TV, cinema, música e negócios... Tá todo mundo sem ideias?
Lembra da última vez que você viu um filme que realmente te surpreendeu? Pois é, está difícil. O cinema, outrora um celeiro de inovação e originalidade, agora vive de remakes e sequências. Personagens e histórias novas são raridade, e a indústria aposta em narrativas já conhecidas, mesmo que ninguém tenha pedido, como "Gladiador 2". É como se a criatividade tivesse tirado férias permanentes.
A televisão não fica atrás. A Globo, em uma tentativa desesperada de reconquistar seu público e apresentar clássicos a uma nova geração, investe pesado em remakes. Parece que, ao invés de inovar, a estratégia é reciclar o velho e tentar reacender a chama da nostalgia. É um sinal claro de que a criatividade está em extinção.
No meio artístico, a situação é ainda mais intrigante. Figuras nacionalmente conhecidas estão sumindo. Seja na música ou na televisão, estamos vivendo a era dos famosos anônimos, em uma cultura de celebridades de nicho. A contratação de Eliana pela Globo é um exemplo perfeito: formar um rosto nacionalmente conhecido se tornou uma tarefa árdua, então é mais fácil pegar alguém já estabelecido. O esforço hercúleo da Globo para transformar Tati Machado em um rosto nacional por exemplo, é quase cômico, envolvendo sua participação em três ou quatro programas simultaneamente. É um claro indicativo de que criar ícones é coisa do passado e um hiper desafio no presente.
Na música, a proliferação de plataformas de streaming levou a uma produção sem precedentes. No entanto, poucas canções conseguem ultrapassar os 30 segundos de fama no TikTok para se tornarem verdadeiramente atemporais. A música está se transformando em algo descartável, que se consome e se esquece rapidamente. O conceito de hits que definem gerações está desaparecendo.
Essas mudanças nos paradigmas de fama e reconhecimento impactam diretamente as estruturas de negócios. Marcas sem um rosto conhecido crescem mais devagar do que poderiam, enquanto aquelas centradas em personalidades crescem rapidamente, mas de forma limitada. A grande questão é: como equilibrar essas duas realidades?
Encontrar um meio-termo entre a força institucional e a presença pessoal é o grande desafio. Marcas que conseguem incorporar ambas as abordagens têm o potencial de crescer de maneira sustentável e robusta. A busca por um equilíbrio entre institucionalização e personalização é fundamental para o sucesso no mercado atual.
Em resumo, a criatividade enfrenta desafios significativos. A necessidade de inovação e originalidade nunca foi tão crucial para a sobrevivência e crescimento das marcas e das indústrias culturais. Precisamos, mais do que nunca, de soluções que unam o melhor dos dois mundos: a solidez institucional e a proximidade pessoal.
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Então, como podemos impulsionar a autêntica criatividade nos negócios? Aqui estão três pontos práticos:
Teste mais! A inovação está fora da caixa. Não existe inovação sem risco. Seja uma grande empresa como a Apple ou o açaí da esquina, a experimentação é crucial. Testar novas ideias, mesmo que pareçam ousadas ou até absurdas, pode levar a descobertas surpreendentes. Erre rápido e aprenda mais rápido ainda. Cada teste é uma oportunidade de descobrir algo novo e inovador. A inovação verdadeira vem de se atrever a fazer o que ninguém mais está fazendo.
Não tenha medo de errar. O medo de errar é a maneira mais fácil de falhar. A inovação não pode se limitar à tentação de agradar a todos ao mesmo tempo. É necessário ter a coragem de arriscar, de tentar algo novo, mesmo que isso signifique enfrentar críticas (ah, e se você não tentar elas também virão). A inovação é um processo de tentativa e erro, e cada falha é uma oportunidade de aprendizado. Não se prenda ao desejo de ser universalmente aceito; busque a autenticidade e a novidade, mesmo que isso signifique desagradar alguns. O importante é criar algo verdadeiramente novo e valioso. Gerar e gerir valor, saca?
Olhe além do seu círculo. Grandes ideias não surgem em bolhas. Certa vez, o publicitário Washington Olivetto disse em uma entrevista que evitava andar só com publicitários. Segundo ele, o risco de criar uma publicidade que alguém já criou é muito grande. As grandes e novas ideias estão em lugares diferentes. Para inovar de verdade, é preciso buscar inspiração fora da sua zona de conforto. Conecte-se com pessoas de diferentes campos e disciplinas; a inovação muitas vezes vem de cruzamentos inesperados e de perspectivas fora do comum. Empresas que aprendem a observar além do seu mercado e dos seus concorrentes sairão na frente.
A criatividade está em perigo, e a solução não é simples. Mas é exatamente nos momentos de crise que a inovação tem a chance de florescer. Está na hora de parar de reciclar o passado e começar a criar um futuro verdadeiramente novo.
#Criatividade #Inovação #Entretenimento #Marketing #Fama #Negócios
Coordenadora de Gente e Gestão na Universidade de Fortaleza - UNIFOR
5 mExcelente reflexão Felipe Ferreira!
Designer Gráfico, designer de estampas e ilustrador
5 mbela análise! 👏