A TRANSVERSALIDADE DAS SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS NOS EMPREENDIMENTOS DE SANEAMENTO AMBIENTAL

APLICAÇÃO DAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS PARA GESTÃO DE RESÍDUOS  X  A NECESSIDADE DE “INOVAÇÕES COMPORTAMENTAIS” NO SER HUMANO PARA FAZÊ-LAS ACONTECER DE MANEIRA EFICIENTE E SUSTENTÁVEL. 

O SANEAMENTO AMBIENTAL envolve políticas públicas e práticas sustentáveis “de limpeza”, propriamente ditas, voltadas para o meio ambiente, mais precisamente o natural: água, solo e ar; através disso trazer a preservação da fauna, flora e da qualidade de vida humana. Onde muitas vezes envolve  calor e fogo; minerais e vida, na forma de bactérias. Envolve biologia, química, física e engenharias multidisciplinares que se conectam para uma finalidade comum; da engenharia mecânica, elétrica até a química e anaeróbia. Cada projeto é único, embora sejam replicáveis, deverão ser desenvolvidos para cada contexto específico.

O SETOR DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS é um elo importante e definitivo nesta corrente, vez que "sanear'' significa limpar, purificar. Neste caso são retirados resíduos dos meios tratados. E cabe a nós destinar esses materiais indesejados para algum lugar: seja um destino nobre, útil ou a disposição final nos aterros; sendo que atualmente essa biomassa enviada para eles, também é passível de transformação e aproveitamento energético.

Mas até as coisas chegarem até esse ponto, elas serão coletadas, separadas e avaliadas. Após esse momento inicial poderão ter dois destinos: a logística reversa através do tratamento adequado com valorização comercial ou energética, de acordo com o resíduo ofertado ou a disposição final nos aterros legalizados, buscando prolongar a vida útil dos mesmos e trazer economia para os cofres públicos ao diminuir os gastos com “enterro de dinheiro”, literalmente!

Enfim, caberá a todos os empreendimentos dar atenção ao trabalho de gestão desses resíduos com Planos de Gestão de Resíduos Sólidos que acontecem através do gerenciamento adequado desses resíduos. O desafio do gestor é encaminhar cada vez menos resíduos para os aterros sanitários, trazendo uma grande contribuição para a economia circular, mercado de matérias primas, girando a economia secundária através da reciclagem e do reúso de itens em bom estado ou artesanatos, por exemplo, no caso dos resíduos sólidos inertes. Já em relação aos resíduos orgânicos, viabilizar a sua valorização energética, tratando através da compostagem, da biodigestão, pirólise, reatores químicos, conforme a sua composição e também do orçamento disponível.

Desta forma o gerenciamento adequado ajuda a reduzir drasticamente o envio de resíduos sólidos de todas as formas para os aterros sanitários, trazendo economia ao reduzir o volume de lixo mensal descartado pelos municípios; gera novas fontes de receita com comércio de materiais recicláveis e ainda energia, na forma de biogás, CDR, biofertilizantes, novos materiais e gera Créditos de Carbono; atende às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos; para gerar de energia limpa e promover a economia circular através de projetos de inovação tecnológica e desenvolvimento econômico e sustentável.

(MAS) CARECE TRANSFORMAR O SER HUMANO EM AGENTE EFETIVO DA INOVAÇÃO DIANTE DA NOVA VISÃO DA REALIDADE NO SETOR DE SANEAMENTO AMBIENTAL E TRATAMENTO DOS RESÍDUOS: 

O termo MEIO AMBIENTE envolve vários ambientes além do meio ambiente natural. O ordenamento jurídico brasileiro classifica o meio ambiente em vertentes: o natural, o artificial, o cultural e o de trabalho. Ou seja, envolve todos os lugares, sejam do setor produtivo ou não, comercial, industrial, corporativo, doméstico, religioso, escolar, hospitais, vias públicas, construções, mercados, feiras, propriedades privadas, locais de lazer como shoppings, cinemas, parques, praias, estádios, clubes, academias e etc, dentre outros tantos sobre a face da Terra. 

