Unico volta a demitir; Rhino lança app de mobilidade com carros blindados: os destaques da semana no ecossistema
Muita gente pensou que a onda de demissões tinha ficado no passado, mas parece que 2024 tem outros planos. Relatos dão conta de mais de 200 afetados pelo corte da unico IDtech nesta semana. E fica a pergunta: trata-se de uma marola ou devemos nos preparar para águas turbulentas?
As muitas reestruturações de startups nos últimos dois anos trouxeram outro movimento: o dos anúncios de breakeven. Preparamos um material sobre a conquista do ponto de equilíbrio pelas startups. A semana também contou com a conclusão da aquisição da Pismo pela Visa e com o lançamento da Rhino, app de mobilidade urbana que oferece corridas em carros blindados.
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Boa leitura!
Por Rebecca Silva
Novos cortes
Um ano após realizar cortes na operação, a idtech Unico voltou a reduzir o quadro de funcionários. Desta vez, as demissões atingiram 20% do time, impactando mais de 200 pessoas. De acordo com o site Layoffs Brasil, que monitora demissões em massa nas empresas, os cortes foram feitos em áreas como design, marketing, comercial e RH. O unicórnio não confirmou o número de afetados.
Segundo comunicado da Unico, o objetivo da reestruturação foi “focar equipes, investimentos e recursos” no core business da startup, as soluções de identidade digital. Houve também realocação de funcionários para outros setores.
Em janeiro de 2023, o unicórnio cortou 10,5% da equipe em uma rodada de demissões que impactou cerca de 100 empregados. Três meses antes, 50 pessoas haviam sido dispensadas da área de vendas após um movimento para eliminar posições sobrepostas.
A última captação da Unico ocorreu em abril de 2022, quando a idtech garantiu um cheque de US$ 100 milhões. Desde então, a startup investiu em novos produtos, como o UnicoIDPay, para atender clientes do varejo em compras online, e o IDUnico, tecnologia de biometria facial direcionada a empresas de telecom e companhias aéreas.
Carona premium
A startup Rhino estreou no mercado premium oferecendo viagens em carros blindados e com motoristas treinados. Operando inicialmente em uma área de São Paulo que abrange bairros nobres como Vila Olímpia, Itaim Bibi, Jardins e Pinheiros, o aplicativo já tem uma lista de espera de cerca de 4 mil interessados.
O negócio foi fundado por dois russos, Daniil Sergunin e Aleksandr Karbankov. A ideia surgiu depois que o primeiro se mudou para o Brasil, há três anos, e sentiu insegurança ao se deslocar. A tese já atraiu investidores: a startup começou a operar após uma rodada inicial de US$ 500 mil com anjos brasileiros e estrangeiros, incluindo nomes do setor de mobilidade.
A Rhino contrata os motoristas para trabalhar 40 horas semanais em uma frota de veículos próprios e alugados, todos blindados, pela remuneração mínima de R$ 4 mil. Para os clientes, o tempo estimado de espera para o atendimento é de entre cinco e sete minutos, com o valor da corrida de duas a três vezes maior do que em aplicativos tradicionais.
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Negócio fechado
A Visa anunciou nesta semana a conclusão da compra da fintech brasileira Pismo. O processo teve início em junho do ano passado, quando a empresa assinou o acordo de compra no valor de US$ 1 bilhão, alçando a startup ao posto de unicórnio – o único de 2023 no Brasil.
Com experiência no desenvolvimento e implementação de soluções bancárias e cartões de crédito para bancos digitais e grandes instituições financeiras, como BTG Pactual e Itaú Unibanco, a Pismo é uma processadora nativa de nuvem e tem operações na América Latina, Ásia Pacífico e Europa.
Em comunicado, a bandeira declarou que a combinação das empresas fornecerá aos clientes recursos de processamento bancário e de emissores de cartão em todos os tipos de produto por meio de APIs nativas da nuvem.
A bola da vez
Alcançar o status de unicórnio – quando uma empresa atinge valor de mercado de US$ 1 bilhão – sempre foi conhecido como uma das maiores conquistas para uma startup. A mudança na maré dos investimentos de capital de risco, no entanto, parece ter alterado as prioridades no ecossistema de inovação. O crescimento a qualquer custo deu lugar à expansão sustentável. Por isso, a tendência é comemorar a chegada ao breakeven. Mas o que é o ponto de equilíbrio, celebrado nos últimos meses por startups como Raízs , Omie , Loft , CloudWalk, Inc. e Conta Simples ?
