Data Storytelling (meu computador analógico em papel)
Mapa de Minardi da campanha de Napoleão sobre a Rússia em 1812

Data Storytelling (meu computador analógico em papel)

Bom dia caro leitor.

Gostaria de compartilhar este relato que fala um pouco de como os DADOS podem fornecer mais histórias que costumamos imaginar. Certamente há a necessidade de um bom treinamento para que DADOS tornem-se algo visualmente atraente, mas é certo que podemos fazer muito DELES que simplesmente tirar conclusões.

É bem provável que já tenhamos ouvido milhares de vezes os termos “Big Data”, Inteligência Artificial, “Machine Learning” e também Storytelling. Mas seriam os “Data Storytelling”, apresentações Powerpoint, PowerBI, Tableau repletos de infográficos muito bem elaborados?

Contrariamente ao que poderíamos imaginar, “Data Storytelling” deve ser a poderosa ferramenta para a construção e consolidação da sua marca, unindo a comunicação “humana” com todo o suporte (científico) de uma base de dados/informações. Narrando-se estas histórias, a destes números,procuramos os “insights” para desvendar propósitos, explorando conteúdos que ajudem corporações e clientes pela busca dos benefícios mútuos.

Em um mundo “jorrando” DADOS a cada milissegundo, empresas investem verdadeiras fortunas na coleta, e outras tantas em sua análise. Por outro lado, estariam todos, em uma organização, entendendo para que servem estes vultuosos investimentos na tal cultura dos DADOS da qual tanto ouvimos falar? E…extraindo os tais “insights” mais “escondidos”, seríamos capazes de claramente transmiti-los para as melhores tomadas de decisões?   

Como poderemos observar, DADOS podem ser um ótimo caminho para se contar a boa história. Melhor ainda se esta história for original e, neste caminho, podendo ser contada de forma única. Com os dados coletados por sua organização, só você poderia fornecer as perspectivas e pontos de vista da sua empresa, de seus produtos, de sua visão junto ao mercado e também como oferecer a melhor experiência aos seus clientes atuais e potenciais! Só VOCÊ! Ninguém mais…, afinal, se os DADOS são SEUS, a história ÚNICA é SUA também. 

Neste início de ano letivo, na escola de meus filhos, participando de uma dinâmica com adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos, fui perguntado sobre o maior desafio de minha atividade profissional. Quase que prontamente respondi, de forma bastante sucinta, ser a busca pela melhor história a ser contada através de números e dados. Sem hesitarem, com tamanha transparência, responderam: Que chato!

Adorei a tamanha honestidade, mas desabei na decepção da minha péssima resposta!

Confesso que fiquei chocado sentindo-me desafiado a melhorar esta imagem muito mal elaborada formada com minha tão sem graça resposta.

Foi então que lembrei-me daquele que, para mim, é o melhor exemplo de “Data Storytelling” que já tenha visto; quiçá um dos mais simples em sua apresentação, talvez mais antigo registro, mas de um brilhantismo sem igual como forma de contar uma boa história em forma impressa.

“Saqueio-o-o” de minha pasta (sim…, tenho um exemplar comigo, além de outras “ferramentinhas” que possam me ajudar a contar alguma por aí…)! Trata-se do exemplar do chamado Mapa de Minardi da campanha de Napoleão sobre a Rússia em 1812.

Já conhecia? Que obra de arte!

Mais alguns poucos minutinhos de conversas, e fui mostrando aquele MAPA…, e explicando-lhes que tratava-se do início da queda de Napoleão, sendo iniciada por sua fracassada campanha contra Rússia em Junho de 1812, chegando em Moscou (a cavalo) em Setembro daquele mesmo ano (rigoroso inverno russo logo, logo…).

Sem acreditar muito no que acontecia, acabamos juntos por mais de 1 hora. Olhávamos aquele simples “papel” repleto de informações! “Matutamos” bastante sobre a estratégia russa para derrotar o imenso exército de Napoleão (tudo lá no mapa - dados de baixas, temperaturas, trajetórias, tempo)… Acabei sendo obrigado a interromper aquele contagiante “toró de matutações” ou “Brainstornimg - porque nóis tamém é chique”!E, interrompendo, só me pediram para ficarem com o tal ”Computador Analógico em Papel” (foi assim que o chamei ao tirar de minha pasta)! Percebendo tamanho interesse, decidi contar-lhes que o melhor ainda estaria por vir, sugerindo então que “mergulhassem” um pouco mais naquelas informações, e em outras fontes, para falarmos “dali uma semana” onde os revelaria que aquele “simples” papel poderia ter mudado completamente o rumo e história de nosso planeta.

E você? Sabe qual seria essa importante revelação?

De maneira muito empolgada, aquele encontro na semana seguinte, tornou-se um pequeno e animado “sarau”… Ai que medo, pensei! O que foi que fiz?

Tínhamos um pouco mais de 10 engajados estudantes querendo compartilhar suas descobertas sobre a tal derrota de Napoleão em território russo (e quanta empolgação)… Aprendi como nunca sobre Napoleão!!!

Perguntei-lhes, após toda aquela investigação e descobertas, qual seria o resultado de uma nova campanha contra a própria Rússia, caso utilizássemos todas as mesmas estratégias da guerra anterior, incluindo a mesma estação (inverno rigoroso)?

Sem titubearem, responderam:

Claro que o oponente será derrotado! (TODOS RESPONDERAM…)

Disse:lhes então:

Parabéns a vocês, são TODOS brilhantes… Acabaram de fazer uso de Ciência de Dados! Buscaram padrões para geração de “insights”…, afinal de contas, NÃO DÁ PARA TER RESULTADOS DIFERENTES FAZENDO AS MESMAS COISAS…

E foi assim que, praticamente na mesma data da tal fracassada investida de Napoleão sobre a Rússia (24 de Junho 1812), em 22 Junho de 1941, que dá-se o início da Operação Barbarossa, a mostruosa ação militar, com milhões de homens, milhares de veículos blindados, artilharia e aviões. E qual seu desfecho? Pois bem…tem-se ali, então, o “começo do fim de Hitler”… a chuva rala, prenúncio do rigoroso inverno, mataria milhares de alemães, exatamente como fizera com os soldados de Napoleão no século 19, …Mas aí já é outra história…

E agradeci a todos por aquelas preciosas contribuições…

"Hasta la vista, baby"! 

Luiz Cesar Oliveira

Operations Manager at Tesca Group

4 a

Obrigado por compartilhar essa história. Tive a oportunidade de conhecer esse "computador analógico de papel", é tão empolgante quanto "Magica", excepcional. Parabéns pelo trabalho quem vem desenvolvendo.

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