Em todos os locais por onde transitam seres humanos e suas criações animais existe a produção de resíduos diariamente; os quais carecem de tratamento adequado, serviços de tratamento de água e esgoto e a retirada de lixo. No caso da destinação da parte orgânica, os resíduos do tratamento do esgoto: o lodo gerado, também pode ser tratado através da biodigestão e outras técnicas inovadoras, para reduzir o volume dos rejeitos e também gerar energia renovável, realizando um serviço ambiental.

Para haver sucesso entre os empreendimentos dotados dessa nobre finalidade é preciso investimentos em ciência, tecnologia, logística, treinamentos e inovação; e isso é fato notório e cada vez mais acessível e possível de serem realizados e replicados. Desta forma, se faz necessário que o Poder Público, ao fazer as suas licitações estabeleça e exija todas essas novas diretrizes de manejo dos resíduos sólidos para reduzir gastos públicos e gerar novas empresas especializadas, oportunidades de emprego e valorização econômica e social dos mesmos.

Além da tecnologia, engenharia e vontade política é preciso a EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS INDIVÍDUOS HUMANOS, que habitam, trabalham, se alimentam, se divertem, transitam, consomem, descartam, degradam, poluindo todos os ambientes por onde passam. As pessoas na qualidade de corresponsáveis, conforme a Lei 12305/2010,  deveriam ao menos saber como fazer e se proporem a fazer o devido descarte do item ou material que até então tinha para si alguma utilidade e que no momento seguinte ao terminar o seu uso, muda de status para se tornar “apenas lixo”, melhor dizendo: resíduo. 

Esses materiais descartados, após receber o tratamento correto serão reduzidos e reciclados ao máximo, restando apenas os REJEITOS. Ou seja, aquilo que realmente não se aproveita ou que não há a viabilidade econômica de ser transformado em algum novo recurso, vai reduzir bastante o volume enviado aos aterros, reduzindo custos. Além disso, atualmente sabemos que existem tecnologias para um sistema LIXO ZERO, que produz energia e outros novos produtos, que embora demandem mais investimento, seu custo-benefício tende a ser maior e proporcionam maiores benefícios, como mais eficiência e retorno para os investidores. 

A gestão sustentável dos resíduos sólidos é uma atividade-meio para o saneamento, do básico ao avançado. A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS é importante ao reunir as soluções inerentes a cada tipo de material descartado como lixo, transformando-os em recursos e com isso se criar novas oportunidades de negócios e desenvolvimento socioambiental, agregando valores e ressignificando os recursos outrora apenas despojados. 

Assim passamos a aproveitar a mão de obra dos catadores de recicláveis, trazendo perspectivas de inclusão profissional e avanço sócio-econômico para a categoria, através de políticas públicas de qualificação e treinamento, trazendo dignidade e formando profissionais de grande importância para a Economia Circular.

Eu sei que muita gente não se importa em dizer que é só “jogar o lixo fora”. Mas como não existe fora e mesmo quem ignora ou não se importa, precisa saber que todos nós somos responsáveis pelo resíduo que produzimos. Sendo assim te pergunto: 

Você separa o seu resíduo em seco e úmido, pelo menos? 

Como você descarta o seu lixo? 

Você sabia que a Política Nacional nos qualifica como responsáveis e que precisamos saber como vai e pra onde vai o que jogamos fora? 

Pois agora sabe. Então, jogue fora a preguiça, o preconceito, o “nojinho” e colabore também!!!

Além disso, cobrem do seu município o gerenciamento adequado, com estruturação da governança com a devida gestão da prestação regionalizada, bem como a elaboração ou atualização dos planos regionais de saneamento, conforme o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, Lei 14026/2020, aprovada pelo Congresso, tem como metas garantir que 99% da população tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto até 2033. 

Sendo assim, que saibamos realizar um trabalho eficiente e de grande importância para toda a sociedade e meio ambiente, desenvolvendo projetos e empreendimentos inovadores de grande contribuição para um futuro mais sustentável, através de políticas públicas e parcerias com iniciativas privadas, de modo a promover mais ainda o desenvolvimento econômico por meio da ressignificação dos resíduos sólidos e tratamentos de esgoto, promovendo a segurança hídrica e o desenvolvimento econômico.