Somos todas Erin Brockovich
Alguma vez vocês já reviram algum filme antigo, lançado lá pela infância que vocês que acharam o máximo pelo enredo e o final feliz (ou não) e alguns anos depois, adultos, vocês revisitaram esse filme e ele fez muito mais sentido pra vocês? Isso acontece bastante comigo.
Acredito que todo mundo aqui já tenha assistido o clássico, Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento, filme de drama, baseado em fatos reais, com a maravilhosa Julia Roberts que alcançou com esse filme o Oscar e o Globo de Ouro pela categoria de melhor atriz. Esse filme foi lançado em 2000. Eu tinha 10 anos de idade e lembro ao longo desses meus 30 anos deste filme repetindo incansavelmente nas sessões da tarde que eu assistia depois da escola.
Pois bem, eis que estou assistindo Netflix num domingo preguiçoso de folga e resolvo assistir esse filme, preso com tantos outros na minha lista infinita que nunca acaba (quem aí se identifica?), e me deparo com essa cena. Nela, a personagem está beira de uma exaustão pois está trabalhando com dedicação para criar 3 filhos pequenos sendo mãe e solteira, então liga para o namorado para se manter acordada e recebe a notícia que sua filha de 9 meses disse a primeira palavra, "bola".
Eu não entendo bulhufas de crítica de cinema ou atuação, mas sendo mãe, consigo sentir através dos olhos de Julia o turbilhão de emoções que se passa na cabeça daquela mãe, naquele momento. Sensações que eu já senti muitas vezes. Uma mistura de choro e riso, e amor e frustração. E orgulho e o pensamento de "estou perdendo o crescimento dos meus filhos, sou uma péssima mãe". É uma comoção que queima dentro da gente.
Algumas outras cenas do filme nos fazem relembrar como é custoso ser mãe , sendo solo ou não, e trabalhar "fora".
Começo a chorar, compulsivamente...
Eu já estive lá!
Quando o filho fica bravo porque a mãe perde o jantar? Eu já estive lá!
Quando a gente perde o um novo passo, uma nova palavra, a apresentação na escola? Eu já estive lá!
Quando a gente tem que pagar a moça que cheira a gordura porque é a única pessoa que podemos pagar e que aceitam ficar com nossos filhos? Eu já estive lá!
E, nunca trabalhei menos duro, não aguentei menos "trancos" , ou "dei trabalho" para nenhuma empresa. Nenhumazinha.
Mas esse texto não é só sobre mim. Somos muitas de nós tentando vencer nesse mundo julgador de mulheres, mães ou não.
Eu não sou ninguém famosa ou importante no mundo real, mas sou a pessoa mais importante e famosa do mundo do Nicolas de 10 anos e quero usar esse meu grande status e poder para dizer: Você, mãe, que as vezes se sente uma droga e se pergunta se está fazendo um bom trabalho? Você está fazendo um ótimo trabalho! Continue! Fiquei firme! Você não está sozinha nessa, somos todas Erin Brockovich.
Recrutadores e empresas por aí... antes de perguntar pra alguma mãe se ela tem com quem deixar os filhos (perdi as contas de quantas vezes já tive que responder isso na vida) lembre-se: provavelmente contratar uma mãe é a melhor coisa que você pode fazer pela sua empresa, sem desmerecer ninguém, mas nossos objetivos para dar mais duro e querer crescer e evoluir e a bagagem que carregamos que contribui com a melhora de qualquer ambiente em que somos inseridas, são muito mais fortes do que qualquer coisa no mundo.
Parceiros, cônjuges, pessoas que ajudam, parentes, amigos, moças com cheiro de gordura, estranhos que seguram a bolsa rapidinho pra gente procurar uma chupeta, líderes compreensivos, pessoas que apostam na gente, etc... Obrigada.
Analista de Crédito Rural no Banco Bradesco S.A - Setor Bancário - Análise de Propostas de Crédito - Linhas de Crédito Rural - Agronegócio - Agro
2 aPerfeito seu artigo, me identifiquei em cada palavra, somos muito mais fortes quando se tem um serzinho que nos motiva ser melhor a cada dia
Jornalismo, Assessoria de Imprensa, Comunicação Interna e Marketing Digital
2 a👏👏👏
Back-End Software Engineer | NodeJS | NestJS
2 aEu amei o texto e me identifiquei real <3
Caixa de atendimento ao cliente na Mercado Super Compras
3 aShow Não vivenciei mas me coloco no lugar
Engenheira Agrônoma
3 aFlaviane Mello obrigada por nos representar!Escreveu tudo! E ao contrário das empresas perguntarem quem cuidará de nossos filhos deveriam proporcionar uma chance a mais, pois, somos as profissionais mais preparadas para o sucesso de uma empresa!