Tudo pode ser aprendizado e todos podem ser professores - falando sobre relacionamentos
Estou descobrindo e vivenciando cada vez mais, e de forma consciente, de corpo e alma, que tudo pode ser aprendizado na vida e, absolutamente todos podem ser nossos professores.
Comecei esta longa caminhada, na prática, há 7 meses, com destino a mim mesma, em busca de quem eu evitei durante anos, em prol de me encaixar nos padrões da sociedade das pessoas "normais".
* Eu disse na prática porque há mais de 20 anos venho desenvolvendo meu repertório de conhecimentos para ajudar as pessoas em suas jornadas individuais, mas nunca havia sido testada a colocá-las em prática de forma tão intensa em minha própria vida.
* Quando me refiro "pessoas normais", falo sobre o que a sociedade muitas vezes impõem como o que é esperado, o que é de certa forma exigido para que alguém seja aceito, valorizado, admirado e amado (e ganhe dinheiro é claro).
O Universo resolveu me colocar exatamente no lugar que eu precisava: em mim. E não tive escapatória, não tive mesmo para onde ir, a não ser ficar comigo e me conectar com o que havia dentro de mim. Foi um grande convite, um belo empurrão, para me reconectar comigo.
Então fiz a grande escolha: vou viver.
Reuni todas as ferramentas que tinha, todas as lindas teorias e conhecimentos, e estou desde então, colocando-as em prática. Uma prática por vezes dolorida, por vezes incrivelmente excitante e empolgante na descoberta de mim mesma.
Acho que nunca me dei conta da pessoa realmente bela e interessante que eu sou. Acho que nunca me apoderei da minha Luz.
Estou aprendendo a direcionar minha energia e a escutar meu Ego como aquela criança ferida que quer controlar tudo para se sentir apenas segura.
Estou acolhendo este Ego querido, que tanto me dominou, que tanto me desequilibrou em seu desespero por pertencer, ser valorizada e ouvida.
Eu já sabia a teoria, mas agora entendo na prática que TODAS AS MINHAS EXPERIÊNCIAS na vida, são criadas por mim.
Como assim? E o mundo? E as pessoas más?
Meus professores, meus aprendizados neste ano
Estou aprendendo a olhar para todas as situações como acontecimentos neutros, onde a minha forma de perceber é que criará em mim a minha experiência sobre aquilo.
Autoresponsabilidade
Vou exercitar minha vulnerabilidade e expor minha parte na separação de meu último casamento. Sabemos que uma sociedade igualitária, formada de duas pessoas, traz responsabilidades iguais para as duas. Então vou falar só das minhas, da minha parte nas experiências que vivi.
A ideia aqui é analisar minha responsabilidade na criação da separação, independente de como tenha sido.
Sim, estou dizendo que criei a minha experiência, e isso me dá um poder enorme de escolha em criar uma melhor, de uma próxima vez.
Eu criei minha experiência pois...
... fui tirando aos poucos a energia do meu casamento, quando há anos já me imaginava morando sozinha, numa casa linda, vivendo minha vida feliz com pessoas que realmente gostavam de mim por quem eu era. As experiências que eu vivia não estavam boas, os diálogos eram para competir e não para resolver, não havia escuta sincera…
Criei também quando, durante anos, continuei a tirar a energia do casamento, sonhando em como seria ter alguém que tivesse tempo para o relacionamento, onde o casal fosse a prioridade, o centro da nossa família.
Criei quando comecei a dizer mais nãos para os interesses dele e mais sins para os meus.
Criei quando passei por cima de minha saúde mental e emocional para representar um papel que não fazia parte da minha vontade mais profunda, da minha essência.
Criei quando me desesperei e perdi a paciência, quando perdi o respeito, quando fui cruel.
Criei o afastamento quando comecei a criticar mais do que elogiar e cobrar mais do que ele nunca pôde dar.
Ainda assim, eu acreditava nas partes boas e estava agarrada no meu papel de apoio e acolhimento de uma esposa. Nossa mente egóica é assim mesmo, confusa e cheia de certos e errados, de anjos e demônios, de padrões e rebeldias. Acha que sabe o que está fazendo e muitas vezes nos coloca em grandes confusões graças a nossa falta de consciência.
