UMA STARTUP NÃO CONVENCIONAL

Na esquina da minha quadra tem um restaurante. Eu não me lembro o nome. Eu vou lá ocasionalmente desde que eu me mudei para São Carlos. No início o restaurante mudava de nome e dono todo ano, mas desde 2013 é a mesma família que está tocando o negócio.

Sabe o que é impressionante sobre o restaurante da esquina? Eles são uma startup. Mais ou menos de seis em seis meses eles trocam a precificação. Criam campanhas de marketing. Tem planos de expansão. Querem criar um modelo diferenciado.

Aproveitando o feriado, aproveitei para conversar sobre o negócio com o dono. Ele sempre está presente no restaurante. Ele sabe seu público. Ele me deu estatísticas (sim, porcentagens) sobre cada uma das personas que vão a seu restaurante. Ele obtém feedback dos clientes enquanto eles estão no caixa. O atendimento é instantâneo e prestativo. Ele não sabe o que é a sigla CAC. LTV. Churn Rate. Mas ele sabe o que elas significam. Ele vê a importância de ofertar produtos complementares para agregar valor ao seu produto. Ele mostrou como pretende, por exemplo, adicionar um balcão de doces para atrair & aumentar às margens por cliente.

O que me deixou curioso e me levou a falar com ele foi uma mudança no preço que fez na última(s) semana(s). Ele então me explicou, ponto a ponto, pq a estratégia dele era única e como as operações dele se diferenciavam de todos seus concorrentes. Ele me explicou as margens que tinha e quais foram os resultados dos seus vários testes (vender para firmas, estudantes, delivery, etc). Era se como ele tivesse lido Porter e agora estivesse me explicando os conceitos na prática de seu negócio.

Quando eu entendi que sua estratégia era ser um restaurante que se diferenciasse pela variedade e qualidade, percebi que faltava algo. Ele me explicou como cada item era saudável e pq eu deveria colocá-lo em meu prato. Ele quer criar um espaço para alimentação saudável. O que faltava? Informação! Era apenas uma questão de comunicação, com imagens, placas nutricionais, etc. Divulgar melhor para seu cliente. Nessa hora então sugeri uma empresa de SP para ele ver como eles funcionam. Sabe o que ele fez? Parou, pegou um papel, anotou o nome da empresa e disse que iria olhar na Internet como eles funcionam. E quando for a SP, disse que passará por lá tb.

Restaurante da esquina. Práticas de empresas globais.

Fantástico.