Um livro para Nizan

Um livro para Nizan

Autografei um Desaprenda para o Nizan Guanaes, e mandei para ele como quem atira uma garrafa ao mar. Arriscar não custa nada, eu tenho enviado meu novo livro a empresários e alguns me chamam para conversar — e dessas conversas têm surgido mais consultorias e palestras, vai que…

Mas isso foi a segunda tentativa: o primeiro eu pus no envelope, mas não tive tempo de passar nos Correios antes daquela tardezinha em que eu tinha um café com um grande amigo. O Caveira morou comigo no ano em que estudei em Londres, e tinha recém voltado de lá. Dali a pouco me perguntou: e teu livro? Não tem um aí para me dar? Retruquei que, se os amigos não comprassem, quem mais? Mas que aquele já estava autografado. O Caveira é daqueles que não têm Facebook nem Instagram e me disse, com a honestidade dos irmãos, que não iria atrás do livro — que eu vendesse aquele, autografado mesmo. Rasguei o envelope, tirei o livro de dentro, vendi com preço de autor e usei o dinheiro para pagar nossos cafés.

Daí uma segunda tentativa e, quando eu já nem lembrava, o envelope retornou anotado, à caneta vermelha, que Nizan se mudara. Não me fez muito sentido, mas lembrei que ele deixara a DM9 e, astronauta de países, podia ser que já não estivesse mesmo por ali. Tentei um endereço pelo Instagram dele, mas ele não respondeu: certamente a mensagem se diluiu no meio das tantas (o cara que criou Pipoca e Guaraná? Não recusaria um livro). Tentei um casal de amigos que o conhecem, ambos profissionais dedicados, mas com bebê recém-nascido em casa e sei bem o que é isso — sei duas vezes, aliás (e ao mesmo tempo).

E então fiquei pensando: já que o livro está autografado para Nizan, será que não tem algum outro Nizan que mereça a mensagem do Desaprenda? Lembrei do conselho de Kevin Systrom, co-fundador do Instagram, de que, mais importante do que buscar novos clientes, é tentar entender por que os que estão aqui continuam conosco, e nisso fiquei curioso para saber se o Caveira estava gostando do primeiro dos dois livros autografados para Nizan.

Então este texto é, também, um pedido: eu não conheço nenhum, mas se você conhece alguém que se chame Nizan, o livro já está aqui, autografado. Pode ser um da Silva, um dos Santos, um de Todos os Santos, ou até mesmo um Guanaes, se você conhecer algum.


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