Toda relação é feita de pessoas e a responsabilidade de tudo é de todos, mas essa é a minha parte da criação…
Alguns aprendizados…
. Aprendi que entrar em relacionamentos por carência, esperando que o outro te dê o que está faltando em você é um grande erro e esta relação provavelmente está fadada ao fracasso.
. Em relacionamentos não existem "metades da laranja" nem "tampa da panela"...
. Em relacionamentos adultos e sábios existem duas pessoas inteiras que podem contribuir uma com a outra, que podem trocar e dividir com amor e empatia.
. As pessoas têm linguagens diferentes de Amor: enquanto para uns amar é fazer coisas para o outro e ter tempo de qualidade, para outros manter a casa abastecida e pagar as contas é amar.
. Aprendi de uma forma drástica a me valorizar, a olhar para mim, a usar meu tempo comigo, me acolhendo, me amando, cuidando de mim.
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. Aprendi que cada um dá apenas o que tem pra dar e que isso é o máximo que se consegue fazer, e está tudo certo.
. Aprendi a agradecer aos meus vários professores que me auxiliaram a estar hoje onde eu estou.
Algumas verdades que tomei para mim
. Relações duradouras tem base na colaboratividade e compreensão, não em competição;
. O mundo é cheio de desafios e nunca deixará de ser, vai depender de nós olhá-lo como uma escola ou como um lugar injusto e cheio de pessoas más;
. Uma boa comunicação acontece quando temos a intenção de escutar, compreender as necessidades do outro e as suas e resolver o melhor para todos;
. Honestidade e integridade dão base para relacionamentos e separações saudáveis;
. Nossa experiência (como sentimos o mundo e os acontecimentos) depende de onde colocamos o foco da nossa atenção;
. Todos tomamos decisões com base em uma intenção boa, muitas vezes com atitudes trágicas;
. Quanto mais conhecemos nosso Universo interior, mais temos condições de fazer escolhas conscientes;
. Eu também já fiz maldades (todas justificáveis na minha mente infantil e carente);
. Julgar o outro é olhar no espelho e ver as distorções da sua própria imagem;
. Todos temos habilidades incríveis para melhorar este mundo;
. Todos podemos despertar para sermos melhores com a gente e com os outros, a qualquer momento;
. Manter-se no caminho, na jornada de autodesenvolvimento é uma decisão, e requer disciplina e devoção.
Minha escola, minha prática
Neste caminho que estou, aprendi e pratico diariamente a arte de perguntar.
Quando algo ou alguém me incomoda faço algumas perguntas que deixo aqui como um convite para vocês:
. O que isto quer me ensinar?
Tente pensar de uma forma mais elevada quando fizer esta pergunta. As vezes podemos aprender virtudes como paciência, resiliência, perseverança, empatia, autoamor, autocuidado…
. O que posso aprender com essa experiência ou com essa pessoa?
As vezes algo pode parecer bem ruim, mas o que você pode desenvolver a partir dali em você mesmo?
. Onde estou colocando o foco da minha atenção: no medo ou no amor?
Sempre que me incomodo com algo estou colocando o foco no medo. Pergunte-se: do que estou com medo nesta situação? E quando descobrir pense no que pode fazer, da forma mais elevada, para resolver este medo. Lembre-se de suas habilidades e potenciais para sair dali.
. O que eu desejo, que necessidade estou tentando atender com minha atitude e percepção?
Descobrir nossas necessidades reais, e mais genuínas, nos dá a possibilidade de encontrar estratégias, a partir de nós mesmos, para atendê-las. Assuma a responsabilidade de suas necessidades.
. O que aquela pessoa está querendo com sua atitude?
Fica mais fácil ter empatia pelo outro quando entendemos suas motivações. A vida não é fácil pra ninguém.
Espero que estas reflexões cheguem a quem precisa refletir…
Abraços!
See you soon
Patricia Gabnai.
Autora do livro “O Código Feminino da Liderança” | Branding Pessoal e Corporativo | Reputação | Carreira | Liderança | Employer Branding
2 mQuanta profundidade, sensibilidade e sabedoria na sua vunerabilidade.