TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, INOVAÇÃO e uso de INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Boa tarde.
Gostaria de compartilhar uma reflexão após retornar de um evento sobre o tema inovação e transformação digital na área de RH. Surpreendentemente 93% dos participantes mencionaram a utilização de “machine learning” como essencial para a inovação em suas organizações (médias, grandes, nacionais, internacionais e globais). Surpreendentemente pois mais de 80% dos integrantes desconhecem como utilizá-la, para que serviria efetivamente ou como melhorariam seus resultados.
Estes dados foram levantados assim que realizamos a proposta de atividade, sendo:
Sendo o processo de inovação necessário à área de RH, com objetivos claros para melhoraria de resultados (financeiros, branding, clima, identificação de oportunidades, modelos preditivos…), como torná-lo possível em minha organização?
Confesso que, por falta de conhecimento e interesse no assunto anos atrás, formatei em minha mente, um conceito sobre inteligência artificial e “machine learning”. Imaginava claramente entidades! Sim! Como as “Hollywoodyanas” em que vi nos filmes “Matrix” onde o “hacker” NEO, descobrindo a “verdade”, se rebela contra as “máquinas” para que as pessoas sejam libertadas da “Matrix. Ou ainda, e talvez pulse muito mais forte, o ciborgue “Terminator” (1984), com sua missão de assassinar Sarah Connor (a mãe de um filho ainda não nascido que crescerá com a missão de destruir toda a poderosa rede de inteligência artificial Skynet). Pura verdade! Entidades malignas com vontades, desejos próprios e que me enxergam indubitavelmente como um problema à sociedade, dado “nossos defeitos humanóides de fabricação”.
Mas o desconhecimento passou! E aí até relembrei de “andróides” do bem, como a “Rosie” do Jetsons e do “R2-D2” de “Star Wars”
Anos passados, entendendo sobre o uso da inteligência artificial, gostaria de compartilhar, de uma forma muito simplista, a definição para “machine learning” e inteligência artificial:
“Trata-se de uma ferramenta que encontra padrões para realização de análises”.
E pensando nesta definição voltei ao ano de 1991 quando realizei a minha primeira consultoria com aplicação de matemática (estatística, método dos mínimos quadrados [MMQ] - seguida da aplicação de cálculo diferencial e integral) a problemas de abate animal.
Ali os desafios foram: coletar os dados significativos ao problema analisado, utilização de cálculos clássicos estatísticos (desvio padrão, variância, covariância e correlação), aplicação de MMQ, obtenção da equação representativa do evento e conclusão com o uso do cálculo diferencial e integral, encontrando pontos de máximo (lucro) e mínimo (custo).
A esta situação, naquela época, jornais intitularam “Os médicos das empresas”, pois assim definia-se o “modelo”, sendo:
Dado um sintoma/mal-estar (problema), busca-se analisar o quadro geral do paciente (empresa), através do levantamento de dados (sem dados releventes não há geração de informação relevantes) e aplica-se um remédio (médicos das empresas conheciam as “bulas” necessárias para cada mal-estar)!
Interessante…
Fosse hoje, a este mesmo modelo, dariam o nome de “Data Science” aplicando processos supervisionados de inteligência artificial e machine learning com o uso de Regressão Linear.
Mais uma vez, interessante…, nome bonito!
Já para outras situações, poderíamos “receitar a seguinte bula”:
Faça uso de “Deep Learning” em Redes Neurais Convulacionais com “Backpropagation”!
Interessante… mas horripilante! Com um nome destes, fica muito difícil tirar o “CIBORGUE” da mente!
Mas apesar desta “monstruosidade” de nome, continuamos “apenas” tendo uma ferramenta que realiza análises de maneira mais fácil, encontrando “padrões escondidos” em uma infinidade de DADOS. Acredite!
E é por esta infinidade de DADOS que as atenções com o processo de Transformação Digital necessita de cuidados especiais. Dos 93% de participantes que mencionaram a utilização de inteligência artificial, mais da metade desconheciam a necessidade de dados para seu funcionamento. “Apenas” mencionaram: contratem uma empresa especializada em “Machine Learning” que o processo de inovação estará garantido! E aqui, talvez, as “tais” entidades que mencionei acima, farão o trabalho, assim como eu imaginava também.
SEM DADOS significativos e relevantes sobre seu problema/negócio, SEM INFORMAÇÃO relevantes também! Mas cuidado com a disponibilidade cada vez maior de DADOS e pacotes “easy-to-use” de machine learning, pois certamente você poderá encontrar muitas INFORMAÇÕES por aí…!
Hoje, dizem, serem os DADOS o “petróleo desta nova era”.
E, sendo assim, preciso ter conhecimento sobre qual seria o “petróleo” de valor para minha organização/problema e situação! Que haja congruência e alinhamento com os valores, missão e visão da minha empresa.
De posse deste conhecimento, serei capaz de avaliar onde estão as jazidas desejadas. Também deverei dominar o processo de extração deste “novo petróleo”, do craqueamento, da distribuição e também da retro-alimentação de todo processo, afinal queremos entender sobre os viéses existentes.
Perceber que toda a organização é parte integrante deste processo de “transformação” é essencial para a inovação e consequentemente para uma cultura de “Big Data”.
É parte importante o responsável pela elaboração da pesquisa (caso necessária), aquele que coleta informações, o que registra, o que vislumbra possíveis problemas na comunicação (viéses), os que corrigem rotas durante a jornada, os que processam dados, os que tornam os resultados “palatáveis” para os tomadores de decisão, os que divulgam os resultados, os que entendem que melhorias precisam ocorrer e também aqueles que as fazem acontecer.
Imagino que desta forma se consiga a devida motivação e engajamento necessários rumo à Transformação Digital, utilização da cultura de Big Data e inteligência artificial. Não é só de tecnologia, mas de pessoas envolvidas a um processo
Esta “FERRAMENTA”, como tantas outras importantes ferramentas, associada à inteligência e conhecimento específico de cada integrante da organização, trará “insights” inimagináveis ao processo de decisão, indispensáveis a um mundo “jorrando” informações a cada milisegundo.
Você deve fazer parte deste processo e eu também. "Hasta la vista, baby"!