Uma viagem, dois vôos, três histórias
Cheguei ontem em São Francisco, destino em que começarei minha jornada na Singularity University, no programa GSP. Como toda longa viagem, a solução para mim é sempre assistir filmes durante o vôo. Já tinha baixado no Netflix alguns que queria ter assistido há tempos, mas a falta de tempo costuma me deixar longe dos cinemas.
Fui checar também os títulos que poderia assistir no avião. Nas opções de filmes disponibilizados pela companhia aérea, encontrei Hidden Figures (“Estrelas Além do Tempo” no Brasil). Cliquei em play.
O filme é baseado em fatos reais, sobre três negras americanas que venceram por mérito, inteligência e trabalho duro. Baseado nas biografias de Katherine Johnson (representada pela atriz Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (representada pela atriz Octavia Spencer) e Mary Jackson (representada pela atriz Janelle Monáe), a trama se passa na NASA. [Para quem não sabe, o campus da Singularity University onde ficarei por 3 meses também fica na NASA, em Mountain View.]
O filme mostra como estas três mulheres americanas participaram da corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética e ajudaram decisivamente o país. Ainda retrata que talento, responsabilidade individual, família, justiça, prudência, paixão e resiliência são armas mais poderosas que a violência. A decisão da NASA que tangibiliza parte da conquista dessas mulheres, representando todas as mulheres negras do país, é a de acabar com banheiros separados para brancos e negros.
Existe também um forte argumento no filme pelo feminismo real de mulheres que lutavam por direitos iguais, liberdade civil, sem abrir mão da feminilidade de suas identidades.
Hidden Figures é construído com rara beleza. Uma aula sobre heroínas. Um salve para as mulheres negras. Um suspiro de esperança.
Não importa o contexto, essas mulheres mostraram que determinação, coragem e persistência podem levar você muito mais longe.