Transição demográfica.

JORNAL MOGI NEWS

Caderno Cidade - 22/08/2017

A população brasileira está envelhecendo e de forma muito rápida. A combinação da queda da natalidade com o aumento da expectativa de vida está elevando a idade média dos brasileiros.

Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010 revelam que a expectativa de vida média do brasileiro alcançou 73,5 anos. Nas últimas três décadas, a esperança de vida do brasileiro ao nascer aumentou 10 anos e 11 meses. Estamos vivendo uma rápida transição demográfica. Em 2015 ela já havia subido para 75,5 anos.

Essas informações são muito relevantes e deveriam ser motivo de maior atenção das autoridades públicas e de toda a sociedade. Caso a tendência verificada nas últimas décadas permaneça, em breve o Brasil terá mais idosos do que crianças. A sociedade precisa estar preparada para isso.

São tendências acentuadas com fortes implicações estruturantes Além dos problemas relacionados ao financiamento da previdência, pois o aumento da expectativa de vida faz com que um número cada vez maior de pessoas receba benefícios por mais tempo, a demanda por serviços de saúde se intensificam muito.

Sabemos que a demanda por cuidados de saúde relacionada à população idosa é diferente daquela apresentada pelo resto da sociedade, devido à incapacidade e ao processo degenerativo, que requerem grandes gastos em equipamentos, medicamentos e recursos humanos capacitados. A amplitude do aumento dos custos da assistência à saúde nesse caso é, em grande medida, causada pela grande proporção de idosos com problemas crônicos (ou seja, com necessidades permanentes de atenção à saúde). No Brasil hoje, temos aproximadamente 11 milhões de pessoas com 60 anos ou mais nesta condição.

Dados da AME (Ambulatório Médico de Especialidades) na unidade especializada em Psiquiatria na Vila Maria (zona norte de São Paulo) revela que 60% dos idosos atendidos possuem quadro de transtorno de ansiedade e depressão, muitas vezes causadas pela solidão. A chance de um idoso desenvolver quadros depressivos é quatro vezes maior do que a população em geral.

Precisamos falar mais sobre isso.


AFONSO POLA é sociólogo e professor. (afonsopola@uol.com.br)



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