Uma empresa chega ao breakeven quando equilibra os valores de gastos e de receitas, saindo do negativo. Por causa da natureza escalável e inovadora dos produtos e serviços oferecidos pelas startups, é comum que elas queimem muito caixa no início da operação. Não se trata de dinheiro jogado fora ou má gestão financeira, mas de investimento em crescimento e aquisição de clientes. É natural que seja um período em que as despesas e os custos são maiores que a receita.
Em reportagem publicada no site, mostramos como a queda no volume de dinheiro investido em startups nos últimos anos – quase 57% a menos em 2023, segundo a plataforma de dados Distrito – impulsionou as empresas a avaliar o planejamento e cortar custos para não serem tão dependentes do capital dos investidores. Leia o texto na íntegra.
Movimentações
Pomelo . A fintech que desenvolve infraestrutura tecnológica para emissão, processamento e gestão de pagamentos com cartões anunciou uma captação de US$ 40 milhões (em torno de R$ 197 milhões na cotação atual). A rodada foi liderada pela Kaszek e acompanhada por monashees, Index Ventures, Insight Partners, Endeavor Catalyst, S32, TQ Ventures e Alter Global. Fundada há três anos na Argentina, a Pomelo também opera no Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. Na carteira de clientes estão bancos, multinacionais e startups como Rappi, Nomad e Bitso.
Hotmart . A plataforma de cursos online fez uma nova aquisição. A escolhida da vez foi a Reshape, que oferece serviços de inteligência artificial para transcrição e edição de vídeos, geração automática de legendas e tradução para outros idiomas. Criada em 2018, a startup já transcreveu mais de 12 milhões de minutos de conteúdos gravados para as redes sociais. O serviço será integrado gradualmente à plataforma da Hotmart. O valor da transação não foi divulgado. Anteriormente, a empresa já havia adquirido as startups eNotas, Wollo e Teachable.
Oportunidades
Empreendedorismo. O fundo global Antler deu o start na quarta edição do seu programa de residência no Brasil. A ideia é apoiar pessoas com perfil empreendedor a criar suas startups do zero ou escalar projetos em execução. A residência dura 10 semanas e acontece no formato presencial, em São Paulo, com participação em workshops, palestras com empreendedores e investidores e mentorias. Ao fim do processo, existe a possibilidade de investimento financeiro. O programa aceita inscrições até 15 de março pelo site.
Impacto. A Prefeitura de São Paulo lançou a nona edição do Vai Tec, programa para jovens criarem, desenvolverem e validarem negócios inovadores que utilizam tecnologia. Até 24 empresas de regiões menos privilegiadas da cidade serão selecionadas para passar por uma aceleração de seis meses com assessorias individuais e encontros de networking, além de um aporte financeiro de R$ 45 mil. Para participar, é preciso ter tecnologia para os segmentos de informação de comunicação, social, ambiental e processos. As inscrições estão abertas até 7 de fevereiro pelo link.
Inovação aberta. O FIEMG Lab recebe inscrições para o Gerdau Challenge, programa de inovação aberta criado para identificar e testar tecnologias que solucionam problemas da indústria, como contagem e identificação de pragas exóticas de eucalipto; e eliminação do operador no carregamento de chapas grossas. Entre os benefícios oferecidos estão provas de conceito remuneradas, colaboração e aprendizado com a equipe da empresa, e oportunidades de negócio. Interessadas podem se inscrever até o dia 31 de janeiro pelo site.
Energia. A terceira edição do Geração Inovação, organizado pela geradora de energia elétrica SPIC Brasil, busca startups com soluções para aumentar a eficiência operacional da usina hidrelétrica São Simão. Empresas interessadas podem inscrever até dois projetos por desafio, com valor de referência de R$ 2 milhões cada um. Os temas são: análise contínua da qualidade de óleo hidráulico; monitoramento preditivo devido a cavitação; navegação em BIM integrado aos dados de O&M; análise automatizada de formulários de saúde e segurança. Quatro propostas serão selecionadas. As inscrições devem ser feitas pelo link até 29 de janeiro.
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