma. Em resumo, o ensino e o conhecimento deixou de ser linear. Ele já não é mais limitado nem pelo tempo e nem pelo espaço. Está disponível 24/7 ou seja, a qualquer hora e também em qualquer lugar.
Sob a ótica dos negócios, as empresas que não fizerem a tradução dos seus processos para essa nova plataforma, por exemplo: levando-a em conta na sua relação com os seus consumidores e clientes, terão a sua existência ameaçada. Já vimos esse filme antes, pois as companhias que eram marcas representativas da época anterior à digital, desapareceram, seja porque não perceberam ou não deram o devido valor às inovações que batiam às suas portas.
2. CONSCIENTIZAÇÃO COM A SAÚDE
A preocupação em cuidar da saúde deverá ser cada vez mais crescente nos próximos anos. Um tema que discuti com alguns dos meus alunos durante esse ano, relacionado a esse cuidado, foi o de mindfulness.
Mas o que é mindfulness? Segundo o Dr. Daniel Siegel – professor de psiquiatria da Universidade da Califórnia –, mindfulness is “the practice of intentional, nonjudgmental awareness of moment-to-moment experience” (é um estado mental de controle sobre a capacidade de se concentrar nas experiências, atividades e sensações do presente). Em um artigo publicado já há alguns anos, ele fala dos benefícios à saúde física, mental e emocional com a aplicação das técnicas de atenção plena. A eficácia dessas técnicas em programas de redução de estresse é cientificamente comprovada.
A meu ver, o cuidado com a saúde se relaciona a transformação digital, uma vez que ele pode apontar direções do sentido de diminuir o impacto negativo dessa transformação digital em nossas vidas pessoais e profissionais. É muito bacana o acesso irrestrito que temos às informações, porém, na mão inversa, somos bombardeados por uma enorme quantidade de dados a qualquer hora, em qualquer lugar, e a consequência estressante que isso tem no nosso dia a dia, tem dado origem a dois problemas de saúde que parecem estar expandindo cada vez mais: a ansiedade e a depressão.
Quando eu era criança, minha mãe me ensinou como conviver com um produto da segunda revolução industrial, que já estava plenamente instalada: o carro. Ela me dizia para olhar para os dois lados da rua antes de atravessá-la ou só cruzar a avenida quando o semáforo estivesse verde. Resultado: Graças a Deus, eu nunca fui atropelado.
Infelizmente, para essa quarta revolução (digital), nossos pais não nos ensinam (ou não nos ensinaram) a lidar com o seu produto – a transformação digital. Não estamos prestando atenção nos dois lados da rua antes de atravessá-la. Essa nova técnica, mindfulness, pode nos auxiliar a lidar com esse novo momento, que já se instalou, num caminho sem volta.
Concluindo, esses serão para mim, os dois temas que terão importância em 2019. O avanço digital e a conscientização de que devemos cuidar da nossa saúde física, mental e emocional para melhor usufruir de toda essa crescente inovação.