Um filme premiado e seus vieses em cena

Um filme premiado e seus vieses em cena


‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’ é um filme meio louco que nos faz relembrar como os vieses cercam a vida das pessoas. 

A atriz Michelle Yeoh (a minha predileta, confesso!) presenteia os cinéfilos com uma das melhores performances de sua carreira.

E Jamie Lee Curtis, interpretando uma rígida fiscal da receita, para variar, é impagável!

O filme retrata uma família de imigrantes chineses (radicada nos EUA) proprietária de uma lavanderia.

Em meio ao caos dos preparativos de uma festa de ano novo e a arrumação dos documentos para a auditoria na Receita Federal, a protagonista Evelyn Wang (Michelle Yeoh) e seu marido Waymond Wang (Ke Huy Quan), donos e administradores do pequeno negócio, lutam para continuar a vida.

Na realidade, o enredo do filme é muito mais do que isso.  

É que não quero cometer spoiler completo. Talvez meio.  

O que desejo é tentar elencar os vieses que aparecem ao desenrolar da trama. 

Aliás, esse filme me representa!

Antes de voltar a falar da minha querida Michele Yeoh, faço questão de perguntar: você sabe quem é o ator Ke Huy Quan que recebeu o Globo de Ouro 2023 como melhor ator coadjuvante por ‘Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo’?

Ele é aquele simpático menininho que aparece em ‘Indiana Jones e o Templo da Perdição’.

Lembrou?

Em seu discurso de agradecimento, Quan fez questão de agradecer o cineasta Steven Spielberg. “Fui criado para nunca esquecer de onde vim e sempre lembrar quem me deu minha primeira oportunidade. Estou muito feliz em ver Steven Spielberg aqui esta noite”, disse.

Honra ao mérito para o ator, convenhamos. Gratidão é uma virtude que precisa ser posta em prática.     

Outra notícia bacana é que Michelle Yeoh levou o Globo de Ouro 2023 na categoria Melhor Atriz em Comédia ou Musical. 

E se tornou a primeira mulher asiática a receber uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz no Oscar.

Foi a primeira vez que uma mulher que se identifica como asiática recebe uma nomeação na categoria. Em 1936, Merle Oberon, nascida na Índia, foi nomeada na categoria, mas passou a carreira não reconhecendo sua descendência.

Vivien Leigh indicada e vencedora por ‘E O Vento Levou...’ e ‘Uma Rua Chamada Desejo’ também tinha sangue indiano, mas se identificava como mulher inglesa. O mesmo vale para Salma Hayek, indicada por ‘Frida’, em 2003, que tem descendência libanesa, mas se identifica mais como latina.

Hoje uma senhora, Michele relembrou como algumas pessoas se espantavam com uma oriental falando inglês.

Ela foi caracterizada como minority. Olha o viés surgindo de forma suave e marcante ao mesmo tempo.    

Pouco importa! Michele é uma grande referência para mim, para o povo oriental e todos os imigrantes.

Nem sei se é um tipo de viés, mas as famílias de imigrantes começaram com pequenos negócios. É são até hoje estigmatizadas por isso.

Ah, quase esqueci de falar um pouco mais sobre o marido que no filme é coadjuvante e submisso em certas partes. 

Essa submissão, ao olhar da protagonista, é extremamente irritante.

Entra em cena o viés de comportamento.     

Quero assistir de novo e encontrar outros vieses.

Como disse no começo desse texto, o filme tem partes malucas.

Mesmo assim vale a pena ver de novo.

Conseguiu tocar a alma! 

Priscila L.

Controlling | Financial Planning | FP&A | Strategic Business Partner

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Nossa, vou assistir! Obrigada pela indicação e pelos comentários sobre os vieses. E, realmente, descendentes de imigrantes, como nós, passam por situações durante toda vida onde temos que, muitas vezes, encarar os vieses com humor.

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