Unicórnios ou Cavalos paraguaios?

Unicórnios ou Cavalos paraguaios?

No mundo do turfe – e, também do futebol – o “cavalo paraguaio” é aquele potro ou time que começa muito bem, mas vai perdendo o gás ao longo da corrida ou do campeonato. Acaba frustrando expectativas e gerando perdas para os apostadores. Já os unicórnios são aqueles seres mágicos que saíram dos contos infantis para designar as startups e empresas da nova economia que se destacam no mundo corporativo.

Analisando as recentes notícias econômicas, podemos ver muitos unicórnios virando cavalos paraguaios. Fintechs disruptivas perdendo valor de forma acentuada, varejistas que cresceram através do B2C agressivo e agora não conseguem manter o seu desempenho, a empresa que fez o seu IPO e demitiu cerca de 30% do quadro alguns meses depois; a rede de cosméticos que explica a sua baixa performance pelas dificuldades em fazer a integração da celebrada aquisição de empresas estrangeiras, a nova companhia aérea que virou pó em menos de um ano de vida. A lista de exemplos poderia ser ainda maior, mas esta amostra é suficiente para começar uma reflexão.

Em primeiro lugar devemos lembrar que todas estas empresas ou eventos já foram considerados um caso de sucesso. E, se olharmos para um momento específico certamente foram. Mas, a vida não é um álbum de fotos; é um filme! Assim como um beijo não garante que o mocinho vai ficar com a mocinha no final, também um evento crítico e bem-sucedido não garante o sucesso empresarial. Portanto, a palavra-chave é “constância”. É isso que os investidores prezam, e os consumidores apreciam.

Outro ponto a considerar são os indicadores de sucesso. Num evento ou empresa existem diversos atores, e para cada um deles o sucesso pode ter um significado especial. Compare uma métrica de resultado operacional (Market Share) contra uma de resultado a longo prazo (ROI ou EVA); e o sucesso num trimestre pode se transformar em fracasso no final do ano. O mesmo raciocínio vale para uma operação de M&A ou de um IPO. Nestes casos os indicadores de sucesso para o comprador, para o vendedor, e para os consultores e assessores também serão distintos.

Mas eu acredito que um dos aspectos mais negligenciados destas situações negativas seja o “Day After”, que é como a empresa se prepara para depois do evento principal. O que fazer depois do aporte de um Venture Capital? Como será utilizado o capital obtido pelo IPO? Como será feita a integração das empresas depois de uma operação de M&A? Em resumo, é preciso ter um plano detalhado para definir os cenários, atividades, recursos, riscos, prazos e indicadores. Ou seja, criar e gerenciar um programa composto por um grupo de projetos interdependentes. Para ser sustentável o sucesso precisa ser planejado e controlado o tempo todo.

Esta foi uma visão inicial, que eu gostaria de aprofundar com a participação de quem leu até aqui. Vamos debater?

 

Marcio Gropillo

Headhunter / Management Consultant

2 a

Assino embaixo!!!!

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